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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2025

Kiss, kiss, bang, bang, Bangladesh…

  A história de Salim Sinai começa ainda antes dele ter nascido, inicia-se algures em Caxemira durante a gélida primavera de 1915.  Em dado momento, o seu avô, o então jovem médico Dr. Aadam Aziz, ao realizar as suas orações, estando ajoelhado, dobrou-se em direção ao solo para o beijar e bateu em cheio com o nariz no chão, num pequeno monte de terra enregelada. Como seria expectável, o embate entre o seu nariz e a terra fria e dura, deixou o Dr. Aadam Aziz zangado. Vejamos a descrição desse instante: " Três gotas de sangue soltaram-se da sua narina esquerda, endureceram instantaneamente no ar gelado e caíram, diante de seus olhos, como que transformadas em rubis, sobre o tapete de oração. Ergue-se e percebe que as lágrimas que lhe haviam surgido nos olhos também se tinham solidificado; e naquele momento, enquanto desdenhosamente afastava pequenos diamantes de gelo dos olhos, ele decidiu que nunca mais voltaria a beijar a terra por nenhum deus ou homem.” Duas gerações depois, ...

Filmes que não acompanham bem com pipocas, que são “bigger than life”!

“Bigger than life” era uma expressão muito usada há décadas, para publicitar filmes épicos, ou outros cujas histórias tocavam na mais profunda essência da existência humana. É de três destes últimos, de que hoje vos vamos falar. Em Portugal, “Neste ano fecharam 37 salas de cinema em multiplex e mais nove estarão em vias de se apagar” . É este o título de uma notícia da semana que passou do jornal Público. Tal facto não é propriamente uma novidade, para o constatar basta olhar para o mapa abaixo, de 2021, com a distribuição do número de espectadores no território nacional. Em 195 concelhos deste país, não houve sequer uma única pessoa a ir ao de cinema, nem podiam, pois neles não existe qualquer sala, uma vez que ano após ano foram encerrando. Genericamente, com excepção de Lisboa e do Porto, no resto do país, ninguém, ou muito pouca gente, vai ao cinema. Dito isto, vamos citar uma outra notícia recente: “Depois de um ano recorde em 2024, o cinema Nimas, em Lisboa, continua a ser a sala...

A aventura continua…

  Hoje, de telemóveis na mão, é fácil registarmos imagens em movimento, sendo que por tudo e por nada, recorrentemente o fazemos.   Raras vezes tais imagens nos revelam algo da poesia e da beleza que há no mundo, dificilmente o poderiam fazer, pois para que tal acontecesse seria indispensável que se contemplasse a vida com um olhar artístico.   Em dado momento de finais do século XIX, o cinema foi inventado, por consequência, as imagens em movimento passaram a poder ser registadas e eternizadas.   Essa invenção foi atribuída aos irmãos Lumière, que ao longo de uns quantos anos realizaram centenas de filmes, todos eles com aproximadamente um minuto de duração. Iniciou-se portanto nesse instante uma grande aventura, uma que ainda perdura: a sétima arte.   Os irmãos Lumière registaram e eternizaram na fita o que viam, ou seja, esse mundo que existiu entre o final do século XIX e o início do XX. Eles filmaram as gares, as gentes nos jardins, os t...

Já não há estrelas no céu…ou há?

  Portugal é o país europeu com mais iluminação exterior por habitante e por metro quadrado. É também aquele onde a luz artificial à noite mais aumentou nas últimas décadas. Ao que parece há uma fúria luminosa de norte a sul da nação, e não há avenida, rua, beco ou travessa, que não tenho uma imensidão de candeeiros públicos acesos ao longo de toda a santa noite. Tal não se passa apenas nas cidades, pois quase não há vila, aldeia ou lugar de Portugal, que não esteja fortemente iluminado. É um sinal de progresso, claro está, não haver sítios nesta nossa pátria que fiquem às escuras. É um tema de que pouco se fala, mas a verdade é que a excessiva iluminação nocturna da nação, causa profundos estragos na fauna e na flora nacional. Mas os males que provoca estendem-se também às pessoas. Quem queira saber mais sobre este tema, poderá ler uma recente reportagem do jornal Público, que se intitula “A iluminação LED é o eucalipto da paisagem nocturna portuguesa”: https://www.publico.pt/2025...