Dia do Trabalhador, por consequência, decidimos que hoje, por uma vez, nada vamos fazer. Há quem costume neste dia ir manifestar-se para a rua, connosco não contem, pois como já afirmámos, queremos efetivamente aproveitar a presente data para, por um dia que seja, não fazermos absolutamente nada. A nós parece-nos uma questão de coerência e simetria, se o dia é do trabalhador, o lógico é não se trabalhar, ou seja, não se fazer mesmo nada. É por obedecermos a esta mesma exata lógica, e por razões de coerência e simetria, que no Carnaval não nos mascaramos, na Páscoa não comemos amêndoas, no 25 de Abril não desfilamos, no Dia da Árvore não as regamos e no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades só lemos escritores de língua estrangeira e falamos unicamente com gente de fora. Só para dar um tom artístico e cultural ao nosso tema de hoje, e também para que todos entendam a profunda lógica e consequentes coerência e simetria entre trabalhar e nada fazer, atente-se no quadro mais abaixo.
A propósito dos 50 anos do 25 de Abril, muito se falou nos últimos tempos dessa revolução. Queremos hoje prolongar mais um pouco essa conversa, no entanto, queremos fazê-lo sob um ângulo raramente abordado, ou seja, pretendemos tentar dar uma resposta à questão que dá título a este texto, terá sido o 25 de Abril romântico, abstrato ou antes Pop? Para tal, antes de irmos ao 25 de Abril, vamos primeiro a duas outras revoluções. É possível que as revoluções mais marcantes da História tenham sido a francesa e a soviética. A primeira aconteceu em 1789 e a segunda em 1917. A arte capta sempre o ar do tempo , ou seja, o pulsar e o sentir de uma determinada época e das suas gentes. Muitas vezes antecipa o que está para vir, noutras é o que melhor ilustra o que sucedeu ou ainda está a acontecer. Em qualquer dos casos, uma coisa é certa, a arte apresenta-nos invariavelmente as imagens mais representativas daquilo que funda todo e qualquer presente. Vejamos um exemplo, olham