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A mostrar mensagens de abril, 2024

Terá sido o 25 de Abril romântico, abstrato ou antes Pop?

  A propósito dos 50 anos do 25 de Abril, muito se falou nos últimos tempos dessa revolução. Queremos hoje prolongar mais um pouco essa conversa, no entanto, queremos fazê-lo sob um ângulo raramente abordado, ou seja, pretendemos tentar dar uma resposta à questão que dá título a este texto, terá sido o 25 de Abril romântico, abstrato ou antes Pop?   Para tal, antes de irmos ao 25 de Abril, vamos primeiro a duas outras revoluções. É possível que as revoluções mais marcantes da História tenham sido a francesa e a soviética. A primeira aconteceu em 1789 e a segunda em 1917.   A arte capta sempre o ar do tempo , ou seja, o pulsar e o sentir de uma determinada época e das suas gentes. Muitas vezes antecipa o que está para vir, noutras é o que melhor ilustra o que sucedeu ou ainda está a acontecer. Em qualquer dos casos, uma coisa é certa, a arte apresenta-nos invariavelmente as imagens mais representativas daquilo que funda todo e qualquer presente.   Vejamos um exemplo, olham

Moscovo não acredita em lágrimas

Vamos cumprir a nossa promessa de ontem e falar-vos da Rússia, das suas histórias e dos seus escritores. Nas gentes russas existe um imenso pudor em deixar ver o quão intenso é o que lhes vai por dentro, sobretudo a tristeza. Talvez por isso, haja um ancestral dito que reza assim: Moscovo não acredita em lágrimas. Acrescentamos nós, que se Moscovo não acredita em lágrimas, tão-pouco acreditará São Petersburgo. As duas cidades são o verso e reverso da alma russa. São Petersburgo era a capital dos Czares, uma cidade bela e imperial, Moscovo foi elevada a capital pelos bolcheviques após a revolução de 1917, é rude, misteriosa e possui uma aura quase asiática. São o oposto uma da outra, mas estão profundamente interligadas. Há lá coisa mais interessante sobre a superfície da Terra, do que aqueles milhares de quilómetros de linha férrea que ligam São Petersburgo a Moscovo e vice-versa? Não o dizemos por pelo caminho haver muito que ver, mas sim porque, quando chegamos às estações de São Pet

Moscovo é longe de Lisboa, e portanto é normal dar barraca no Palmeirim.

  Estávamos nós ontem muito sossegados da nossa vida, quando em má hora e em consequência de um súbito transtorno mental, decidimos ligar a televisão no primeiro canal. Não contentes com tal, fomos ainda mais audazes e não fizemos a coisa por menos, pusemos-nos logo a assistir a um concurso de cultura geral. O dito programa passa na RTP 1 e chama-se Joker. Verificámos também que é apresentado por um conhecido rapaz, que se chama Vasco Palmeirim. Enfim, foi um serão mesmo tipo à maluca. Em boa verdade, nós já devíamos saber que ver concursos de cultura geral, é coisa que não nos convém fazer. É tal e qual como comermos fritos, enchidos, gorduras e outras coisas que tais. Ou seja, sabemos de antemão que a ingestão de tais comezainas só nos vai fazer mal, mas ainda assim cedemos à tentação de as comer. E foi o que sucedeu, caímos em tentação e vimos um bocado do concurso do Vasco Palmeirim, foi para aí cinco minutos ou mais. Claro está que passámos toda a noite agoniados, com azia e com d