Um jardim vertical. Vertical? Sim, vertical. Não há nada que obrigue a que um jardim tenha de ser horizontal. Se não temos espaço para construir um jardim horizontal, vamos então construí-lo na vertical. Há coisas óbvias.
Uma antiga
central eléctrica desativada, um espaço abandonado bem perto do centro da
cidade, onde o valor do metro quadrado é altíssimo. Um banco compra o edifício,
renova-o e faz dela um centro cultural aberto a toda a população.
Um centro
cultural? Sim, um centro cultural. Não há nada que obrigue a que os bancos
tenham de usar todos os espaços que adquirem para os converter em lucrativos
condomínios privados. Obviamente que não.
O sítio de que vos falamos, é o CaixaForum Madrid.
Por estes tempos, o CaixaForum Madrid exibe a exposição “Visiones expandidas. Fotografía y experimentación”. Como se percebe pelo título, trata-se de uma exposição fotográfica, todavia, as fotografias que aí se apresentam, não pretendem retratar a realidade. Não há nada que obrigue a que a fotografia tenha de retratar a realidade, obviamente.
Na exposição há
fotografias que vão desde do século XIX até à atualidade. O que os seus autores
pretenderam com as suas imagens foi recrear a realidade e criar novos mundos.
Para o conseguir, usaram técnicas muito variadas: collages, foto-montagens, duplas exposições, deformações e perspectivas com pontos de vista absolutamente improváveis. Geraram assim uma nova gramática visual.
Quisemos mostrar algumas dessas imagens aos nossos alunos de oito e nove anos de idade. Quisemos que olhassem para elas e sentissem como através de uma imagem fotográfica se pode transformar até mesmo o mais óbvio objeto em algo de absolutamente extraordinário.
Em determinado momento, pedimos-lhes que inventassem títulos para as imagens que viam. Começámos com a fotografia abaixo, da autoria de Brassai, “Nocturne”, 1972.
Na imagem há uma parede grafitada e houve alunos que inventaram títulos como "mulher-galinha". Contudo, houve uma aluna que propôs como título para esta imagem o seguinte: “A obscura matemática do amor”. Cremos que é mais ou menos óbvio o porquê da invenção desse título.
Uma outra
fotografia que mostrámos aos alunos para que inventassem um título, foi a
imagem abaixo de Hedda Sterne, "Composition surréaliste", 1938.
Surgiram muitos títulos originais, no entanto, o que nos ficou na memória, foi o seguinte: “O homem cuja imaginação lhe saía pela boca”. Mais uma vez, parece-nos óbvio o porquê.
Deixamos-vos o
guião….
Ficha de exploração
https://drive.google.com/file/d/1TC2xDjaKH3XHw_laO0DrfsvlwXHuuZaY/view?usp=sharing
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