Hoje, dia 14 de Julho, nas ruas de Paris, c'est la fête. Comemora-se o aniversário da Revolução Francesa.
Em 14 de Julho de 1789, o povo saiu para a rua, tomou a Bastilha, e a França, a Europa e depois o mundo, mudaram para sempre. Antes, no Antigo Regime, a Igualdade, a Liberdade e a Fraternidade não eram valores consensuais. Depois, e até hoje, ninguém decente discute serem esses os valores civilizacionais que nos unem. As cores da bandeira francesa são usadas para os representar: liberté (azul), égalité (branco) e fraternité (vermelho).
A escola, tal como hoje a concebemos, ou seja, universal, laica, gratuita e obrigatória, foi assim definida durante o período da Revolução Francesa. Foi nesse época que foi instituída a escola pública.
No início não foi simples. Toda a canalhada resistiu pois estava habituada a andar pelas ruas na boa-vai-ela e a viver de biscates e de habilidades. Porém, a escola acabou por triunfar.
Bem sabemos que ainda hoje há quem não concorde com o princípio da escola gratuita, preferindo a privada. Também há quem não concorde com o princípio da escola laica, preferindo as escolas de matriz religiosa. Há mesmo quem não concorde com a escola obrigatória (ou pelo menos com a obrigatoriedade de certas disciplinas: veja-se o triste caso da Cidadania numa escola de Famalicão). Haverá mesmo quem nem sequer concorde com a escola universal.
Em consequência de tudo isto, há encarregados de educação que quando lhes falam de escola pública se assustam, tremem e exclamam quase a desfalecer:
-Escola pública?! Cruz credo, va de retro.
Cada um tem direito à sua opinião (sabemos também que há quem não concorde com esta afirmação). Não queremos ser polémicos, todavia, neste blog apoiamos entusiasticamente todos os princípios que estiveram na origem da escola pública. Neste 14 de Julho, celebramos efusivamente como sendo um dos grandes avanços civilizacionais a escola universal, obrigatória, laica e gratuita.
Outro grande progresso civilizacional instituído pela Revolução Francesa, foi os museus públicos. Como por exemplo, o Louvre. Antes era um palácio cujo acesso aos seus tesouros estava reservado a uns poucos, a uma “elite”. Depois, a todos.
Neste Verão, o Louvre dedica uma importantíssima exposição à arte renascentista portuguesa: “L’ÂGE D’OR DE LA RENAISSANCE PORTUGAISE”.
Ao longo do ano de 2022, celebra-se a temporada Portugal-França. Por todo território francês há eventos cujo tema é Portugal, em todo o território português há eventos cujo tema é a França.
Quem queira consultar o extenso programa pode fazê-lo em:
https://temporadaportugalfranca.pt
Quem tiver oportunidade de viajar até Paris, encontrará dezenas de eventos relacionados com Portugal. Vale sempre a pena ir à capital gaulesa, mesmo que porventura já lá se tenha ido muitas vezes, uma coisa é certa: Paris nunca se acaba.
Para quem ficar em Lisboa durante o Verão, aconselhamos um local fresco, arejado e rodeado por um frondoso jardim: o Museu Nacional do Traje. É aí que no âmbito da Temporada França-Portugal, atualmente se expõem as fotos do francês Georges Dambier (1925-2011).
Georges Dambier foi um dos melhores fotógrafos de moda de sempre. A sua particularidade foi ter tirado a fotografia de moda do interior dos estúdios e de a ter trazido para a rua. Foi o primeiro a fazê-lo. Muitas das suas fotos foram tiradas em Portugal.
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