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A mostrar mensagens de junho, 2023

Tem um grande passado à sua frente

  Hoje escrevemos para todos aqueles professores que nasceram algures entre finais dos anos 60 e meados dos anos 70, que na verdade são a larga maioria da classe docente. Uma vez que trabalham no ensino há algum tempo, com toda a certeza já terão encontrado um adulto de vinte e tal anos de idade, no máximo trinta, que em jovem foi vosso aluno.   Dependendo das circunstâncias, quando tais reencontros se dão, das duas uma: ou as coisas lhe correram bem e ficamos satisfeitos por aquele jovem de outrora, atual adulto, estar encaminhado na vida e por de algum modo termos também contribuído para tal; ou as coisas lhe correram mal e sentimos um leve desconforto por aquele antigo aluno, hoje adulto, andar um tanto ou quanto ao Deus dará e de certa forma também termos participado nisso.   Ainda mais estranho, é quando se reencontra quem dantes era um excelente aluno, mas que agora como adulto, não é lá essas coisas. Nesses momentos, questionamo-nos sobre o que entretanto se terá passa

És docente? Queres excelente? Não há quota? Não leves a mal, é o estilo minimal.

  Todos sabemos que nem toda a gente é um excelente docente, mas também todos sabemos, que há quem o seja e não tenha quota para  como tal  ser avaliado. Da chamada Avaliação de Desempenho Docente resultam frequentemente coisas abstrusas e isso acontece independentemente da boa vontade e seriedade de todos os envolvidos no processo.  O processo é a palavra exata para descrever todo esse procedimento. Quem quiser ter uma noção aproximada de toda a situação deverá dedicar-se a ler Franz Kafka, e mais concretamente, uma das suas melhores e mais célebres obras: " Der Prozeß" (O Processo) Para quem for preguiçoso e não quiser ler, aqui fica o resumo animado da Ted Ed (Lessons Worth Sharing):   Tanto quanto sabemos, num agrupamento de escolas há quota apenas para dois a cinco docentes terem a menção de excelente, isto dependendo da dimensão do dito agrupamento. Aparentemente, quem concebeu e desenhou todo este sistema de avaliação optou por seguir uma determinada esco

Avaliação de Desempenho Docente: serão os professores uns eternos adolescentes?

  Há já algum tempo que os professores são uma das classes profissionais que mais recorre aos serviços de psicólogos e psiquiatras. Parece que agora, os adolescentes lhes fazem companhia. Aparentemente, uns por umas razões, outros por outras completamente diferentes, tanto os professores como os adolescentes, são atualmente dos melhores e mais assíduos clientes de psicólogos e psiquiatras.   Se quiserem saber o que pensam os técnicos e especialistas sobre o que se passa com os adolescentes, abaixo deixamos-vos dois links, um do jornal Público e outro do Expresso. Ambos nos parecem ser um bom ponto de partida para aprofundar o conhecimento sobre esse tema.   Quem porventura quiser antes saber o que pensamos nós, que não somos técnicos nem especialistas, nem nada que vagamente se assemelhe, pode ignorar os links e continuar a ler-nos. Não irão certamente aprender nada que se aproveite, mas pronto, a escolha é vossa. https://www.publico.pt/2022/09/29/p3/noticia/estudo-revela-dep

Será que a vida imita a arte? Sim? Não? Ou não vale a pena perdermos tempo com isso?

A maior, a mais útil e a mais importante regra de toda a educação, não é ganhar tempo, mas sim perdê-lo. A frase é de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), o pai da pedagogia moderna. Em Portugal, como certamente noutros lugares do mundo, há quem deteste Jean-Jacques Rosseau. Por exemplo, a socióloga Maria Filomena Mónica usou para título de um seu livro a expressão “os filhos de Rousseau” , que segundo a própria, remete para a progressiva e nefasta influência da visão educativa rousseauniana nas escolas públicas portuguesas.   Não vamos agora aqui discutir as teorias educativas rousseaunianas, referimo-nos a Rousseau apenas para falarmos das suas caminhadas. No seu célebre livro “Devaneios de um caminhante solitário”, Rousseau, que adorava passear a pé, deixou que a escrita vagueasse ao sabor das suas meditações. Escreveu-o do mesmo modo que passeava, ou seja, sem pressa, nem destino certo, mas deixando-se fascinar pelo que lhe ia surgindo por diante.   Se Rousseau vivesse nos nossos tem