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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2024

Mudou a hora. Apanhámos logo uma alteração metabólica!

Hoje mudou a hora, ontem vimos os telejornais. Há poucas coisas tão fascinantes na vida, como assistir aos noticiários por alturas da hora de jantar. Bem sabemos que as famílias como deve de ser não o fazem, pois que a hora da refeição é sagrada e é suposto esse ser “um tempo de qualidade”, mas uma vez por outra, assim de vez em quando, com certeza que não fará grande mal à saúde de ninguém.   Aliás, afinal que vem a ser isso de “um tempo de qualidade” à hora de jantar? Consiste tão-somente em a mãe perguntar ao pai o que é que almoçaste hoje, o pai perguntar à mãe como é que foi o teu dia no trabalho, e ambos perguntarem aos filhos como é que vai a escola. Se despacharem rapidamente esses assuntos, ainda há tempo mais do que suficiente para todos juntos verem o telejornal. Como nós nos estamos completamente nas tintas para os tempos de qualidade, pusemo-nos a ver as notícias na TV sem mais nem porquê, e a realidade é que não nos arrependemos e demos o nosso tempo por bem passa

Coelhos, ovos e igrejas.

Coelhos e ovos de Páscoa são ambos símbolos de fertilidade e regeneração. Celebram o eterno retorno das flores, do calor, da luz e da vida. A cada primavera tudo se reinventa e por todo lado surgem novas cores, amores e fulgores. O regresso do doce ar primaveril anuncia a cada ano uma nova vitória da vida sobre a morte, da luz sobre a escuridão e do afável tempo quente sobre o impiedoso frio. A Páscoa é época de ressurreição e simultaneamente de recomeço e renovação.   Do que hoje vos vamos falar é precisamente disso, de renovação. Mais concretamente do modo como o nosso olhar sobre o mundo, a vida, o divino, o infinito, assim como os nossos anseios espirituais e o mistério que pressentimos em tudo o que existe, continuamente se renovam e se expressam ao erguer-se uma nova igreja.   Não vivemos em séculos anteriores, não sentimos o divino do mesmo modo que os nossos antepassados sentiam, nem olhamos para o mundo e para o infinito da mesma forma que os antigos olhavam, razõe

A Páscoa, Mondrian e Cristo, terá tudo isto igual génese? Ou será que devíamos ter ido à catequese?

    Não sendo nós católicos praticantes nem nunca o tendo sido, a nossa relação com época pascal é semelhante à que temos com o Natal, ou seja, não ligamos ao seu significado e sim aos seus rituais laterais. O mesmo é dizer, que desde pequenos comemos umas tantas amêndoas, um ou outro ovo de chocolate e, chegado o domingo de Páscoa, cabrito.   Dito isto, talvez possa ter certo interesse, contarmos a quem nos lê, como e quando em crianças pela primeira vez tomámos contato com o mistério da Paixão de Cristo. Não foi na catequese nem através de qualquer outro tipo de educação religiosa, pois que nunca a tivemos. Também não foi em missas, dado que a elas não íamos. Não foi sequer numa procissão, foi sim por meio de um mero e singelo filme.   Podia muito bem ter sido num daqueles grandiosos épicos de Hollywood, que noutros tempos a RTP transmitia por alturas da Páscoa, nessa distante época em que a televisão estatal era a única estação existente. No entanto, não foi igualmente

Estarão as famílias e as escolas portuguesas preparadas para o ennui infanto-juvenil?

Neste blogue há muito que antecipamos problemas de educação e propomos soluções. Que ninguém nos ligue e as nossas soluções não sirvam para nada, é coisa que pouco nos importa, o que nos interessa é participarmos. Continuando essa nossa saga pelo inútil que nos conduz diretamente a lado nenhum, vimos neste momento antecipar um problema ainda muito pouco falado, mas que estás prestes a rebentar por todo o lado, a saber, o ennui juvenil e infantil.   Não fazem ideia do que tal seja? Não faz mal, nós estamos aqui para esclarecer quem nos lê, e temos todo o prazer em fazer uma viagem histórico-cultural pelas origens do ennui .   Porventura sentem-se vagamente mal, ou seja, entediados, aborrecidos e vazios, sem que possam atribuir essa estranha sensação a algo de específico? Pois então ficam a saber que não é fígado, nem coração, nem sequer problemas de digestão, é simplesmente o ennui . Como é evidente, este nosso diagnóstico não dispensa consulta médica, caso os sintomas persi