Continuamos hoje a nossa já extensa série de textos dedicados às fitas de Verão, estação do ano em que é costume fazerem-se prolongadas viagens em direção a distantes paragens. É certo que agora as viagens já não parecem ser tão dilatadas, há pacotes com tudo organizado ao milímetro e com horas cronometradas ao minuto, de modo a que os turistas possam ir a qualquer um sítio do mundo sem perder mais tempo do que o suficiente para tirarem muitas fotos, as publicarem nas suas redes sociais, e de caminho comprarem uns souvenirs para depois regressarem a casa contentes e felizes da vida. Mas daquilo que hoje vamos falar é desses tempos em que a palavra viagem ainda rimava com a palavra aventura, e em que viajar implicava imprevisibilidade e demoradas deslocações e esperas. Pensemos por exemplo, nessas longas viagens de comboio de tempos não assim tão distantes, que duravam dez, quinze, vinte ou mais horas, e em que nas quais se fazia a travessia de um dia e de uma noite inteira, para se che...
Continuamos hoje a nossa série de textos dedicados a fitas de Verão, sendo que desta vez vamos até Praga, mas não à actual, que é perfeita para weekend city break’s, para nómadas digitais e para excursões de reformados. A Praga a que vamos é a capital de um país que já não existe, e que se chamava Checoslováquia. A mais célebre estação do ano nessa antiga capital europeia nem sequer é o Verão, é sim a Primavera de Praga, primavera essa, que terminou abruptamente em 21 de agosto de 1968. Findou com tanques a entrar por Praga afora num dia de Verão. Antes desse dia 21 de agosto de 1968, a Checoslováquia, mas sobretudo a cidade de Praga, andavam inquietas. A vida tal como a viviam os checoslovacos já não fazia sentido, tudo era demasiado pastoso, havia regras em excesso, a burocracia reinava, as pessoas eram vigiadas e controladas, e a descrença geral estava instalada. Nisto, ali por meados da década de 60, surgem jovens escritores, artistas, músicos e cineastas que vêm agitar águas....