A expressão “ver-se grego” significa estar em dificuldades ou ter de resolver algo de muito complexo ou complicado. A explicação para essa expressão tem origem na intricada língua helénica, pois o grego sempre foi considerado como sendo um idioma difícil. Se conhecerem o alfabeto grego, entendem o queremos dizer. Na Idade Média, aqueles que faziam transcrições ou traduções do grego usavam muito este dito: “Graecum est, non legitur”, ou seja, «É grego, não se entende». É por essa razão que ainda hoje dizemos: “Isto para mim é grego”. Mas dito isto, o facto é que a cultura grega antiga está presente na nossa língua, no nosso pensamento, na nossa arte e na nossa alma. Somos muito mais filhos da Grécia do que de qualquer outro país. Atentemos por exemplo nalgumas expressões que usamos comumente e cuja origem é grega. Comecemos por uma das mais conhecidas, o amor platónico. Platão há 2400 anos definiu o amor como um caminho que nos conduz à beleza e aos mais altos ideais humanos. No fundo,
“Instruções para viver a vida. Está atento. Espanta-te. Fala disso.” Este é um breve poema da poeta norte-americana Mary Oliver, que viveu entre 10 de setembro de 1935 e 17 de janeiro de 2019. Um seu outro poema intitulado “Algumas questões que podemos colocar”, inicia-se do seguinte modo: “A alma é sólida como o ferro? Ou é delicada e frágil…” Provavelmente, uma das melhores respostas que existe para a questão “A alma é sólida como o ferro? Ou delicada e frágil…”, é a que nos foi dada pelo escultor Alberto Giacometti (1901-1966). Com efeito, as suas esculturas de figuras humanas, sendo efetivamente de um metal tão sólido como o ferro, no caso o bronze, transmitem-nos simultaneamente uma intensa sensação de delicadeza e fragilidade. Foi depois do final da Segunda Grande Guerra Mundial, ou seja, no período já pós-Auschwitz, que Giacometti decidiu dedicar-se à figura humana. Por consequência, as suas esculturas posteriores ao conflito armado são conscientes do quão frágeis são os huma