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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2024

Agasalha-te filho, que ainda apanhas uma distopia.

Vêm aí mais uma série de provas de aferição em formato digital. À semelhança do que sucedeu em anteriores ocasiões, é provável que muitos pais e encarregados de educação deixem os seus filhos em casa, pois opõe-se às provas realizadas nesses moldes. Fazem bem, pois que assim as suas crias podem aproveitar o dia para jogarem no computador ou no tablet e para pesquisarem as últimas novidades nos seus perfis das redes sociais. Serão certamente momentos bem passados para todas essas crianças e jovens. Mudemos de assunto. Dantes, não sabemos se agora também, as mães nacionais diziam aos filhos que iam para a escola, e isto independentemente da idade deles e mesmo que já fossem maduros, agasalha-te bem que vais apanhar frio e ainda te constipas. Diziam-no durante a invernia, mas igualmente noutras estações do ano bastantes mais quentes. Hoje em dia, para além das friagens, a maior aflição são as distopias. Há por cá o medo generalizado de que uma criança ou jovem vá à escola e venha de lá co...

Há Cannes que o cinema português merecia um prémio assim.

  O título deste texto é uma espécie de trocadilho entre “há que anos” e “Cannes”, admitimos que alguns não o considerem particularmente brilhante, mas isso já nós calculávamos, pois não há quem consiga agradar a gregos e a troianos. Em qualquer dos casos, sejais vós gregos ou troianos, o importante é perceber que o título desta nossa prosa vem no contexto do prémio que, há uns poucos dias, foi atribuído pelo júri do Festival de Cannes, ao cineasta português Miguel Gomes pelo seu novo filme, “Grand Tour”. O festival existe desde 1946 e nunca Portugal tinha tido um prémio tão bom, apenas houve recompensas para uma ou outra curta-metragem ou para um pequeno filme de animação, distinções menores, quando comparadas com esta. Um galardão de tal dimensão e importância para o cinema nacional, como o desta ocasião, aconteceu pela primeiríssima vez. Não é que antes já não tivesse havido filmes portugueses que o mereceram, contudo, por isto ou por aquilo, nunca tal tinha sucedido. O inédito ...

Fugir para a rua, ou o porquê do número quatrocentos.

  Como terão reparado, na imagem, há alguém que anda pelo telhado. Não o devia fazer pois é perigoso e além disso os telhados não foram feitos para se caminhar por cima deles. O homem é François Truffaut e não estava ali a fazer nada de útil, como por exemplo, a mudar as telhas ou a desentupir o algeroz, subiu simplesmente ao telhado para ver a cidade de uma outra maneira, de uma perspetiva inabitual. Truffaut era um bocado rebelde, mas não é de nada disso que hoje vos vamos falar. Aqui há uns tempos, não muito distantes, até mesmo bem recentes, constatámos com espanto, que já escrevemos para este blog mais de quatrocentos textos. Ao dia de hoje, pretendemos assinalar esse marco. Melhor dizendo, não propriamente o número quatrocentos, mas antes sim “o mais de quatrocentos”. Quem nos lê poderá questionar-se sobre o porquê de assinalarmos “o mais de quatrocentos” textos, e nada termos dito aquando dos quatrocentos certos, nem tão-pouco dos duzentos ou dos trezentos. Perante tal, talv...