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Capítulo XVII - Como andar tristonho e mal-disposto em agosto…com cinema português

  Neste décimo sétimo capítulo da nossa série de verão “Como andar tristonho e mal-disposto em agosto” vamos falar-vos do cinema português. Quando falamos de cinema português temos logo um problema, que em boa verdade é uma questão que é tanto nacional como do resto do mundo, ou seja, “o que é o cinema?” Há uma diferença radical entre um filme que serve para nos entreter enquanto comemos umas pipocas e bebemos um refrigerante numa qualquer sala de um centro comercial, e um outro filme diferente, que nos faz refletir e nos dá a ver a vida a partir de perspectivas sob as quais nunca a vimos. Dizemos que vamos ao cinema em ambas as situações, seja para passar o tempo com um popular produto audiovisual proveniente da indústria do entretenimento, seja também para experimentarmos aquilo que de mais profundo a sétima arte nos consegue dar a ver e a contemplar. Em síntese, quando vamos ao cinema podemos estar a fazer duas coisas completamente distintas, muito embora a designação seja a mes...

António um rapaz de Lisboa. E do Vicente, ninguém diz nada?

É verdade! Há quem acredite ser António o padroeiro de Lisboa, mas desde 1173, vejam lá há que anos, que é Vicente o santo padroeiro da cidade. António era um rapaz de Lisboa, Vicente transformou-se num. São Vicente foi um mártir espanhol que viveu entre os séculos III e IV, mas enquanto vivo nunca pôs os pés perto da fronteira com Portugal (que a bem dizer, ainda não existia), quanto mais em Lisboa (que existia, mas se chamava Olissipo).   Reza a lenda, que São Vicente ter-se-á recusado a adorar os deuses do Império Romano e a renunciar à fé cristã. Consequentemente, foi condenado à morte. Consta que o seu corpo terá sido lançado ao mar, mas, acompanhado por dois corvos, voltou a terra devolvido pelas marés: milagre.   Centenas de anos depois, por volta do século VIII, quando os mouros ocuparam a Península Ibérica, os cristãos colocaram o corpo de São Vicente num barco e lançaram-no à deriva no mar, na esperança que, por milagre, isso os salvasse. Não os salvou. No en...

Cumpriu-se abril, Portugal é um país novo, irreverente e alegre, ou seja, moderno.

Todos sabemos que a revolução de abril foi iniciada pelos militares. Todos sabemos que as suas causas, para além das diretamente relacionadas com as guerras de África, eram políticas. Todos queriam melhores condições económico-sociais, mais desenvolvimento e, sobretudo, liberdade. Isso já todos sabemos, razão pela qual, não é disso que vos queremos hoje falar. Queremos falar-vos de uma outra coisa que em abril também muitos queriam, a saber, ser modernos.   Terão sido muitos, os que no dia 25 de abril de 1974 finalmente perderam o medo e se deixaram ver, saindo para as praças, ruas e avenidas deste país. Assim foi, porque eram tantos os que já não aguentavam mais viver vidas esconsas e obscuras num país esclerosado e estagnado, em que o melhor que se podia esperar era não se ter grandes chatices, ir-se andando, e que a um dia se seguisse um outro igual ao anterior. Muitos ansiavam por dias diferentes, melhores. Melhores não só em termos políticos, sociais e económicos, mas ...