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Mas nas escolas já não se dá gramática?


Em Portugal escreve-se pessimamente, seja em jornais, nas redes sociais ou em papéis oficiais. Nas escolas não se escreve melhor do que no resto do país. Para o verificarmos basta irmos ler os documentos internos de escolas e agrupamentos. Quem quiser perceber o que é o “eduquês”, é só ir ver. Abundam lugares-comuns óbvios, as frases explicitamente vazias de conteúdo, os conceitos abstrusos e, sobretudo, uma completa e total ausência de estilo.

Aparentemente por cá, esquece-se bastante que o estilo é algo de fundamental no que se escreve e diz. Deveria por isso insistir-se no estudo de uma gramática, que se concentrasse no que antes se chamava figuras de estilo e agora se chama figuras da linguagem.
Dizemo-lo porque temos a nítida sensação, que cada vez mais reina por todo lado um estilo de linguagem em que se escreve e diz o óbvio e explícito, e donde o implícito e o subliminar vão rapidamente desaparecendo.

Ainda ontem, após o jogo Portugal-França no campeonato europeu de futebol, foram inúmeros os jogadores, treinadores, jornalistas e comentadores que afirmaram, que só falha um penálti quem o marca. Como é óbvio, quem não marca um penálti, não o pode falhar, tal e qual como só quem abre a boca para falar é que diz baboseiras.
Também já ouvimos dizer a políticos, e bem mais do que uma vez, que só perde eleições quem vai a votos. E de facto é verdade, tal e qual como estar vivo é o contrário de estar morto, frase igualmente de grande estilo, proferida há uns quantos anos pela célebre Lili Caneças.

Mas será que é mesmo necessário explicitar aquilo que é absolutamente óbvio? Pelos vistos, atualmente explicitar obviedades tornou-se um estilo nacional.



Tudo tem agora que ser dito de um modo totalmente explícito, sob o perigo de se assim não suceder, se ser mal interpretado ou até completamente incompreendido.

Numa ironia, o oposto daquilo que dizemos está implícito, mas usá-la constitui agora um enorme risco, pois há uma séria possibilidade de alguém nos interpretar de forma literal.
Por exemplo, imaginem que vão à garagem da esquina ter com o Seu Alfredo, personagem que é mecânico de automóveis, e lhe pedem para mudar o óleo da vossa viatura. Vão beber um café enquanto ele o faz, daí a um bocado regressam à oficina, e ele apresenta-vos uma choruda fatura por esse mero serviço. Espantados dizem-lhe o seguinte: “O Seu Alfredo sempre me saiu cá um artista”.

É muito provável que neste nosso tempo, ele vos entenda de modo literal e vos responda dizendo-vos assim: “Sim, diz bem. Estou a atravessar uma fase de grande criatividade conceptual, e mudar o óleo do seu carro, não se resumiu tão-somente a vazar o depósito do dito e voltar a enchê-lo, pois todo esse processo constituiu para mim uma espécie de performance artística”.

Dada a resposta, percebemos então claramente, a razão pela qual o Seu Alfredo cobra uma pequena fortuna para mudar o óleo do carro, tarefa que demora menos de uma hora a executar, ou seja, é por ser arte, neste caso, performativa.

Como já terão percebido, toda esta história é irónica, pois mudar o óleo do carro não custa obviamente tão caro por ser uma espécie de arte performativa, mas sim porque isto anda meio mundo a enganar o outro meio.
Como é também óbvio e está igualmente implícito, quando usamos a expressão “meio mundo”, não nos estamos a referir literalmente a metade da população mundial, mas só a uns quantos artistas que andam por aí a aldrabar o pessoal.



Estamos verdadeiramente em crer, que o estilo implícito está em declínio, e que o óbvio e o literal vão a pouco e pouco tomando conta disto tudo. Com efeito, não são apenas as ironias e o que nelas está implícito que andam pelas ruas da amargura, outro tanto sucede com as metáforas.

Nos tempos que correm, entre os jovens adultos, a incapacidade metafórica parece ser já um dado adquirido e um problema praticamente irreversível. São muitos os jovens atuais que têm de recorrer a terapeutas e psicólogos, por não conseguirem entrar no sentido subliminar de uma metáfora.

Essa incapacidade para as metáforas era geralmente associada a homens de idade mais avançada, mas aparentemente já não é assim. Há evidências crescentes de um aumento da disfunção metafórica entre os jovens.

Analisemos uma situação concreta. Imaginemos a Mariazinha, que é uma moça atiradiça e atrevida. Moça é um eufemismo, pois ao que se sabe, ao tempo em que ela era menina, um conto de réis ainda dava para alimentar uma família inteira durante uma semana. Imaginemos também o Fábio Cristiano, um rapaz nascido ali para os inícios do século XXI.

A Mariazinha e o Fábio Cristiano são colegas de empresa, ela trabalha na contabilidade, ele na manutenção dos computadores. Nisto, à Mariazinha mete-se-lhe na ideia levar o Fábio Cristiano a dar uma volta para ir ver as vistas.
Como a Mariazinha gosta de figuras de estilo, o seu computador começa então a ter recorrentes problemas. Ou bem que bloqueia, ou bem que não abre, ou o Wi-Fi não funciona, ou tem vírus ou não desliga, acontece-lhe de tudo. Consequentemente, os serviços de manutenção do Fábio Cristiano estão constantemente a ser requisitados.

Enquanto o Fábio Cristiano anda de volta do sistema informático do computador, a Mariazinha vai informando-o do calor que sente, sacode as roupas para se refrescar, abana-se, sopra e diz “ui, que brasa que está”.

Em resumo, usa de todas as metáforas estilísticas corporais e orais possíveis relacionadas com as condições climatéricas, para dar entender ao rapaz que quer ir apanhar ar. O problema é que ela nunca o diz de forma óbvia e explícita, e assim sendo, dada a disfunção metafórica do Fábio Cristiano, a coisa nunca se faz.

Como o rapaz só sabe interpretar o que lhe dizem de um modo literal, acaba por comunicar ao serviço de manutenção do sistema de ar condicionado da empresa, que a Mariazinha anda sempre afobada e acalorada. O dito serviço reformula a circulação do ar frio na secção de contabilidade, e o resultado é que agora a Mariazinha anda amiúde engripada e fica de cama em casa.

Moral da história, a incapacidade metafórica do Fábio Cristiano não só diminuiu a produtividade da empresa onde trabalha, como trouxe infelicidade à Mariazinha. Com efeito, os seus calores indicavam de forma estilística e implícita, o seu anseio em ir para a cama com o Fábio Cristiano. Sendo que, a palavra “cama” é também ela neste contexto uma metáfora, pois à Mariazinha tanto lhe fazia, por ela podia ser na praia, no campo ou no escritório. Todavia, acabou literalmente de cama a fungar, com febre e a bater os dentes de frio.

Dito isto, talvez fosse fácil curar o Fábio Cristiano da sua disfunção metafórica. Para tal, se calhar, bastava dar-lhe ver o filme “O pecado mora ao lado”, película interpretada por Marilyn Monroe.
Nesse clássico do cinema há abundantes metáforas climatéricas, e é simples de se perceber que quando se fala de calor e de sistemas de ventilação, nem sempre é disso que se está a falar, mas sim do que nisso estilisticamente está implícito.

Abaixo a célebre foto em que atriz se põe em cima do respiradouro do metro para se refrescar e deixar entrar o ar.


Sendo atualmente frequente a incompreensão do que nas ironias e metáforas está implícito, é com tristeza que vemos que outro tanto se passa com os oxímoros. O problema é o mesmo, como nada nos oxímoros é explícito ou óbvio, as gentes tendem a compreendê-los de um modo literal ou até a evitá-los.

Peguemos num verso, que é um claro exemplo de um oximoro: “amor que me acalora e me intimida, Que me põe fraco quanto me põe forte”.

Vejamos um outro verso, este de Camões: “é dor que desatina sem doer
contentamento descontente”.

Provavelmente é melhor explicitarmos o que é um oxímoro, a saber, uma frase de sentido aparentemente absurdo, já que resulta da reunião de duas ideias opostas. Em resumo, usando-se um oxímoro escreve-se ou fala-se num estilo em que nada é óbvio, mas lá por não ser, tal não significa que não possua imenso sentido.

Há oxímoros com o seu quê de clássico e poético, como por exemplo “um instante eterno” ou “uma lúcida loucura”, mas também os há num estilo moderno e despreocupado, como “clichés inéditos”, “fanatismo indeciso”, “light diet indigesto” e “et cetera e tal…”

Para terminarmos este nosso lamento pelo declínio do estilo gramatical implícito e pela contínua ascensão do óbvio e literal, deixamos-vos uma cena de um filme, To catch a thief” de Alfred Hitchcock.

Grace Kelly e Gary Grant conhecem-se há pouco, mas nesse instante estão sós. Conversam acerca de um colar que ela tem ao pescoço, de uma boa noite de sono na cama e de um divã de psiquiatra. Neste entretanto, o fogo de artifício que lá fora pela janela se vê, vai crescendo e intensificando-se. Nisto, Grace Kelly diz a Gary Grant “Tell me you don’t know what I’m talking about?” e os foguetes explodem pelos céus.

Aqui fica a cena, com certeza já hão de ter percebido que Grace teve melhor sorte com Gary do que a Mariazinha com o Fábio Cristiano. Se no fim tudo correu bem e todos ficaram satisfeitos não sabemos, isto é como dizia o outro “Só falha um penálti quem o marca”.


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