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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2023

O que vocês querem é conversa!

Um dado muito preocupante que tem vindo a ser revelado por investigações neurológicas recentes, é que quanto mais tempo jovens e crianças passam a olhar para os ecrãs eletrónicos, menor é a sua capacidade de identificar os sentimentos dos outros, mesmo daqueles que lhes são mais próximos. A capacidade de perceber o que os outros sentem desenvolve-se, hoje como sempre, conversando cara a cara, aqui e agora. Havendo pouca conversa, há consequente fraco entendimento. A propósito disto, lembrámo-nos da D. Ermelinda.   No outro dia, a D. Ermelinda, a velhota que mora no rés de chão do prédio que fica de esquina, proclamou do alto da sua janela para quem a quisesse ouvir: “ Com estas desgraças todas que agora vão pelo mundo, ainda assim, do que sinto mais falta é das conversas que antigamente havia .”   A nossa visão do mundo em pouco ou nada coincide com a da D. Ermelinda, pois esta crê que dantes é que era, que hoje em dia já não há respeito nenhum, que isto é tudo uma grande b

Eu tinha alguma coisa a dizer, mas não sei o quê!

Imaginemos uns dias de sonho em Ranholas ou em Chiqueiro. Nada temos nem contra nem a favor de localidades como Ranholas ou Chiqueiro, a primeira fica para os lados de Sintra, a outra para a Lousã. Acontece simplesmente, que achamos graça aos seus nomes, pois têm algo de ousado, de sensual e de refrescante.  Ambos hão de ser sítios tão bons ou tão maus como outros quaisquer, no entanto, quem nos lê, há de concordar connosco, que será preciso uma certa dose de imaginação, para se pensar em Ranholas ou em Chiqueiro como destinos de sonho. E daí, talvez não! A ver vamos!   Em boa verdade, Ranholas e Chiqueiro só aparecem nesta nossa conversa para dar um certo exotismo à nossa introdução. Com efeito, são destinos que, mesmo não nos fazendo sonhar, ainda assim, têm um certo apelo indefinido, um qualquer “je ne sais quoi”. Dir-se-ia até, que são nomes mágicos, com algo de voluptuoso, que têm o condão de nos despertar imediatamente

Hoje vamos a pé a cantar e a bailar. Ontem fomos de transportes públicos.

  A fotografia é da grande Ruth Orkin e mostra-nos uma rapariga americana a andar por uma rua de Florença em 1951. Vê-se pela imagem que os florentinos apreciam bastante quem gosta de andar a pé.   Andar a pé é coisa de místicos, poetas, filósofos e artistas, ou seja, é coisa de todos nós. Ao longo dos século foram tantos os que peregrinaram por Ceca e Meca ou até Santiago de Compostela, andando dias e dias seguidos só por andar, sem outro propósito, que não fosse ao destino chegar.   São Tiago, ou simplesmente Tiago, que era como os companheiros o chamavam, foi também ele um grande caminhante. Muitos acreditam que Tiago, o filho de Zebedeu, veio andando desde da Galileia até à província romana da Hispânia. Pelo caminho terá passado por Braga, Guimarães e Rates, onde no ano de 45 fez um discípulo, São Pedro de Rates. Abaixo uma imagem da Igreja de São Pedro de Rates, que é um dos mais antigos edifícios de Portugal a ter sido classificado como monumento nacional.   Mas que

Hoje vamos de transportes públicos a cantar e a bailar. Amanhã vamos a pé.

Há uns dias escrevíamos sobre como atualmente crianças e jovens já praticamente não andam a pé. Os papás e as mamãs levam-nos quase sempre de carro de um lado para o outro, mesmo quando um lado dista do outro tão-somente umas poucas centenas de metros. Se porventura o local donde se sai, distar daquele onde se quer chegar, mais que umas poucas centenas de metros e a pé não for possível ir, ainda assim, há alternativas ao carro: os transportes públicos. Bem sabemos que há frequentes greves, atrasos e atascos, mas os transportes públicos valem bem uma viagem, são uma coisa linda e maravilhosa. Por assim ser, é isso mesmo o que nós vamos agora fazer, ou seja, neles viajar. Viajaremos de metro, de elétrico e de autocarro. Esperam-nos emoções únicas, prazeres intensos e deleitosas sensações. Sentir-se-á que há música no ar e um desejo imenso de se cantar e bailar. Se nos quiserem acompanhar, vinde, que sois bem-vindos. Comecemos pelo metro de Berlim, que em alemão se diz, o U-Bahn. Estamos