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A mostrar mensagens de outubro, 2023

Que grande confusão: Halloween, Pão-por-Deus, finados e mais os santos todos juntos

DIVAGAÇÃO - Paradoxalmente, em Veneza vivem mais mortos que vivos. Com efeito, devido à especulação imobiliária, aos interesses comerciais e turísticos, a cidade de Veneza, que já foi grande e poderosa, tem hoje menos de 50 000 habitantes, no entanto, o seu principal cemitério tem perto de 85 000 residentes. Já antes vos falámos de Veneza a propósito do guião de aprendizagem “Ser ou não ser, eis a questão”, na publicação  Lisboa não sejas francesa Vamos continuar a fazê-lo, aproveitando para tal a proximidade do Dia de Todos os Santos e também do de Finados.   O mais importante cemitério de Veneza ocupa toda a pequena Ilha de San Michele e foi erguido em 1807. A última viagem dos falecidos ocorre de barco, sendo que, em ocasiões especiais, o transporte é feito em gôndolas funerárias, ricamente ornamentadas. No guião de aprendizagem “Ser ou não ser, eis a questão”, pedíamos aos alunos que falassem sobre uma obra do pintor ven

Lisboa não sejas francesa

INSPIRAÇÃO / INTENÇÃO - Foi então que um artista conceptual decidiu pegar numa simples ampola de vidro e enchê-la com o ar de Paris. O seu nome era Marcel Duchamp. O título da obra é “50 cc of Paris Air”. Estávamos em 1919. Após essa primeira versão, houve muitas outras pelo mesmo artista. Uma das mais célebres é a de 1964, que está no Centre Pompidou e cujo título é “Air de Paris”. Basicamente é praticamente idêntica à de 1919, só o ar é que é diferente. Uma ancestral instituição cultural norte-americana, o Philadelphia Museum of Art, há quase um século que adquiriu a versão de 1919. Só que em 1949, a ampola partiu-se e a obra de arte teve que ser restaurada. Foram muitos os filósofos e críticos de arte que então se perguntaram, será que após o restauro, o ar no interior da ampola ainda é o de Paris ou é antes o de Filadélfia? E não sendo o ar o mesmo, será que a obra de arte ainda é a original ou é já outra? Ser ou não ser, eis a questão. A foto acima é de uma loja na Rua do Carmo em

Gente nua, o Pokémon e o Rato Mickey entram num museu (2)

Imaginemos uma visita de estudo a um museu de arqueologia em que vai tudo nu, a turma e os dois professores que a vão a acompanhar, por exemplo, o Professor Asdrúbal e a Professora Felisberta. Uma coisa era certa, não haveria de ser as peças expostas o que mais captaria a atenção dos alunos, mas sim as partes expostas da Felisberta, que apesar de estar à beira da reforma, ainda está em excelente forma. E se não fossem as partes expostas da Felisberta, seriam as do Asdrúbal, que coitado, já está um bocado mirrado e acabado e parece mesmo uma peça de arqueologia.  Face ao exposto, estamos em crer que ir tudo nu ao museu não seria lá grande ideia, mas há quem não pense o mesmo. Começámos ontem a falar-vos de diversas iniciativas de museus europeus para chamarem a si mais visitantes. Ao Museu de Arqueologia da Catalunha pode-se ir nu, ao Museu Van Gogh de Amsterdão vai-se à caça de Pokémon’s, e no Rijksmuseum da mesma cidade, dá para ir brincar com o Rato Mickey. Tudo coisas muito giras, m