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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2022

A Bela e o Boi

A primeira aparição do nome Europa deu-se na antiga Grécia. Europa era uma princesa que vivia na Ásia. Zeus viu-a a apanhar flores, apaixonou-se por ela e decidiu levá-la. Transformou-se num touro. Aproximou-se de Europa e esta sentou-se no seu dorso. Zeus disparou a voar por cima do oceano em busca de um lugar para viver. Assim deixaram a Ásia e passaram ao continente vizinho, que ainda não tinha nome e em homenagem à bela princesa veio a chamar-se Europa. Neste guião de aprendizagem intitulado “A bela e o boi” contamos essa e muitas outras histórias da Europa. Partimos de Atenas para chegar a Bruxelas e terminamos com um adeus britânico. Guião de Aprendizagem "A Bela e o Boi" https://drive.google.com/file/d/1WGFGgg_UYDVOv5EI0F4tSPDLQ4Yz8OrU/view?usp=sharing Ficha de Exploração "A Bela e o Boi" https://drive.google.com/file/d/1jUFj3hTrT2s4CMX_fBk5rQa2AbhpK6Nq/view?usp=sharing

À quoi ça sert l'amour?

Louco é aquele que quer pôr fim à loucura do amor Porque o sol correrá com cavalos negros A terra extrairá trigo da cevada A corrente fluirá ao encontro da fonte E antes que o coração reconheça a moderação Os peixes nadarão em rios secos.                                                                                                                                                                       Ezra Pound 

Wild at heart

  No passado dia 14 de fevereiro, sabe Deus porquê, decidimos aplicar este guião. Valeu para esse dia, mas também valerá para outros, sobretudo enquanto o tempo for primaveril. Mas isto já se sabe, a primavera é quando um homem quiser. Guião "Amor é Fogo que Arde sem se Ver" https://drive.google.com/file/d/1885LSStEyEPiScXA8d5mVsl7mN4dTKBb/view?usp=sharing Ficha de Exploração "Amor é Fogo que Arde sem se Ver" https://drive.google.com/file/d/1Jib9GOiKqzsC4mFkWQzC7Yk2nGBYQySI/view?usp=sharing

Somos feitos da mesma matéria de que são feitos os nossos sonhos (Shakespeare)

  Matéria é uma das mais belas palavras. A sua origem latina aparenta-a com MATER (a mãe, a fonte, a origem).  Matéria é uma    palavra da família de mãe em grego («mitéra»), russo («matʹ»), letã («māte») e irlandês («máthair»).  A palavra portuguesa madeira tem origem no Latim  materia . No latim, “materia” é a substância primeira e original de que são feito os objetos. Compreende-se, naquele tempo quase tudo era feito de madeira. A “materia”, ou seja, a madeira, era a mãe de todas as coisas. No início deste ano lectivo, construímos um guião de aprendizagem intitulado “Onde é que está a matéria?” Falávamos de competências e concluíamos que a matéria também está nos sons, nos cheiros, nas sombras e em tudo o que existe em nosso redor. Guião de Aprendizagem "Onde é que está a Matéria?": https://drive.google.com/file/d/1eH0pQdLq-JYeWnmESuqhvcpdqkds0b5D/view?usp=sharing Ficha de Exploração "Onde é que está a Matéria?" https://drive.google.com/file/d/14Z7QbtyvMLulIfwbBD

Chapéus há muitos...

  Ficou famoso o episódio do filme “A canção de Lisboa” no qual Vasco Santana proferiu a frase " Chapéus há muitos" . Vale sempre a pena rever esta cena clássica da comédia nacional. Paradigmas educacionais também há muitos. Numa simples pesquisa na internet, descobrimos que há agrupamentos de escolas públicas em Portugal nos quais não há ciclos, nem turmas, nem testes. A escola organiza-se por núcleos e projectos e são os alunos conjuntamente com os professores, que definem os objetivos de aprendizagem. Os alunos são avaliados à medida que vão dizendo que “já sabem” aquilo que se propuseram aprender. Lendo o relatório da Inspeção-Geral da  Educação relativo a um desses agrupamentos, verifica-se que a escola foi avaliada com Muito Bom em todos os parâmetros. Voltemos a Vasco Santana e à comédia nacional. No início dos anos 50 foram realizados uns pequenos filmes didácticos em que Vasco Santana fazia de “Zé Analfabeto”.    A personagem do Zé tinha como objetivo ser um exemplo

Oh Ireland my Ireland...

  Se pesquisarmos na internet uma citação do autor irlandês James Joyce sobre o que é aprender, rapidamente a encontramos.  "Mistakes are the portals of discovery" E que bonita é!   Qualquer professor sabe que é errando que os alunos fazem novas descobertas. Só há um problema, a citação está errada. A correta é:  "A man of genius makes no mistakes," escreveu James Joyce em   Ulysses,   "His errors are volitional and are the portals of discovery." Comemora-se este ano o centenário do lançamento do mais importante romance do século XX, Ulisses de James Joyce. Nele se conta, em milhares de páginas, um só dia da vida de Leopold Bloom enquanto percorre a capital da Irlanda, Dublin.  Não por acaso, conta a lenda, que Lisboa foi fundada por Ulisses, daí o nome Olissipo (a cidade de Ulisses).

O Tu Abstrato

  Após uma visita de estudo ao Museu Calouste Gulbenkian, cuja coleção se inicia na época do Egipto faraónico, passa pela antiguidade greco-romana e termina nas décadas iniciais do século XX, trabalhámos num guião de aprendizagem com o objectivo de preparar os alunos para uma futura visita ao CCB (Museu Coleção Berardo), cuja colecção, por contraste, se centra exclusivamente na arte moderna e contemporânea.  Contrastámos também a ancestral harmonia asiática com os desequilíbrios ambientais resultantes da revolução industrial. A esse guião de transição entre o antigo mundo clássico e o disruptivo mundo contemporâneo, chamámos-lhe “O tu abstracto”. Tem Picasso, poesia e Tai Chi. Guião de aprendizagem "O Tu Abstrato" https://drive.google.com/file/d/1yrOHZXGrHvPPivMIKBudIJry2uZOGC6o/view?usp=sharing Ficha de exploração "O Tu Abstrato" https://drive.google.com/file/d/1jc_mEs3WcUkp70ceM6eBltpF9I54T94L/view?usp=sharing

As coisas são como são. Ou não.

The Man with the Blue Guita r, um longo poema publicado em 1937 pelo poeta norte-americano  Wallace Stevens , aborda a relação entre a realidade e a arte, ou se preferirem, entre o objeto representado e a sua representação.  Stevens  inspirou-se no quadro  O Velho Guitarrista  pintado por  Pablo Picasso  em 1903. Quadro todo feito em tons de azul, totalmente irreais.  Irreais não apenas porque não existem guitarristas azuis, mas fundamentalmente porque a realidade se modifica quando uma guitarra a transforma em música. A realidade modifica-se quando um pintor a representa numa tela. A realidade modifica-se quando um poeta a diz.  A arte realista não existe, nunca existiu. Toda a arte é uma abstração.  The man bent over his guitar, A shearsman of sorts. The day was green. They said, "You have a blue guitar, You do not play things as they are." The man replied, "Things as they are  Are changed upon the blue guitar." As coisas são como são, ou não.  

Palavras a mais na idade dos porquê

Os anos 80 representaram o despontar do rock português e o bairro de Alvalade teve uma importância decisiva na sua afirmação. Existiam imensas bandas de garagem na Avenida EUA, como revelou numa entrevista ao jornal Público, o falecido Zé Pedro, membro dos Xutos e Pontapés e morador do bairro: “os Sétima Legião ensaiavam ali perto e até chegávamos a ouvir os ensaios da esplanada. Os elementos dos Heróis do Mar também marcavam presença”. O bairro de Alvalade foi também o epicentro do movimento punk, tal a quantidade e qualidade das bandas que nele tiveram origem. A que mais se destacou foi ‘Os Censurados’, uma das bandas mais populares da década de 90 que conseguiu alcançar um vasto sucesso dentro e fora do movimento punk. O seu vocalista tornou-se numa figura de culto para o movimento punk, isto devido ao seu heterodoxo percurso prévio nos Ku de Judas, e depois nos Tara Perdida. Zé Pedro fala-nos da “rota punk": “era ali que a malta se juntava para depois ir aos bares, as grandes

Luzes, câmara, ação!

  Aqui vos deixamos algumas atividades desenvolvidas com alunos de 2° ano no sentido de promover uma educação cinematográfica. Queremos que aprendam a ver imagens e não tão-somente as consumam. https://padlet.com/asofiacvieira/q8unvcd74lsmbaag

Os Verdes Anos

  Ao subir pela dos Estados Unidos todos os caminhos vão dar à de Roma. Na confluência entre as duas fica o Café Vá-Vá. Hoje em dia não tem a movimentação de outros tempos. Já são poucos os que vão “para” o café, as pessoas agora vão “ao” café, entram e saem, não ficam. O    Café Vá-Vá é um local histórico, foi aqui que nasceu o “Novo Cinema Português’. Nos anos 60 e 70 era diariamente frequentado pelos cineastas Fernando Lopes, João César Monteiro, António Pedro Vasconcelos, Cunha Telles e Paulo Rocha, o qual como nos conta um artigo do jornal Público de 25 de Julho de 2007, “morava no prédio  do  Vá-Vá e dele fez o plateau para um dos filmes mais emblemáticos da história do cinema português, Verdes Anos”. A história do filme Verdes Anos é a seguinte: Júlio, de dezanove anos, desloca-se da província para Lisboa para viver com o tio e tentar a sua sorte. Um acaso leva-o a conhecer Ilda, uma alegre jovem da sua idade, uma empregada doméstica. Tal como Júlio, Ilda vive na esperança de um

Bons olhos te vejam

  Ligamos a televisão. Está a dar o Festival da Eurovisão.  Ver ou não ver, eis a questão...   Fossem todas as questões de resposta tão simples e seríamos felizes. Muito antes dos iPod’s e do Spotify, já havia    Eurovisão. O que havia e já não há, eram os LP’s e os singles em vinil (ou só os há nas melhores lojas da especialidade).  Ver ou não ver, eis a questão... Nesses tempos de vinil, também havia photomatons e cabines telefónicas. Também já não há (nem sequer nas melhores lojas da especialidade). Como se diz na canção, resta-nos a consolação de que “people are basically the same” .  “ See you” dos Depeche Mode . A canção fazia parte do álbum “A Broken frame”.

Mas afinal o que é a arte?

  Antes de uma visita de estudo ao Museu Calouste Gulbenkian, e a partir de peças de arte da coleção, explorámos com os alunos as várias respostas possíveis para a questão, “Mas afinal o que é a arte?” . Seja qual for a resposta a esta pergunta, o certo é que a arte é sempre um modo de ver. O guião e a respectiva ficha de exploração que aqui vos deixamos, intitula-se “Ver ou…não ver”. Fala-nos de musas e de biombos, de espelhos e de uma bola de sabão, mas também de Vénus e de uma gatinha. Guião De aprendizagem "Ver ou...não ver" https://drive.google.com/file/d/1-9eun2ZKM-dpc2JBqhkSSsf5Ix-Xxu47/view?usp=sharing Ficha de exploração "Ver ou...não ver" https://drive.google.com/file/d/1PQRGFZDIO9RFr8YFK0bd6mQhIFcffjtk/view?usp=sharing

Escola nº 101

  Mercês Tomaz Gomes é uma artista, fotógrafa e realizadora portuguesa. Em 2007 venceu o prémio na categoria de Melhor Documentário no Festival Internacional do Documentário de Barcelona, e em 2019 recebeu o prémio de Melhor Ficção no Arquitecturas Film Festival.    Trabalhou na Dinamarca, no Congo e no Mumbai. Há alguns anos passou pela Escola Teixeira de Pascoais em Lisboa onde realizou uma curta-metragem intitulada “Escola Teixeira de Pascoais, Ruy D’ Athouguia 1952-1956” O filme pode ser visto em: https://player.vimeo.com/video/155518776?h=3ff03a65a0  

Um moderno por descobrir

  Ruy D’Athouguia é autor de uma obra arquitectónica superior. Quando nele se fala, mesmo entre pessoas cultas, é muitas vezes necessário associá-lo ao edifício da Fundação Gulbenkian para que haja uma reacção. “Ah, é o da Gulbenkian”.  Para além da Fundação Gulbenkian, no seu trabalho em Lisboa sobressaem também o “Bairro das Estacas”, a Escola Teixeira de Pascoaes e a Escola Secundária Padre António Vieira, bem como grande parte dos edifícios da Praça de Alvalade. É um moderno por descobrir.  No filme “Ruy D’Athouguia – um Moderno por Descobrir” fazemos uma viagem íntima e pessoal com Duarte Jervis Athouguia Pinto Coelho, neto do arquitecto, pelos edifícios do avô. Pode ser visto na Box, na RTP Play ou em: https://www.rtp.pt/play/p4294/e323962/ruy-jervis-d-athouguia-um-moderno-por-descobrir 

Nos teus olhos altamente perigosos

O poema “Um adeus português” foi publicado em 1958. Na Lisboa asfixiante de então, a vida era mansa, quase vegetal. O poeta Alexandre O’Neill apaixonou-se por uma francesa de “olhos altamente perigosos”. Passados uns tempos, ela teve de partir e o poeta pretendia ir a Paris encontrar-se com ela. Paris era a cidade aventureira onde o amor encontra as suas ruas. Todavia, a sua família opunha-se à ida (o homem era casado) e meteram uma «cunha» junto da PIDE para que lhe negassem um passaporte. As autoridades questionaram-no sobre a razão pela qual queria viajar. O burocrata de serviço que o interrogou disse-lhe o seguinte: “Se calhar V. Exª quer ir, porque essa gaja lhe meteu alguma coisa na cachola.”. O poeta respondeu que nem ela era uma gaja e nem ele tinha cachola. Não conseguiu obter o passaporte. Ficou preso a Lisboa e ao seu modo funcionário de viver. Nunca voltou a rever a sua musa inspiradora. Escreveu-lhe uma despedida em forma de poema. Nos teus olhos altamente perigosos vigora