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Este país não é para brutalistas, mas pode vir a ser!


Quando pensamos no tipo de filmes que Hollywood produz hoje em dia, concluímos que mais não são do que histórias de super-heróis, comédias desengraçadas e outras coisas mais muito pouco originais. Porém, eis que de um desses estúdios de Los Angeles, nos chega agora uma película sobre um arquiteto brutalista, algo que era muito pouco expectável.

Nós não vimos o referido filme, mas só o seu tema já nos deixa espantados. Com efeito, não parecia previsível que um estilo de arquitetura pouco ou nada amado pelo público em geral, fosse assunto para uma grande produção de Hollywood.

Mais admirados ficámos ainda, ao percebermos que o dito filme tem tido um enorme sucesso, e que é até um dos favoritos à vitória nos Óscares de Hollywood do presente ano. Posto isto, aqui fica o trailer de “O Brutalista”:



Como não vimos o filme, não vamos falar dele, vamos falar sim, de uma coisa a ele afim, ou seja, da arquitetura brutalista. A característica mais marcante do brutalismo é o uso do cimento em edifícios, e mais especificamente do concreto, sem qualquer revestimento ou acabamento adicional.

Para além do concreto, os edifícios brutalistas apresentam frequentemente formas geométricas sólidas e maciças, como por exemplo esferas, blocos retangulares, torres, cubos e ainda cantos angulares muito pronunciados.

Abaixo a imagem de uma casa de fim de semana brutalista, concebida pelo arquiteto Giuseppe Perugini em finais da década de 60. Casa essa, que não fica muito longe da cidade eterna, ou seja, de Roma.


Os arquitetos que seguiram a filosofia brutalista, fizeram questão de deixar a textura e a superfície do concreto visível, sendo que com esse procedimento procuravam criar uma ideia de autenticidade e honestidade na construção, pois desse modo, a estrutura do edifício era revelada, deixada à vista e não escondida.

Em meados do século passado foram construídos milhares de edifícios brutalistas pelo mundo, e vai daí, críticas ferozes começaram a surgir. Muitos viam tais edifícios como sendo opressivos, impessoais, hostis e, sobretudo, horríveis.

Genericamente, as populações achavam os edifícios brutalistas feios e esquisitos, quando não uns autênticos caixotes de cimento. Uma vez chegada a década de 80 do século XX, foram muitos os que começaram a pedir a demolição dessas construções, para em seu lugar erguer coisas supostamente mais lindas e agradáveis à vista.

Nesse contexto, um dos casos mais exemplares é o da Trellick Tower em Londres (foto abaixo). A torre foi construída em 1972, e destinava-se a colmatar a falta de habitação a preços acessíveis que existia então em Londres. Era pois um imenso prédio de habitação social.

A Trellick Tower provocou polémica desde o início. Pela sua dimensão impunha a sua presença na paisagem de Londres e isso a poucos agradava, dado que o estilo brutalista, pela sua rugosa estética, a muitos chocava.
Todavia, e para além disso, que já não era pouco, o edifício tornou-se também um íman para o crime, para o vandalismo, para o consumo de drogas e para a prostituição.

Não faltou quem associasse todos estes problemas ao seu estilo arquitectónico e, assim sendo, começaram a surgir pedidos e manifestos para que a Trellick Tower fosse pura e simplesmente demolida. No início da década de 80, em Londres todos conheciam o prédio pelo seu “nickname”: a Torre do Terror.

No entanto, uns quantos anos mais tarde, constitui-se uma comissão de moradores, melhorias foram levadas a efeito e aos poucos, a Trellick Tower deixou de ser vista como um edifício maldito e passou a ser considerada como um ícone londrino. Logo em seguida, apareceu em filmes e séries, e também em obras literárias, anúncios publicitários, e até em programas televisivos infantis.

Mais à frente, o prédio foi classificado como património nacional e na atualidade recebe diariamente excursões turísticas e igualmente visitas escolares destinadas a crianças e jovens. Em resumo, nuns quantos anos o edifício passou de maldito a místico.

É esse misticismo que pressentimos num pequeno filme, “The Guardian”, que podemos ver através do link abaixo. Na curta-metragem há habitantes dessa torre que a seu propósito falam de anjos, de cavaleiros andantes e também de cães, girafas e dinossauros. Vê-se que o prédio liberta-lhes a imaginação.

No filme há também nuvens, extensas vistas da cidade de Londres e vozes de pessoas que se orgulham de viver na Trellick Tower, em síntese, vale a pena ver:



Ao contrário do que muitos pensavam e pensam, a arquitetura brutalista não é opressiva, impessoal e hostil, muito pelo contrário, é bela e não raras vezes até divertida. Vejamos alguns exemplos de edifícios brutalistas pelo mundo fora, que jogam e brincam com linhas e formas, e que com isso quase nos fazem rir.

Comecemos por este abaixo, a Biblioteca de Geisel, em La Jolla, Califórnia. O edifício foi erguido em 1970 e ao vê-lo restam-nos poucas dúvidas, que quem o desenhou, no caso o arquiteto William Pereira, se deve ter divertido a valer a fazê-lo.


Observemos um outro exemplo, desta vez em Itália, e mais concretamente em Florença. É certo que a maioria dos que viajam para essa cidade renascentista vão à procura de ver a sua magnífica catedral, os seus esplendorosos palácios, as suas seculares praças e igrejas, contudo, porque não fazer um desvio até aos seus subúrbios para contemplar um exemplar único de arquitectura brutalista?

A nosso ver, vale muito a pena a deslocação para ir ver esse prédio em (e de) concreto.


Por tantas vezes ser tão brincalhona e divertida, a arquitetura brutalista é boa para as crianças. Não somos apenas nós quem assim pensa, com efeito, muito antes de nós, houve arquitetos que já assim o pensavam. Veja-se por exemplo, o parque infantil abaixo, que foi concebido em 1970 e fica na Polónia.


Mas feita esta digressão pelo estrangeiro, centremos agora a nossa atenção no território português. Por cá não há demasiados edifícios brutalistas. Há muita construção opressiva, impessoal, hostil e até horrível, mas daquela que se possa enquadrar no chamado estilo brutalismo, nem por isso.

O melhor exemplo que existe, é o da Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Lisboa, obra desenhada por Nuno Portas e por Nuno Teotónio Pereira.

Ao tempo em que foi erguida, a igreja causou alguma controvérsia, pois as suas linhas e formas, bem como as suas texturas em concreto, eram praticamente inéditas em solo nacional.
Se o brutalismo em si mesmo já era um estilo arquitectónico pouco aceite e compreendido, quando aplicado a um espaço sagrado, maior tenderá a ser a incompreensão e a falta de aceitação.

Ainda assim, a ideia vingou sem demasiadas polémicas pois, como acontece com quase tudo em Portugal, uma vez passado o sarrabulho inicial, nunca mais ninguém na vida se lembrou disso.
Por cá, as discussões estéticas, filosóficas, arquitectónicas e outras tantas mais, têm tendência a durar pouco, a serem completamente superficiais e a esgotarem-se aos primeiros arrufos. Agora como dantes, toda a gente em Portugal está muito mais interessada nos últimos escândalos do momento ou nos resultados da bola do último fim de semana.

Em síntese, este país não é propício para polémicas brutalistas. Dito isto, abaixo fica uma imagem da Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Lisboa, que em 2010 foi elevada à categoria de Monumento Nacional.


Feito este caminho, mudemos de assunto, ou se calhar não. Conforme o sucesso do filme “O Brutalista” nos indica, a arquitetura é cada vez mais um assunto que não diz respeito apenas a arquitetos. Atualmente aprecia-se um edifício tal e qual como se lê um livro, se escuta uma melodia, se vê um filme ou se visita uma exposição artística, ou seja, por mero prazer.

Muito embora os edifícios tenham funções utilitárias ou possam ter significados históricos, já há muito quem os visite pura e simplesmente para com eles se deleitar  esteticamente. Quem assim o faz, não faz mal, pois um edifício, independentemente da sua utilidade ou relevância histórica, pode ser belo e deleitar-nos tanto como um bom livro, uma encantadora música, um admirável filme ou uma harmoniosa obra de arte.

Por assim ser, lá por fora, no estrangeiro, já há muitos livros destinados a educar crianças e jovens, de modo a que cresçam sabendo apreciar a arquitetura em termos estéticos. Tal é fundamental sobretudo para a proteção da arquitetura moderna e contemporânea, a brutalista e não só.

Com efeito, enquanto a ninguém passa pela cabeça demolir o Mosteiro dos Jerónimos ou o da Batalha, a Torre dos Clérigos ou o Convento de Tomar, há muito a quem lhe passe pela tola arrasar ou descaracterizar algumas das obras-primas da arquitetura dos estilos mais recentes.
Citemos a esse propósito o arquitecto Siza Vieira: “Agora fala-se muito do património de século XX, mas realmente nunca se ligou muito a isso, enquanto em relação a um edifício barroco ou gótico se assume a importância como documento e como estrutura ainda utilizável. Do património ‘moderno’ fala-se há pouco tempo e há muito boa arquitetura do século XX que foi abandonada ou demolida, o que continua a acontecer.”

Uma das grandes obras da arquitetura moderna e brutalista portuguesa é o Restaurante Panorâmico de Monsanto, no entanto, mesmo sendo património está abandonado há anos, semi-arruinado. Ainda assim, e em tal estado, a sua arquitetura é tão boa e tem tanto valor estético, que são muitos os que por isso todos os dias o visitam.


Terminamos então aconselhando um dos melhores livros para crianças e jovens publicados nos últimos tempos em Portugal, “Mãos à obra: cada casa a seu dono” de Didier Cornille, é excelente para se começar a aprender a apreciar arquitetura.

Este livro apresenta-nos onze casas que marcaram a arquitectura moderna e contemporânea, desde o século XX até ao início do século XXI, projetadas por arquitectos tão célebres como por exemplo Le Corbusier, Frank Lloyd Wright, Mies Van Der Rohe, Siza Vieira ou Frank Gehry. Aqui fica a sugestão:

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