Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2025

Como reconhecer um estúpido (num mundo cheio deles)

Foi este mês reeditado em Portugal um muito útil ensaio do grande escritor austríaco Robert Musil (1880-1942). O título do livro é “Como reconhecer um estúpido (num mundo cheio deles)”, sendo que, nas edições anteriores em português dessa mesma obra, os tradutores optaram por lhe dar títulos diferentes, como por exemplo, “Da Estupidez” ou “Sobre a estupidez”. Robert Musil escreveu esse ensaio, partindo de uma conferência que proferiu em Viena em 2 e em 17 de março de 1937. O que o escritor nos tenta fazer compreender, é o que é ser-se estúpido. Dizemos tenta, porque como de seguida veremos, a estupidez não é algo que seja fácil de explicar no que consiste. Normalmente associa-se a estupidez à falta de inteligência, contudo, não é isso que Robert Musil faz. Para o autor, a inteligência e a estupidez não são coisas antagónicas, pois segundo ele diz, ambas andam frequentemente de mãos dadas. Uma pessoa pode ser bastante inteligente quando considerada individualmente, todavia, essa mesma e...

Sem gente vinda de fora, Lisboa e Portugal inteiro seria uma aldeia

A avaliar pelos resultados das últimas eleições legislativas, uma percentagem considerável dos nossos concidadãos adoraria que Portugal fosse um lugar pacato e recatado, em que não houvesse ninguém vindo de fora, que trouxesse cá para dentro hábitos, práticas e costumes diferentes daqueles de sempre.   Pelos vistos, para uma parte significativa dos portugueses, o ideal de vida em comum que possuem, é aquele que se exalta numa velha cançoneta, na qual se rezava assim:  “Na minha aldeia não há ódio, mas estimas, tem-se amor à vida alheia, todos são primos e primas, sem ambições, cada qual seu pão granjeia, e à noite há serões, à luz da candeia”.   Abaixo uma imagem do filme “Aldeia da Roupa Branca” de 1939.   Lisboa, a capital deste país, desde os tempos quinhentistas, sempre foi uma cidade cosmopolita, constantemente atravessada por gente vinda dos múltiplos continentes, contudo, houve uma época, a que decorreu durante grande parte do século XX, em que a quiseram tran...