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Escolas da capital e Carnaval: reflexões sobre uma relação complexa e fatal!


É uma coisa mais ou menos habitual, que em Lisboa, as pessoas digam assim: “nunca gostei do Carnaval”. É estatisticamente improvável, que na capital, alguém afirme, “O Carnaval é tão divertido, é tão giro, adoro!”

 

Por outro lado, se sairmos de Lisboa e formos por exemplo até Ovar, Loulé, Espinho ou, mais que não seja até Torres Vedras, é muita a gente desses locais que adorará o Entrudo. Isto, já para não falarmos em irmos para sítios fora da nossa amada pátria, como por exemplo, Veneza, Nova Orleães ou o Rio de Janeiro, tudo cidades onde o Carnaval é rei.

 

Em síntese, o facto indiscutível, é que em Lisboa, ao contrário do que sucede noutros sítios, pouca gente há que goste do Entrudo. Muito pelo contrário, na capital, existe sim, muito quem considere esta época do ano como uma tremenda parvoíce.

Abaixo “O Carnaval do Arlequim”, obra de 1925 de Joan Miró.

 


Dito isto, estamos perante um problema, ou seja, se em Loulé, Ovar, Espinho e Torres Vedras, o Carnaval é um dos momentos mais queridos do ano, em Lisboa, é um enorme desengano. Dadas tais circunstâncias, o que fazer nas escolas lisboetas com os miúdos durante o período do Entrudo?

 

O dilema é maior do que aquilo que à primeira vista possa parecer, com efeito, há muito que a sociedade espera que as escolas assinalem de algum modo, todos os dias festivos do ano. Mas, com o Carnaval em particular, ninguém sabe muito bem o que há-de fazer.

 

É Dia da Mãe faça-se uma prenda, e no Dia do Pai, também. No Halloween, não se faça menos que uma mascarada e, no Magusto, vá de assar castanhas. No Natal, menos que uma festa é pouco, e no primeiro dia de Primavera, quem não plante pelo menos uma flor é louco. 

E depois, há ainda o Dia da Mulher, o Dia da Criança, o Dia dos Avós, o Dia da Alimentação, o dos namorados, o dos animais, o do Nariz Vermelho, o do Pijama, a Páscoa e sabemos lá nós o que mais.

 

Feitas as contas, não seria difícil que a cada um dos dias do ano letivo, sem excepção de um único, as escolas se dedicassem a uma comemoração ou efeméride. O ponto é que, não pode ser. Se porventura se passasse o tempo a assinalar datas festivas, a fazer homenagens e a comemorar dias destinados a ser solidários, não se fazia mais nada na vida.

 

Dito isto, voltemos ao Carnaval. O Entrudo merece uma consideração especial, pois que existe há muitos e muitos séculos. Halloween’s, dias dos namorados, dos avós ou da alimentação são coisas relativamente recentes, já o Carnaval não, é uma comemoração vinda lá do fundo dos tempos, cuja origem remonta à antiguidade greco-romana.

 


Mais que não seja por antiguidade, o Carnaval tem de ser considerado. Como é uso dizer-se, a antiguidade é um posto e, por consequência, tem de  se agir em conformidade. Todavia, quem está em Lisboa e não em Loulé, em Torres Vedras, em Espinho ou em Ovar, tem uma atitude perante a época carnavalesca, que genericamente se pode resumir do seguinte modo: “tanto me faz como me fez, tanto se me dá como se me deu”.

 

Como já se percebeu, a complexidade da coisa é muita e tem diversas vertentes. Por um lado, quase ninguém em Lisboa gosta do Carnaval, mas por outro, espera-se das escolas que assinalem as datas festivas.

Acrescente-se a isto, que há comemorações ao longo do ano que têm um lado religioso, solidário ou bem-intencionado, e que são portanto respeitáveis, dignas e educativas. Porém, o Entrudo é desde a sua origem uma festa que apela ao deboche e se caracteriza pela existência de festins, de músicas estridentes, de danças, de disfarces, de licenciosidades e de regozijos vários, em suma, tudo práticas pouco didáticas e nada respeitáveis.

 

Ora bem, se o Carnaval é por essência um ritual de reversão, no qual os papéis sociais são invertidos e as normas de comportamento são suspensas, como conciliar isso com uma das principais funções da escola, que é precisamente a oposta, ou seja, a de reforçar o respeito pelas práticas sociais existentes e pelas normas de bom comportamento? 

Em resumo, o Carnaval para as escolas é pouco menos que um paradoxo!

Abaixo uma gravura de Francisco de Goya (1746-1828) intitulada “O disparate de Carnaval”.



Houve um tempo nas escolas de Lisboa, aí há vinte ou trinta e tal anos atrás, em que os rapazes atiravam ovos às cabeças das meninas, enchiam-lhe os rostos de farinha e, “last but not least”, atiravam bombinhas de mau cheiro dentro das salas de aula, enfim, era uma folia, uma tourada pegada.

 

Nesse tempo já distante, o problema das escolas estava solucionado, chegado o Carnaval, os professores fingiam que não viam, os encarregados de educação conformavam-se com a situação e tudo se resolvia com o dito “É Carnaval ninguém leva a mal”.

 

No entanto, hoje em dia, já nada disso é assim. Tais “folias e touradas” passaram à história e, salvo raras excepções, se porventura coisas dessas acontecessem atualmente dentro de um estabelecimento escolar, caía logo o Carmo e a Trindade. Em síntese, tudo isso está datado e fora de prazo e, por consequência, a nossa questão permanece em aberto, ou seja, o que fazer no Entrudo?

 

Em tempos não tão distantes como os que antes falámos, assim já lá mais pelos inícios do século XXI, começaram a ver-se desfiles escolares de Carnaval subordinados a um tema. Normalmente, o tema tinha a ver com o ambiente e as máscaras eram feitas de materiais de reciclagem.

 

Não raras vezes, durante a primeira década deste novo século, por alturas do Entrudo via-se por Lisboa desfiles de miúdos em idade escolar todos mascarados com sacos e garrafas de plástico, embalagens várias, pacotes de leite vazios e rolos de papel higiénico. Era uma visão assustadora, no entanto, tinha uma intenção didática e pedagógica, mas, mesmo tendo-a, a coisa era um tanto ou quanto a atirar para o ridículo por muito eco sustentável que fosse.

Abaixo uma imagem do pintor James Ensor (1860-1949), “Carnaval na Flandres”.

 


Se formos a pensar bem nisso, o dilema que constitui “o que fazer no Carnaval” não é exclusivo de Lisboa, e não se restringe às escolas. Uma coisa que sempre nos fez alguma impressão foi que quer em Ovar, quer em Espinho, quer em Loulé, quer até em Torres Vedras, é possível apreciar um enorme conjunto de raparigas já crescidas, a desfilar por ruas e avenidas dessas localidades em trajes menores, como se o estivessem a fazer no Rio de Janeiro, na Baía de Todos-os-Santos ou noutros lugares do Brasil. Como é evidente, não estão.

 

Enquanto no outro lado do Atlântico, nesta altura do ano, o tempo está quente e convida a que os corpos se dispam e se soltem, do lado de cá, por norma faz frio, algo que convida antes a que os corpos se encolham e se agasalhem.

É sempre com um misto de pena e consternação, que vemos as moças das escolas ditas de samba a desfilar em Ovar, Espinho, Loulé e Torres Vedras, a baterem o dente com o griso, todas arrepiadas, coitadas, e com pele de galinha.

 

E o que isto significa, é que nessas referidas localidades, dantes também ninguém sabia muito bem o que fazer no Carnaval, vai daí, decidiram imitar o que se faz no Brasil e pronto, ‘tá feito.

Não nos venham cá com histórias, que tais desfiles constituem práticas tradicionais de Portugal, pois a verdade é que são cópias mais ou menos pelintras do que se faz no Brasil.

Abaixo uma imagem de um típico dia de Carnaval em Ovar. É fácil de perceber, que o clima não é propriamente tropical.

 


Feitas todas estas considerações, só se pode chegar a uma conclusão, é a de que, ou bem que nas escolas de Lisboa se faz como em Loulé, Espinho, Ovar e Torres Vedras, ou seja, copiar o que se faz no Brasil, ou, caso assim não seja, o melhor é mesmo irmos tipo ao cinema, num sítio abrigado e aconchegado, ver um filme com os miúdos, e esquecer folias e desfiles. 

Se puder ser nas salas de cinema do Campo Pequeno, melhor ainda, pois que lembra as touradas carnavalescas de outros tempos, essas que não sendo didáticas nem educativas, ainda assim eram divertidas. 

Quem é que não gostava de ver ovos podres na cabeça das meninas e os seus rostos enfarinhados? Eram tempos tão bonitos, tão tradicionais, que saudades dessas touradas... 

Isso sim, era a escola tradicional, aquela de que muitos dizem "antigamente é que era!".

Comentários

  1. Bastante redutor, de quem tenta falar de quase tudo e pouco ou nada diz sobre o tema.

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