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Há poesia em qualquer lugar, basta olhar.

  Como certamente saberão, comemora-se na presente semana o Dia Mundial da Poesia. Mesmo sendo nós pouco dados a comemorações oficiais, que precisamente por o serem, de poético nada têm, ainda assim, vamos abrir uma exceção e dedicar estes dias a alguns poetas e aos seus poemas. Começámos ontem, continuamos hoje. Aqui fica o nosso texto do dia anterior, “Temos sérios poemas mentais”: https://ifperfilxxi.blogspot.com/2024/03/temos-serios-poemas-mentais.html Também ontem, morreu um homem que passou uma vida inteira a ser poeta e a refletir sobre o que é a poesia. Para além disso, foi professor, durante anos no ensino secundário, depois no universitário. Surge-nos a esse propósito uma questão, terá esse homem ensinado aos seus alunos o que é um poema e o que é ser-se poeta, ou ter-lhes-á simplesmente dado a matéria? Em boa verdade não o sabemos, mas em qualquer dos casos, temos a certeza que de poesia lhes terá ensinado tudo o que sabia. Acerca daquilo que não sabia nem podia saber, não h
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Temos sérios poemas mentais

  Houve quem já tivesse usado a frase “Tenho sérios poemas mentais”, ou seja, o nosso título não é propriamente original. Mas não faz mal, nós não nos importamos de repetir a dita expressão, ainda que colocando-a no plural: “Temos sérios poemas mentais”.   Na verdade, quem quer que a tenha inventado, à frase, bem-entendido, esteve bem, e isso é o mínimo que se pode dizer. O máximo é que esteve genial, parabéns ao autor. Hoje apetece-nos não ser originais, vamos aproveitar as palavras de outros, sobretudo as poéticas, e fazermos delas nossas. Em síntese, não só temos poemas mentais, como somos ladrões de versos.   Na realidade, temos sérios poemas mentais porque raramente conseguimos olhar para o mundo e para o que nele há sem nos recordarmos de uma poesia que alguém, um outro que não nós, escreveu.   Basta olharmos para o céu e imediatamente nos ocorre o que diz o Livro do Desassossego, que foi escrito por Fernando Pessoa ou então por um outro ele, neste caso Bernardo S

Um mundo encantado

  Guerras, pobreza, corrupção, criminalidade, ascensão de grupos extremistas, greves, manifestações e conflitos sociais e políticos, esqueçamos por um momento tudo isso, que nós não somos o telejornal e sim um humilde blogue.   Quotidianamente olhamos para o mundo, vemos as gentes e ouvimos as conversas, sendo que, em tudo se pressente um ambiente grave e um certo desencantamento. Há muitas razões para assim o ser, todos as conhecemos de sobra, mas, por uma vez que seja, vamos esquecê-las e delas não querer saber. Façamos de conta que tudo é tão leve como uma melodia e que vivemos num mundo encantado, o mesmo é dizer, cantado.   Imaginem alguém que gostava de canções. Um homem altamente gentil, também muito inteligente e culto, mas simultaneamente completamente infantil. Já o imaginaram? Se sim, sabem que essa pessoa se chamava Jacques Demy. Talvez não tenham a menor noção de quem foi esse tal Demy. Mas não tem mal, a única coisa que necessitam de saber, é que é efetivament

Menos mal que nos queda Portugal.

  Percebemos pelas eleições do passado domingo e pelas análises e estudos demográficos a esse propósito efetuados, que parte significativa da atual juventude nacional é fã de Portugal. Ao que parece são nacionalistas ou qualquer coisa desse género. Pelos vistos defendem com unhas e dentes as nossas tradições e costumes e acreditam piamente que o que é nacional é bom.   “O que é nacional é bom” é um conhecido slogan publicitário que tem atravessado gerações, sendo que o termo nacional se refere neste contexto à fábrica “A Nacional”, cuja existência remonta a 1849.   Um dos produtos mais conhecidos da marca “A Nacional” é a Bolacha Maria. A tradicional Bolacha Maria carrega a pesada incumbência de ter o mesmo nome que mais de metade das portuguesas e está na base de iguarias tão tipicamente lusitanas como por exemplo o bolo de bolacha ou a serradura.   Nós fomos jovens noutros tempos e por consequência, de nacionalistas temos pouco, para não dizer quase nada. Com efeito, ness