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A mostrar mensagens de outubro, 2024

Tentaste, falhaste miseravelmente, a lição a retirar é nunca mais voltes a tentar (Homer Simpson)

De quando em vez, deparamo-nos com uma passagem supostamente de cariz motivacional, em que se reza assim: “ Tentar de novo. Falhar de novo. Falhar melhor ”.  O autor deste excerto é o dramaturgo Samuel Beckett (1906-1989) e, ou muito nos enganamos, ou há um enorme equívoco no atual e recorrente uso que muitos fazem dessas suas palavras.   Com efeito, basta que façamos uma breve pesquisa na internet, para percebermos que essas palavras de Beckett, “Tentar de novo. Falhar de novo. Falhar melhor”, têm sido usadas em todo o tipo de formações profissionais, sessões grupais e terapias psico-emocionais, como se fossem uma espécie de incentivo ou de encorajamento.   Seja o ambicioso gestor que tem tentado subir na vida sem grande sucesso mas que não desiste, a criança com dificuldades de aprendizagem, o rapaz com problemas de auto-estima pois as meninas não lhe ligam, a jovem que possuiu talento para artista mas tarda em ser reconhecida, a senhora de meia-idade que anda entediada, o

O que querem as mulheres? Que lhes desarrumem o Centro.

  “O que as mulheres querem” é o título de uma comédia de Hollywood protagonizada por Mel Gibson. A tese que o filme ilustra em tom de comédia, é de que as mulheres querem um imenso rol de coisas e algumas delas contraditórias. Foi precisamente isso, o que o personagem principal da história acabou por descobrir após ter tido um estranho acidente, cuja consequência foi passar a saber o que pensam as mulheres. Nesse contexto, ficou a perceber que as mulheres querem que alguém as desarrume completamente, mas também o contrário, pois têm receio que algo se estrague, risque, amolgue ou parta e elas querem (e não querem) permanecer intactas. Aqui fica um clip: Uma questão que tem atravessado o mundo da arte nos últimos tempos, é se eventualmente as mulheres foram discriminadas ao longo da história, e as “artistas femininas” nunca terão sido devidamente reconhecidas, tendo sido arrumadas num lugar irrelevante. Leonardo da Vinci é considerado um génio, Van Gogh também e Picasso não lhes fica a

O fado interdisciplinar tem mais graça

  O fado é a canção nacional, e mesmo pertencendo a todo o país, de norte a sul, do litoral ao interior, é com Lisboa que tem mais afinidades e mais íntimas relações.  Durante largas décadas, o fado exaltou sobretudo as mágoas, as desgraças e os tristes destinos. Não era obrigatório que assim fosse, mas foi.   De algum modo, ao longo de todo esse imenso tempo, o fado foi o veículo privilegiado para expressar uma ancestral característica nacional, a saber, o coitadismo. Tal termo designa as gentes que continuamente se lamentam, e que acham sempre que não vale a pena fazer-se nada, que o melhor é ir-se deixando andar. Por consequência disso, a tais gentes não lhes caem bem mudanças e alterações, e têm uma forte tendência para embirrar com quem faz (ou tenta fazer) algo de distinto e diferente.   Em síntese, o coitadismo para além dos lamentos, cultiva simultaneamente o espírito de rés-do-chão, ou seja, o da vizinha maldizente que está permanentemente à coca a ver se há novidade