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De um jardim, pressente-se e vislumbra-se o infinito (1ª parte)

 


Por alguma boa razão, e segundo nos conta a Bíblia, Deus, ao criar o mundo, concebeu o paraíso como sendo um jardim. Éden é uma palavra hebraica cuja tradução para português é deleite ou prazer, e por assim ser, na cultura judaico-cristã um jardim é o lugar por excelência do regozijo, da satisfação e do contentamento.

Noutras civilizações, culturas e religiões, os jardins estão igualmente associados a uma ideia de felicidade e de perfeição, sendo portanto esse um sentir universal, ou seja, o de que os jardins são locais paradisíacos.

Os jardins são criações humanas, todavia os homens, ao criarem um qualquer jardim, usam para o fazerem a criação divina, o mesmo é dizer a natureza. Significa isto, que um jardim é uma espécie de síntese, na qual se conjugam em perfeita harmonia, o humano e o divino. Um jardim resulta sempre dessa dupla génese, a saber, a do labor criativo dos deuses e a do esforçado engenho dos homens.


Acima vemos uma obra de arte de 1860, cujo autor é o pintor norte-americano Erastus Salisbury Field, o seu título é “O Jardim do Éden”.

A arte é uma outra actividade onde o humano e o divino se cruzam. As obras artísticas são criações humanas, contudo, elas são inspiradas por desejos, ânsias e aspirações que vão para além da condição humana. Numa obra arte, tal como num jardim, pressente-se um anseio de infinito.

Uma obra de arte não é tão-somente um artefacto humano igual a um outro qualquer objecto utilitário. Numa grande obra artística pressente-se e vislumbra-se qualquer coisa de divino. Seriam milhares os exemplos que de tal poderíamos dar, mas fiquemo-nos por um, a Cappella degli Scrovegni, em Pádua, no norte de Itália.

Giotto (1267-1337) pintou de frescos todo o interior da capela, um imenso trabalho que levou certamente anos a concretizar. Alguns dos frescos mostram-nos claramente que todo o esforço de Giotto foi inspirado por algo que transcende o humano e que toca o divino.

Atentemos nestes anjos cujos lamentos nos demonstram com toda a evidência, que o homem que abaixo deles jaz por terra, não é apenas humano, mas que ultrapassa tal condição. O seu lugar é no alto céu junto aos anjos, pois pertence a uma esfera celeste, ao infinito universo.


Se atentarmos num outro fresco de Giotto na Cappella degli Scrovegni, neste caso na crucificação, vemos ao lado direito de Cristo, na parte inferior da cruz, um anjo que parece rasgar as suas vestes, deixando o próprio peito a descoberto.

A revolta que esse anjo demonstra, faz com que percebamos imediatamente que estamos perante uma visão de algo que transcende a condição humana. Em certo sentido, esse anjo faz-nos compreender que a arte permite-nos vislumbrar o mistério de tudo aquilo que nos ultrapassa.

Mais do que isso, vemos nesse anjo com total evidência, que a grande arte é como que uma revolta contra a nossa finita condição terrena. A grande arte é uma revolta, mas baseia-se simultaneamente numa esperança imensa de sermos mais do que aquilo que somos, meros mortais.


Quer os jardins, quer a arte elevam-nos. Os jardins fazem-nos pressentir que é possível uma harmonia entre o labor humano e a criação divina (a natureza), a arte faz-nos vislumbrar que não somos meros seres fisiológicos, que há algo de espiritual em nós que aspira e anseia a ser muito mais do que isso.

Digamos que em nós, humanos, há uma sede de infinito, temos uma parcela de divino, e uma esperança numa harmonia paradisíaca com a natureza e com o universo sem fim que nos circunda. Digamos que tudo isso se revela quer na criação artística, quer no labor com que se erguem jardins.

Essa revelação é tanto mais evidente, quando jardins e obras de arte se conjugam num mesmo sítio, num todo único. Vejamos um caso clássico disso mesmo, o Jardim de Versalhes. Aí o labor dos jardineiros submeteu a criação divina, a natureza, à geometria, mas para além disso, para Versalhes também se conceberam criações artísticas, e mais particularmente esculturas, de forma a que jardinagem, arte e natureza se conjugassem num todo luminoso e harmonioso.

Pelos jardins de Versalhes há esculturas de deuses, de heróis míticos e de criaturas divinas, é como se todo o jardim dissesse orgulhosamente que o Homem não é menos que nenhum desses poderosos, magníficos e transcendentes seres.


No Jardim de Versalhes, o Homem afirma-se como sendo um parente dos deuses, tão infinito como eles, pois se é certo que as divindades criaram as árvores, os frutos, as flores, a terra, a água e os céus sem fim, não é menos certo que foi o Homem a criar uma ordem geométrica para que tudo isso se conjugasse.

Os jardins geométricos, ditos à francesa, constituem uma afirmação da vontade dos homens de sujeitar a natureza, o mesmo é dizer a criação divina, aos ditames humanos. O infinito num jardim à francesa transforma-se em geometria, coisa que é o exacto oposto do que sucede nos jardins ditos à inglesa.
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Neste segundo caso, os jardins celebram a natureza no seu estado mais puro, com elementos como árvores mortas, rochedos e pequenas colinas, clareiras, lagos ou riachos, intercalados pela edificação de ruínas. As formas geométricas e retas são trocadas pelas formas curvas, arredondadas e irregulares, dando-nos assim a ver que a natureza é infinita na sua variedade.

Nos jardins à inglesa tudo é conjugado para que exista a sensação de estarmos num bosque antigo, vindo dos fundos dos tempos e intocado por mãos humanas.

As obras de arte presentes neste tipo de jardim têm uma relação com a antiguidade clássica, mas não só. O que encontramos nos jardins à inglesa são fundamentalmente obras arquitectónicas que nos recordam a passagem do tempo, como por exemplo antigos templos grego-romanos, túmulos, obeliscos, ruínas e sinistras capelas góticas.

Nos jardins à inglesa reina a irregularidade, as linhas são sinuosas, há súbitas clareiras logo seguidas de densos arvoredos, há árvores caídas cujas formas dos ramos assumem estranhos contornos e construções arquitectónicas, muitas delas propositadamente com aspecto de ruínas, que nos recordam civilizações distantes que já não existem.

Túmulos e obeliscos completam o cenário, para nos lembrarem que somos mortais, finitos, que somos apenas parte da natureza e que em algum dia à terra regressaremos. Nos jardins à inglesa vemos que o tempo prossegue a sua infinita caminhada, deixando para trás árvores tombadas e caídas e ruínas de antigas civilizações desaparecidas.

Abaixo uma imagem de Stourhead Garden, em Inglaterra.


Em síntese, nos jardins à francesa o Homem pensa-se a si mesmo como um parente dos deuses, ou seja, como um orgulhoso ser que através do seu raciocínio geométrico consegue ordenar e recriar a natureza num jardim, coisa equivalente à criação divina. Nos jardins à inglesa o Homem pensa-se a si mesmo como um humilde ser sujeito aos irregulares ditames dos deuses, à força dos elementos, aos caprichos da natureza e à inevitável e infinita passagem do tempo.

No entanto, não se pense que os jardins à inglesa constituem alguma espécie de lamento, eles recordam-nos que a condição humana é finita, que mesmo as grandes civilizações de outrora tiveram um fim, que a natureza acaba sempre por impor a sua divina lei e que o tempo não se detém, contudo, a verdadeira mensagem que nos trazem esses jardins, é a de que nos sintamos em paz com a nossa condição, ou seja, com o facto de sermos mortais, finitos, e de um dia à natureza regressarmos.

Em resumo, um jardim à inglesa não é uma forma de lamento, é sim uma forma de através da beleza que se desprende da harmonia entre arte e natureza, percebermos que mesmo sendo seres finitos, ainda assim fazemos parte da infinita natureza.

Os jardins à francesa e os à inglesa nascem de concepções antagónicos acerca da humanidade e da sua relação com a vida e com tudo o que nos rodeia, contudo, em ambos os casos eles reflectem desejos, ânsias e aspirações que nos elevam para além da condição humana, fazendo-nos pressentir e vislumbrar que não somos meros seres fisiológicos e finitos, mas que há algo de infinito em nós.

Na Cappella degli Scrovegni os anjos lamentam-se, choram e revoltam-se pela morte de Cristo, ou seja, pela sua condição finita, no entanto, todos eles sabem que a sua índole é divina, que representa uma possibilidade e esperança de infinito.

A felicidade e perfeição que vislumbramos na Cappella degli Scrovegni não é menor do que a que se pressente ao passearmos num belo e harmonioso jardim.


Ligamos as TV’s e vemos as imagens nos jornais, as paisagens são sombrias, não só pela pouca presença da luz, mas sobretudo pela ausência de árvores, de frutos e flores. A devastação é geral, a consequência das atrocidades, dos assassinatos e da barbárie.
A destruição arrasa jardins, avenidas arborizadas, campos cultivados, pomares e olivais. A fealdade toma conta da paisagem. Os campos não produzem frutos, infestados por máquinas e dispositivos construídos para destruir. A esterilidade triunfa…

(continua, em breve neste blog, a 2ª parte)

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