A foto é de uma montanha que fica lá para os lados do Quirguistão, na Ásia Central. Trata-se de um lugar sagrado, com um profundo significado espiritual. Mas antes de chegarmos a esse longínquo local, passemos por uns quantos não-lugares. Cada vez mais andamos por não-lugares, sítios em que só estamos de passagem para uma outra qualquer parte. Exemplos de não-lugares são as autoestradas, os quartos de hotel, os aeroportos e os supermercados. A expressão não-lugar foi inventada pelo antropólogo Marc Augé (1935-2023), tendo surgido pela primeira vez na sua obra “Non-places: Introduction to an Anthropology of Supermodernity”. Um não-lugar é o oposto de um lugar. Um lugar é um espaço que fortalece a identidade, pois é onde nos encontramos com outros com quem compartilhamos significados sociais e culturais. Os não-lugares, pelo contrário, não são espaços de encontro nem possuem significados. O não-lugar é um local no qual os indivíduos permanecem anónimos e distantes entre si. Num não-lugar...
Como na canção de Ella Fitzgerald, nos Guiões de Aprendizagem que por aqui vamos publicando, queremos ser multidisciplinares, interdisciplinares e transdisciplinares. Mas também falamos de pássaros, de abelhas e até de pulgas. Viajamos desde a vizinha Espanha à longínqua Lituânia. Desde a gélida Finlândia até à ardente Argentina. Let's do it!