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Capítulo III - Como andar tristonho e mal-disposto em agosto…vendo Ingmar Bergman



Continuamos mais uma vez esta nossa série de verão “Como andar tristonho e mal-disposto em agosto”, e nem de propósito, iniciou-se agora em Lisboa uma enorme retrospectiva com filmes de Ingmar Bergman, é tão extensa, que vai por setembro adentro e dura até outubro. Assim sendo, temos disponíveis na capital de Portugal, histórias tristes e depressivas ao longo de toda uma boa temporada.

Mas o resto do país não se fica a rir, pois a retrospectiva não se restringe a Lisboa, também as gentes do Porto, de Coimbra, de Braga, da Figueira da Foz e de Setúbal, entre outras cidades, irão poder deprimir-se e entristecer-se à grande com as películas deste enorme e excelente realizador sueco.
Aqui fica o programa das festas com datas e locais:

Para todos aqueles que neste momento estão de férias por vários lugares afastados do país e do mundo, não tendo por consequência como assistir a uma sessão da retrospectiva de Ingmar Bergman, estamos aqui nós para vos darmos a sentir um pouco da tristeza e do ambiente ultra-depressivo dos seus filmes. Escolhemos três, os que cremos serem mais apropriados para um verão à beira-mar.

Para se começar a entrar no universo bergmaniano, nada melhor do que “Persona”, cujo título em português é “A Máscara”, um filme de 1966. Grande parte da ação decorre junto ao mar, na ilha de Fårö, que se situa no extremo norte da Suécia.
Nas praias de Fårö a areia é áspera e grossa, o terreno pedregoso, o vento cortante, faz frio e a água é gelada, todo o contrário portanto, das praias da Ilha de Faro no Algarve. Ainda assim, há mar e há praia, consequentemente, é um filme bastante apropriado para esta época do ano.

Abaixo uma imagem de “Persona”, onde figuram as duas principais personagens, Elizabeth, a ler, e a enfermeira que cuida dela, sentada num muro de óculos escuros. Em princípio é fácil identificar quem é quem, mas por vias das dúvidas, aqui fica mais uma dica, Elizabeth usa chapéu.


A história do filme é simples, contudo, tudo o resto é altamente complexo. Bergman inicia a película com uma série de imagens dispersas, só para nos dar um cheirinho e o tom do que a seguir virá.
Antes do começo da narrativa, vemos várias imagens rápidas que mostram uma crucificação, um pénis ereto, uma aranha, um homem preso num quarto rodeado de personificações da Morte e do Diabo e o abate de uma ovelha. Para terminar, uma imagem mais duradoura, em nos deparamos com uma criança que acorda num hospital.
Como veem é o filme ideal para quem está de férias em agosto. Aqui fica o trailer:


A história propriamente dita, resume-se do seguinte modo, Elizabeth, uma atriz de teatro de grande sucesso, é subitamente abalada por uma crise emocional e emudece. Percebemos que essa crise lhe advém pelo facto de ela desconfiar que não é uma atriz só enquanto está em palco, mas que tem sido uma atriz durante a sua vida inteira.
É internada e para se recuperar, é enviada de férias para uma casa à beira-mar na ilha de Fårö. Fica sob os cuidados de uma enfermeira, que a admira e tenta entender as razões do seu silêncio. Sozinhas na ilha, as duas mulheres desenvolvem uma relação de grande intensidade emocional. Ao longo do filme, a enfermeira fala que se farta, no entanto, Elizabeth nunca diz nada. E é isto.

Numa das cenas do filme, ainda antes de ir para a ilha de férias para se restabelecer, Elizabeth  é observada por uma doutora em psiquiatria, que lhe faz uma palestra sobre a diferença entre “ser” e “parecer”, e entre o que se é para si mesmo e o que se é para os outros. Não nos parece que Elizabeth tenha saído da consulta melhorzinha com os conselhos, mas é ver:


O segundo filme que selecionámos foi “Mónica e o desejo”, uma obra de 1953. O enredo fala-nos de dois jovens, Mónica e o seu namorado, que se apaixonam e fogem da cidade num barco para passarem as férias de verão sozinhos nas pequenas ilhas do arquipélago de Estocolmo, afastados de todas as obrigações e responsabilidades quotidianas.

Enfrentam e confrontam as suas amarras profissionais, familiares e outras. Fogem aos patrões que lhes roubam o tempo de prazer, às famílias que os constrangem com os seus valores tradicionais e ao profundo conservadorismo social que os aprisiona.


Vivem um verão ardente, pleno de paixão e aventura, puro e selvagem. Todavia, ao aproximar-se o final da época estival, a paixão é já só uma miragem, veem-se então obrigados a enfrentar a realidade e a voltar para a cidade.

A mensagem que o filme nos transmite é de molde a deixar-nos efetivamente bastante tristonhos e mal-dispostos, ou seja, a liberdade, a paixão e o verão mais não são do que uma breve ilusão.

É a opinião de Bergman, mas não somos obrigados a concordar com ele, ainda assim podemos na mesma deixarmo-nos levar pelo seu profundo ceticismo. Com efeito, vale sempre a pena andarmos de vez em quando frustrados a pensar na morte da bezerra e com um ar sorumbático, tal dá-nos um aspeto intelectual e sério, que é uma coisa que fica sempre bem e impressiona as gentes em qualquer lado, até na praia.

Deixamos-vos aqui uma cena, na qual pode ver-se Mónica e o namorado ainda em pleno início de idílio de verão, longe da cidade e das suas gentes. Algo que também chama a atenção, é que enquanto nos filmes portugueses da década de 50 ainda só se via namoricos à janela, na Suécia na mesma época, os namoros já eram bastante mais atrevidos. Mais uma vez, é ver:


A cena mais famosa do terceiro e último filme de Ingmar Bergman que escolhemos, também se passa à beira-mar, numa bela praia cheia de pedregulhos e nuvens negras.
Nesta praia não são proibidos os jogos, pode-se jogar futebol, voleibol, com raquetes ou ao que se quiser. Neste caso em específico, os dois personagens aí presentes, escolheram jogar xadrez. É bem pensado.

O título do filme é o “Sétimo Selo”, tendo sido realizado em 1957. A ação decorre num dos mais obscuros e apocalípticos períodos da Idade Média, no qual por todo o lado grassava a peste negra, a miséria, a guerra e a fome, tudo assuntos que entusiasmam imediatamente qualquer veraneante.

O personagem principal é Antonius Block, um cavaleiro, à direita na fotografia abaixo. Após participar longos anos numa cruzada à Terra Santa, regressa ao seu país e encontra a morte a cada passo que dá, seja esta na forma de peste, de fome, de guerra ou numa outra qualquer.

Estando Block à beira-mar, surge-lhe pela frente a própria personificação da morte, que o vem buscar para o levar. No entanto, Antonius Block propõe-lhe um jogo de xadrez. Caso a morte vença a partida, Block partirá com ela dizendo adeus à vida, caso seja Block o vencedor a morte retirar-se-á sem o levar.

O jogo prolonga-se por todo o filme em várias e distintas cenas e fases. Block sabe que é impossível vencer a Morte, começa a jogar de acordo com as regras, mas depois usa de todos os estratagemas e palhaçadas para distrair a Morte, adiando assim o mais que pode a sua fatal vitória. Consegue-o.


Apesar de ao longo de toda película vermos continuamente uma humanidade desesperada, moribunda e amedrontada perante o agouro implacável da morte, ainda assim, é um filme muito agradável de se ver, perfeito para um serão de verão.

Ao longo do filme todos os personagens que vão aparecendo, e são bastantes, ou estão inevitavelmente condenados ou perecerem, exceto uma família de artistas saltimbancos, são eles os únicos que escapam à ceifa da Morte.

O que Ingmar Bergman pretendeu assim assinalar, é que só a arte ingénua, pura e desinteressada, como a dos poetas, dos palhaços ou a dos malabaristas, pode indicar-nos o caminho da salvação.
Salvação que não é aquela prometida pela religião, que na Idade Média punia e condenava em nome de Deus, como também se pode ver em algumas cenas de “O Sétimo Selo”.

A salvação a que Ingmar Bergman se refere é aquela, de tanto quanto possível, compreendermos como Elizabeth, a Persona que somos, sabermos como Mónica, o que desejamos e o que é a liberdade, a paixão e o verão, e conseguirmos viver como Antonius Block, ou seja, sabendo que somos mortais, e que na vida, tal e qual com num jogo de xadrez há armadilhas e jogadas que dissimulam outras, mas que no entanto, com alguma atenção, uma certa estratégia, umas quantas palhaçadas e malabarismos, não é uma fatalidade que dela saiamos derrotados.


No final do filme, a família de saltimbancos encontra-se num albergue com outros personagens, entre eles Block, nisto entra a Morte. Na cena seguinte, a última, os saltimbancos veem ao longe uma violenta tempestade e a Morte arrastando consigo na sua eterna dança todos os outros, apenas eles se salvaram. O sol surge resplandecente no horizonte, sugerindo assim um caminho de esperança, pelo qual a família de artistas se faz à estrada.


E pronto, em breve neste blog, num outro dia, seguir-se-á o quarto capítulo desta série de verão, “Como andar tristonho e mal-disposto em agosto…”

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