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Um cais com gares em que se embarca para a(s) história(s)…


Muitos anos depois, estão novamente à vista os painéis que Almada Negreiros desenhou para a Gare Marítima de Alcântara e para a Gare da Rocha do Conde de Óbidos, uma e outra em Lisboa.
Entre ambas, a distância é de umas meras centenas de metros, coisa pouca portanto. Diante das duas, encontra-se o Tejo e o vasto mar, e atrás de cada uma delas, há pedaços não suficientemente recordados da história da cidade, e quiçá do país.

Um desses pedaços de história é protagonizado pelo arquiteto Pardal Monteiro, que, não por acaso, projetou ambas as gares.

As suas obras marcaram decisivamente a cidade de Lisboa, sendo ele provavelmente, o mais importante arquiteto português da primeira metade do século XX.

São de Pardal Monteiro, obras tão icónicas da capital como a Estação do Cais de Sodré, o Instituto Superior Técnico, o antigo edifício do Diário de Notícias, a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, a Biblioteca Nacional, a Universidade de Lisboa, o Laboratório de Engenharia Civil e os hotéis Tivoli, Ritz e Mundial, já para não falar de inúmeros imóveis de habitação.

Feitas as contas, a conclusão é simples, Pardal Monteiro deixou uma marca indelével na história de Lisboa. Digamos que a cidade, tal como hoje a conhecemos, foi em grande parte por ele desenhada. Da sua mente surgiram linhas que depois as suas mãos traçaram, linhas e traços com os quais foi erguida grande parte da Lisboa moderna.

Uma coisa é certa, mesmo que os manuais escolares possam não referir o nome de Pardal Monteiro, a verdade é que as obras por si assinadas, deixaram um rastro forte e perene na história da cidade, facto que, a nosso ver, não é suficientemente lembrado.

A Pardal Monteiro, para o homenagear, deram-lhe o nome de uma rua lá para Chelas e pronto, já não foi nada mau.


As já referidas gares, estão também associadas a acontecimentos, que não estando esquecidos, também não nos parece que sejam suficientemente recordados. Com efeito, foi delas, das gares, que partiram centenas de milhares de homens, para combater uma guerra contra os movimentos de libertação dos territórios colonizados por Portugal.

Está em grande medida por fazer, a história dos imensos traumas de todos aqueles que, de um momento para o outro, tiveram de partir, subitamente arrancados às suas vidas e famílias. Bem como também, está igualmente por fazer, a história que nos relate a profunda tristeza sentida por todos os que por cá ficaram a acenar no cais, à espera do regresso daqueles que partiram para a guerra.


Ainda assim, escritores e cineastas foram começando a contar as histórias de muitos que dessas gares partiram, e também dos que nelas ficaram a acenar. Um notável exemplo disso mesmo, é o romance de Lídia Jorge, “A Costa dos Murmúrios”, uma obra de 1988.

O livro de Lídia Jorge foi posteriormente adaptado ao cinema, mais concretamente em 2004, e é dessa película, que abaixo vos deixamos um excerto. Do que esse pedaço de filme nos fala, é de homens. Homens que antes, quando estavam no continente, eram de uma determinada maneira, e que depois, ao fim de uns tempos na guerra, se transformaram em qualquer coisa de diferente.

Antes de terem partido, muitos deles eram homens gentis. Após algum tempo a guerrear, esses mesmos, os que eram gentis, gostam de pegar em armas e matar.

Este excerto do filme fala-nos também de mulheres, dessas que acreditavam conhecer os seus homens, mas que de repente, ao verem-nos na guerra de África, os estranham, pois veem-nos divertidos aos tiros.



Não menos notável que “A Costa dos Murmúrios”, é a adaptação cinematográfica das cartas que o romancista António Lobo Antunes escreveu à sua mulher, que o esperava em Lisboa, enquanto ele esteve a cumprir o serviço militar em África. O filme, “Cartas da Guerra”, foi realizado por Ivo M. Ferreira e data de 2016. Aqui fica o trailer:



Só pelo arquiteto Pardal Monteiro, e por terem sido o cais de despedida de centenas de milhares que partiram para África, já a Gare Marítima de Alcântara e a Gare da Rocha do Conde de Óbidos mereciam um lugar de destaque absoluto na História de Portugal, mas dito isto, há mais, a saber, os painéis de Almada Negreiros.


Não há conjunto mural tão importante em Portugal, como os das gares de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos. Na imagem acima, o que vemos é um tríptico da segunda dessas gares, cujo título é “Domingos Lisboetas”.

No painel à esquerda temos um passeio de barco, sendo que o dito vai sobrelotado. No painel central, vemos varinas descalças, sendo que são africanas. No painel à direita, saltimbancos, que à época atuavam pelas ruas de Lisboa, em busca de esmolas.

Só por este tríptico se vê, que a imagem que Almada Negreiros dava da capital, não era a que mais agradava ao regime de então. Imagine-se a reação dos senhores ministros do Estado Novo, e até do Presidente do Conselho, ao saberem que os estrangeiros que desembarcam no glorioso solo português, logo a primeira coisa que viam eram varinas descalças, gente amontoada num barco e saltimbancos que viviam da caridade alheia.

Foi mesmo por causa dessa triste imagem de Portugal, que à data houve ordens superiores para que os painéis da Gare da Rocha do Conde de Óbidos fossem destruídos, todavia, por acasos do destino, resistiram.

Na parede oposta à referida, há um outro tríptico, este intitula-se “A Partida dos Emigrantes”, um tema que também não era lá muito bem-visto, pelo regime de então.


Na Gare Marítima de Alcântara há oito pinturas murais, que se distribuem por dois trípticos e duas composições isoladas. Um dos painéis isolados intitula-se “Ó terra onde eu nasci”, sendo que os três painéis de um dos trípticos têm por tema a cidade de Lisboa, tendo por título “Quem não viu Lisboa não viu coisa boa”.

Nesse tríptico, entre outras coisas, mostra Almada o árduo trabalho de três mulheres carvoeiras, mais um assunto incómodo para as autoridades.


Na parede oposta da mesma Gare de Alcântara, três painéis constituem um outro tríptico, este com o título “Lá vem a Nau Catrineta que traz muito que contar”. Conta-se nessa história, as aventuras e desventuras de um navio quinhentista, que saiu de Pernambuco em 1565 com destino a Lisboa.

A nau foi saqueada por corsários e deixada à sua sorte no alto mar, todavia, por intervenção divina, após muito passar, lá acabou por chegar a Lisboa. Aqui fica o início do poema que narra essa história:

Lá vem a nau Catrineta 
Que tem muito que contar! 
Ouvide, agora, senhores, 
Uma história de pasmar.
Passava mais de ano e dia 
Que iam na volta do mar 
Já não tinham que comer, 
Já não tinham que manjar.
Deitaram sola de molho 
Para o outro dia jantar; 
Mas a sola era tão rija 
Que a não puderam tragar.
Deitaram sorte à ventura 
Qual se havia de matar; 
Logo foi cair a sorte 
No capitão-general.
Sobe, sobe, marujinho, 
Àquele mastro real, 
Vê se vês terras de Espanha, 
As praias de Portugal.
"Não vejo terras de Espanha, 
Nem praias de Portugal…”


O painel isolado é dedicado à lenda de D. Fuas Roupinho, embora metade da composição seja ocupada por mulheres e homens pescadores, em trabalho ou em descanso.

D. Fuas Roupinho era um guerreiro português da época da reconquista cristã, era devoto de Nossa Senhora da Nazaré.

Um dia, resolveu ir à caça. Montado no seu cavalo, D. Fuas Roupinho vê passar um vulto negro e estranho. Pensando ser um veado, perseguiu-o. Quando estava prestes a apanhá-lo, viu-se perante um precipício, sobranceiro ao mar. Aflito, clama por Nossa Senhora da Nazaré. O cavalo detém-se de repente, e empina-se no limite de cair no abismo, no entanto, por milagre, cavaleiro e cavalo salvam-se. O veado era o demónio que logo se desfez em fumo.

As patas traseiras do cavalo ficaram gravadas no rochedo da Nazaré e, dizem as gentes, ainda hoje podem ser vistas.


Disse Almada Negreiros acerca dos painéis que desenhou para as gares marítimas de Lisboa o seguinte: “creio não haver antes cumprido melhor, nem feito obra que fosse mais minha”. Também por isso, ou seja, pelo que Almada disse, são as gares momentos imprescindíveis da História de Portugal.

Mesmo junto à Gare da Rocha do Conde de Óbidos, há uma obra de Vhils. Nela está retratada, uma refugiada judia, que fugia dos nazis e aguardava em Lisboa, por um navio que a levasse até à América.

Nesse entretanto, enquanto esperava, escreveu uma carta e sentou-se junto ao marco do correio mesmo junto ao cais. Depois da carta escrita, colocou-a no marco de correio, que ainda hoje, muitas décadas depois, continua no sítio onde à espera estava. Foi num desses momentos, que um fotógrafo, Roger Kahan, a retratou.


A história dos judeus fugidos ao nazismo que passaram por Lisboa, não é desconhecida, mas é mais uma daquelas, que a nosso ver não é suficientemente recordada. Por assim ser, é de aplaudir, que Vhils tenha criado um mural, mesmo junto à Gare da Rocha do Conde de Óbidos, com a refugiada judia que em tempos ia a caminho da América.

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