“O Japão é um lugar estranho” é um livro de 2005 do muito premiado escritor australiano Peter Carey. O livro relata-nos a história de uma viagem do escritor e do seu filho, Charley, a Tóquio.
“O
amor é um lugar estranho” é o título português de um filme de 2003 com Bill
Murray e Scarlett Johansson. O filme narra-nos a história de um subtil amor
entre dois seres perdidos em Tóquio, numa cidade que lhes é desconhecida e onde ninguém os compreende, mas onde os dois se vão encontrar.
O título original do filme é Lost in Translation e refere-se à impossibilidade de traduzir certas palavras ou expressões de uma língua para outra, sem que o sentido não seja perdido. Mais do que palavras ou expressões, o filme fala-nos fundamentalmente do quão intraduzível é o oriente. Let’s look at the trailer:
Junichiro Tanizaki, um dos maiores autores clássicos da literatura japonesa, dedicou uma extensa passagem do seu mais influente ensaio “O elogio da sombra” às retretes tradicionais. Ou seja, àquelas retretes que, por estarem localizadas ao ar livre, mais concretamente no meio do campo, terão inspirado “os poetas de todos os tempos a encontrar abundante material para os seus haikus”.
Vem isto a propósito de em Tóquio ter recentemente aberto portas ao público o Museu da Caca. Segundo o seu fundador, Masaru Kobayashi, o objetivo é que a caca deixe de ser um tema tabu para as novas gerações.
Entre
os imensos sinónimos de excremento existentes na língua japonesa, o criador do
Museu da Caca de Tóquio, escolheu o mais simpático e brincalhão: “unko”, caca
em português. O site do museu é o seguinte:
https://unkomuseum.com/en/tokyo/
A
ancestral civilização nipónica, consegue harmonizar sem qualquer dificuldade
todos os opostos, como por exemplo, a extrema elegância e o grotesco. Em certo
sentido, poder-se-ia dizer que a perfeita síntese da cultura japonesa, está
tanto na delicada fugacidade da flor de cerejeira e na brevidade poética de um
haiku, como na caca. Com efeito, também esta última é uma matéria frágil como
uma flor de cerejeira e breve como um haiku, desaparecendo pelo ralo abaixo
logo após ter sido trazida a este mundo.
O museu
permite-nos reviver o entusiasmo escatológico com que na infância evacuavamos.
Os visitantes são recebidos numa sala que evoca as retretes coletivas da antiga
Roma, onde um guia nos convida a sentar, cerrar os punhos e, após contar até
três, imaginar que fazemos uma simbólica descarga intestinal.
Imensas são as crianças japonesas que, desde há muito, aprendem a escrever os complexos caracteres da sua língua, através de uns populares manuais escolares, cujo título é Exercícios de Caca , em japonês Unko Kamji Doriru. Deixamos-vos a capa de um desses manuais escolares, sendo que a forma e tom amarelado do professor que aparece na capa, não deixa lugar a qualquer dúvida sobre a simbologia aqui presente.
Também nós trabalhámos com os nossos alunos um guião de aprendizagem intitulado “O Japão é um lugar estranho”…
Guião de aprendizagem "O Japão é um lugar estranho"
https://drive.google.com/file/d/1MwDTGxAhP8l0wVr7k7ZDFQ5-3-I1q6TA/view?usp=sharing
Ficha de Exploração "O Japão é um lugar estranho"
https://drive.google.com/file/d/1_pqUT7jz6ZzCDsn4q7RYxIHQfcZe4B46/view?usp=sharing
Akira Ozu
https://drive.google.com/file/d/1NNSTjAWzXRepoZvBg7N8C51HZa2vnPdP/view?usp=sharing
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