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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2025

Os filhos de Musk versus os filhos de Portugal

O rapaz chama-se   X Æ A-12 e é filho de Elon Musk, sendo que aqui há umas semanas apareceu com o pai na Sala Oval em Washigton, e de repente o mundo inteiro soube que ele existia. O seu nome é um tanto ou quanto estranho, mas pelos vistos o seu progenitor tem uma explicação para isso, vejamos qual. O “X” é uma referência à “variável desconhecida”, a ligação das letras “Æ” é pelo pai associada à “AI”, uma referência à inteligência artificial, por fim, “A-12”, é o modelo de avião favorito do papá Musk. Musk nomeou o seu filho de acordo com os seus próprios gostos e interesses, ou seja, algoritmos matemáticos, inteligência artificial e aviões. Imaginemos que um qualquer vulgar cidadão português, quisesse baptizar uma cria sua usando a mesma metodologia do Elon Musk. Façamos esse exercício, mas sem nos referimos a nenhum tipo de cidadão português em específico, mas sim a um cidadão português genérico, um que represente os gostos e interesses simples da vasta maioria dos nossos compatr...

O pintor de Lisboa

“O Pintor de Lisboa", é assim que se chama a Carlos Botelho, que em Lisboa nasceu, em Lisboa viveu e aí morreu. Veio ao mundo em 1899 no n.º 65 da Avenida da Liberdade, foi nesse prédio que ainda hoje lá está, o local onde cresceu. Estudou no Liceu Pedro Nunes e em 1922, era já então empregado bancário, casou-se com Beatriz dos Santos, uma professora primária que tinha à data da boda 19 anos. Em 1930 Botelho deixa a Avenida e muda-se para uma casa na Mouraria, na Calçada Marquês de Tancos, não muito longe do Castelo de São Jorge. Era uma casa a que a sua mulher teve direito, por exercer a profissão de professora primária numa escola aí próxima. Era a casa que ambos habitavam, mas era simultaneamente o atelier onde o pintor trabalhava. As vistas que via da janela dessa casa, bem como as dos miradouros e ruas de Alfama e da Mouraria, foram o seu tema de eleição durante a vida inteira. O casario antigo da cidade, assim como os seus becos e pequenos largos, são uma constante nas suas ...

Um cais com gares em que se embarca para a(s) história(s)…

Muitos anos depois, estão novamente à vista os painéis que Almada Negreiros desenhou para a Gare Marítima de Alcântara e para a Gare da Rocha do Conde de Óbidos, uma e outra em Lisboa. Entre ambas, a distância é de umas meras centenas de metros, coisa pouca portanto. Diante das duas, encontra-se o Tejo e o vasto mar, e atrás de cada uma delas, há pedaços não suficientemente recordados da história da cidade, e quiçá do país. Um desses pedaços de história é protagonizado pelo arquiteto Pardal Monteiro, que, não por acaso, projetou ambas as gares. As suas obras marcaram decisivamente a cidade de Lisboa, sendo ele provavelmente, o mais importante arquiteto português da primeira metade do século XX. São de Pardal Monteiro, obras tão icónicas da capital como a Estação do Cais de Sodré, o Instituto Superior Técnico, o antigo edifício do Diário de Notícias, a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, a Biblioteca Nacional, a Universidade de Lisboa, o Laboratório de Engenharia Civil e os hotéis Tivoli...