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Mensagens

Turim, claro que sim!

Há sítios cuja fama é pouca ou quase nenhuma, é esse o caso de Turim, cidade do norte de Itália, situada mesmo junto aos altos Alpes. Uma vez em Itália, todos dizem adorar Roma, de Veneza e Florença diz-se que são lindíssimas, é dito que Milão é sofisticada e está sempre na moda, e que Nápoles é pitoresca e popular, contudo, acerca de Turim, ninguém diz nada. Todavia, nós estamos aqui para corrigir essa tremenda injustiça. Foi na bela, complexa e aristocrática cidade de Turim, que um dia Friedrich Nietzsche se agarrou ao pescoço de um cavalo e se pôs a chorar. Ao que se sabe, Nietzsche terá assistido ao cavalo a ser espancado pelo seu cocheiro, e foi tal situação, que provocou em si tão emotiva reacção. O facto é que a partir desse instante, Nietzsche nunca mais foi o mesmo, tendo levado o resto dos seus onze anos de existência, completamente embrenhado em graves problemas do foro mental.   Milan Kundera, no seu...
Mensagens recentes

Pizzas, mozzarelas e boleros mexicanos

E de repente acontecem coisas extraordinárias por esse mundo fora, então não é que a cozinha italiana foi declarada Património Imaterial da Humanidade? Estávamos à espera de ver todos os telejornais a abrirem com esta fenomenal notícia, todavia, nada, nem uma mera e breve referência a tal tema, zero, niente. Em nosso entender está mal. Que raio de critérios editoriais, seguirão as redacções das TV’s nacionais? Guerras, hospitais, desastres e politiquices são a toda a hora, agora acerca da paparoca, nem uma palavra sequer.   A notícia é tanto mais formidável, por quanto é a primeira vez que a UNESCO distingue toda a culinária de um país inteiro com o título de Património Imaterial da Humanidade.   Com efeito, até agora, a UNESCO só tinha distinguido pratos e gastronomias regionais, como por exemplo, a cozinha do Michoacán, no México, a dieta japonesa washoku, o kimchi coreano ou o borscht ucraniano, distinguir a culinária de um país de inteiro, foi portanto algo de ab...

Os pobrezinhos bonzinhos, os maus, as crianças e também uma poeta

O Natal aproxima-se, as ruas estão enfeitadas e todos andam às compras. Neste entretanto, o Banco Alimentar na sua campanha natalícia deste ano, angariou 2.150 toneladas de alimentos. A campanha decorreu em mais de duas mil superfícies comerciais do país. Na verdade dá muito jeito que as campanhas solidárias decorram em superfícies comerciais, visto que assim sendo, uma pessoa vai às compras e de caminho aproveita logo para ser solidária. Mata-se dois coelhos de uma cajadada, como é uso dizer o bom povo português. É bem pensado por quem organiza estas ações de solidariedade, com efeito, não seria nada prático se uma pessoa tivesse que ir ser solidária noutros sítios. Imagine-se que se tinha de ir levar alimentos a certos bairros problemáticos, onde as gentes que lá habitam deles necessitam… era um castigo! Primeiro porque tais bairros ficam sempre fora de mão, e segundo porque diz-se por aí, que alguns desses sítios até são perigosos e isso tudo. É muito melhor tal e qual como está, é-...

É Natal. Adília morreu, Marx e Frank também, e eu já não me estou a sentir nada bem!

  É inverno em Lisboa. As luzes natalícias iluminam toda a Avenida. Pela principal artéria da cidade (como se diz nos telejornais), há lojas de luxo com montras a brilhar. Sapatos, roupas, relógios e demais produtos dão-se a ver em todo o seu esplendor, acendendo em quem passa ânsia de consumo e o desejo de comprar. Seria um regalo para Karl Marx, se pudesse passear pela Avenida abaixo e ver o quanto estava certo, quando falava do fetichismo da mercadoria. Ocorre-nos até a ideia, de que Karl Marx, com as suas longas barbas brancas e o seu ar anafado, tem muitas parecenças com o Pai Natal. Aparentemente, não fomos os primeiros a ter essa ideia, pois fomos pesquisar na internet, e muitos outros antes de nós já tinham pensado no mesmo. Mais a mais, que quer o Pai Natal, quer o Karl Marx, são grandes apreciadores do vermelho. Observamos as lojas de luxo da Avenida, vemos quem nelas trabalha, o tipo de atendimento personalizado que ali se faz, a fina clientela, e percebemos o quão dista...