Ó Portugal, se fosses só três sílabas, linda vista para o mar, Minho verde, Algarve de cal… (Alexandre O’ Neill)
10 de Junho, Dia de Portugal. A História portuguesa está repleta de esplendores e misérias, sendo provável que o nosso maior feito enquanto povo, seja um reflexo disso mesmo: o Brasil.
A terra (e quem a habitava) já lá estava, mas, para o bem e para o mal, o Brasil fomos nós que o inventámos. Foi Chico Buarque quem o disse numa canção:
"Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu ideal. Ainda vai tornar-se um imenso Portugal”.
10 de Junho é também o Dia de Camões. Por mares nunca dantes navegados… entoava o poeta. Entre Lisboa e o Rio de Janeiro há tanto mar, tanto mar. Um outro poeta, Alexandre O’ Neill, escreveu “Daqui, desta Lisboa compassiva, Nápoles por Suíços habitada”. Referia-se ao facto de a cidade ser linda e luminosa como poucas, contudo, ser habitada por gente melancólica, que vivia numa tristeza vil e apagada. Quando se banha no Atlântico e o atravessa, a cidade transforma-se, torna-se festiva e exuberante. O Rio é isso, essa espécie de Lisboa à solta.
10 de Junho. Ontem jogou a seleção de Portugal. No Mundial de 1982 jogou a melhor equipa de sempre, a seleção do Brasil de Zico, Falcão e Sócrates. Nesses tempos, Portugal nunca participava nos mundiais, era repetidamente eliminado na fase de qualificação. Nesses tempos, curávamo-nos da nossa melancolia futebolística torcendo pela seleção Brasil. Em 1982, em frente ao televisor, Portugal inteiro torcia pelo Brasil.
O poema completo pode ser descoberto em:
10 de Junho. Matilde Campilho escreveu um poema intitulado “Fevereiro”. Há passagens desse poema em que se fala do Rio de Janeiro. Matilde Campilho nasceu em Dezembro, já muito perto do Natal, provavelmente, será por isso que se adivinha uma referência a um presépio na passagem abaixo (A tradição dos presépios barrocos passa de Portugal para as suas colónias. O típico presépio português de terracota, com grande número de figuras expande-se por todo Brasil. Os mais antigos presépios barrocos portugueses estão em Minas Gerais):
“Aliás, me diga, você percebe alguma coisa de carpintaria? Você sabe por que meteram um boi naquele estábulo ao invés de um pequeno rinoceronte? Deve ter tido alguma coisa a ver com a geografia. Ou com os felizmente insolucionáveis mistérios que só podem vir do misticismo asiático. Um boi é um bicho tão… inexplicável. Ainda bem”.
Para ouvir o poema do princípio ao fim, clique em:
Guião de Aprendizagem "Um imenso Portugal"
https://drive.google.com/file/d/1fvAHAUdBGkHctsojFOJRT9YDmTTYJxbd/view?usp=sharing
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