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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2023

Quando o telefone toca

Atualmente, a vida deve ser verdadeiramente chata e desinteressante. Damos graças a Deus e a todos os santos, por termos crescido em tempos muito melhores que os atuais. Tempos em que de facto estávamos vivos e tínhamos amigos, família, amores e outras gentes com quem podíamos sempre falar, estivessem estes ou não ao nosso lado. Vem isto a propósito, de ter sido com enorme espanto, que ficámos recentemente a saber, que hoje em dia, os jovens, e os também já não assim tão jovens, pouco falam ao telefone.   (Um parênteses: quando acima dizemos telefone, englobámos no mesmo conceito quer os telefones fixos, quer os telemóveis. Melhor dizendo, englobávamos, pois há pouco descobrimos que estávamos equivocados, que não são a mesma coisa. Antes tarde do que nunca.)   Uma vez fechados o parênteses, é importante esclarecer quem nos lê, que a nossa ignorância relativamente a telemóveis é enorme. Tanto assim é, que estávamos perfeitamente convencidos, que a juventude atual passava a vid

Como educar um adulto para ser responsável, saudável, próspero, sustentável e feliz

  Como pelo título já terão adivinhado, hoje não queremos falar-vos nem da educação escolar das crianças, nem da dos jovens, queremos sim falar-vos da educação de adultos.  Normalmente, por educação de adultos, entende-se uma série de atividades de aprendizagem formal e informal de caráter geral ou profissional, realizadas depois da formação inicial. Isto é o que normalmente se entende por educação de adultos, contudo, também não é disso que vos queremos falar. Aquilo de que verdadeiramente vos queremos falar, é de toda aquela gente que escreve nos jornais e revistas, fala nas televisões, opina nas redes sociais e em muitos outros e diversos locais, e nos dá abundantes receitas, regras e conselhos para nos educar acerca do modo correto como devemos viver a nossa vida de adultos. Fazem mais do que isso, todos esses “educadores de adultos", tentam que nos sintamos culpados por não vivermos segundo os ensinamentos que nos lecionam, e tentam igualmente reeducar-nos, para que perca

Cumpriu-se abril, Portugal é um país novo, irreverente e alegre, ou seja, moderno.

Todos sabemos que a revolução de abril foi iniciada pelos militares. Todos sabemos que as suas causas, para além das diretamente relacionadas com as guerras de África, eram políticas. Todos queriam melhores condições económico-sociais, mais desenvolvimento e, sobretudo, liberdade. Isso já todos sabemos, razão pela qual, não é disso que vos queremos hoje falar. Queremos falar-vos de uma outra coisa que em abril também muitos queriam, a saber, ser modernos.   Terão sido muitos, os que no dia 25 de abril de 1974 finalmente perderam o medo e se deixaram ver, saindo para as praças, ruas e avenidas deste país. Assim foi, porque eram tantos os que já não aguentavam mais viver vidas esconsas e obscuras num país esclerosado e estagnado, em que o melhor que se podia esperar era não se ter grandes chatices, ir-se andando, e que a um dia se seguisse um outro igual ao anterior. Muitos ansiavam por dias diferentes, melhores. Melhores não só em termos políticos, sociais e económicos, mas tamb

Um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Mas que beleza.

Chico Buarque de Holanda vai receber o Prémio Camões, na segunda-feira, numa cerimónia no Palácio Nacional de Queluz. É merecido, pois entre outras coisas, Chico Buarque de Holanda é o maior letrista de sempre da língua portuguesa, cada uma das suas canções é um poema. Por isso, e por muito mais, o futuro do português ‘brasileiro’ parece ser promissor.   Visto da escola, o futuro do português de Portugal não parece ser tão prometedor. Numa reportagem do semanário Expresso, uma professora do 1° ciclo referia que a omissão de verbos e artigos por parte dos alunos enquanto falam é cada vez mais comum. “Professora, posso casa de banho?” ou “mãe, posso gelado?” são exemplos de construções frásicas que parecem estar a tornar-se moda. Na mesma reportagem, uma professora de Português dizia já não estranhar quando se depara com um ‘k’ em vez de um ‘que’, abreviaturas em vez de palavras completas, vírgulas e outros sinais de pontuação totalmente ausentes ou postos de forma aleatória.  

Há livros que antes de lidos já estão lidos e há os que jamais se deixam ler de uma vez para sempre

  Comemora-se hoje o Dia Mundial do Livro. Levar os alunos a ler autonomamente, é um dos mais nobres desígnios da escola. Sendo que esse princípio está consagrado nos currículos e é também um dos grandes objetivos do Plano Nacional de Leitura (PNL). Arriscamo-nos mesmo a dizer, que ler autonomamente, é uma das coisas mais valiosas que alguma vez podemos ter na vida.   Não valerá a pena salientar o quão valioso é saber ler autonomamente coisas úteis e práticas, como contratos bancários, manuais de instruções, o código da estrada ou bulas de medicamentos, acerca disso não há quaisquer dúvidas. Vale a pena salientar, isso sim, o quão valioso é ler autonomamente um livro. Não nos referimos a livros técnicos ou de estudo. A leitura autónoma desse tipo de livros será importante por razões profissionais ou académicas, mas não é exatamente esse o ponto que queremos salientar. O que queremos salientar é a leitura autónoma de obras literárias: de livros de poesia, dos que contam histórias