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Ó Portugal, se fosses só três sílabas, linda vista para o mar, Minho verde, Algarve de cal…



Hoje é dia de Portugal, mas é também o dia de Camões. No n.º 139 da íngreme Calçada de Santana em Lisboa, situa-se a discreta casa onde um dia Camões viveu e acabaria por morrer no dia 10 de junho de 1580.

 

Quase tão discreta quanto a casa, é a placa de pedra que assinala o facto de Camões ali ter vivido e falecido. Placa que não foi colocado por nenhuma autoridade oficial, mas sim pelo proprietário do imóvel ao ano de 1867, um tal Manoel José Correia. O dito Manoel não se limitou a homenagear o poeta, aproveitou também para legar o seu próprio nome à posteridade, mandando inscrevê-lo nessa mesma placa.

 

Só isto, ou seja, a modéstia da casa e a placa que passa despercebida a quem porventura passe na rua e que foi mandada colocar pelo tal Manoel há mais de 150 anos, diz quase tudo sobre Portugal.

 

Façamos uma breve comparação. Cervantes, Dante e Shakespeare, simbolizam para Espanha, Itália e Inglaterra, o mesmo que Camões simboliza para Portugal, vejamos o que por esses lugares acontece.

 

Aqui vos deixamos o site da casa de Cervantes em Alcalá de Henares, local perto de Madrid onde viveu o autor de “D. Quixote”.

https://museocasanataldecervantes.org 

Deixamos-vos também o site da casa de Dante em Florença, residência do autor da “Divina Comédia”. 

https://www.museocasadidante.it

Deixamos-vos ainda o site da mítica casa onde Shakespeare nasceu, na bonita localidade de Stratford-upon-Avon. 

https://www.shakespeare.org.uk

 

Se visitaram, ainda que com brevidade, cada um dos três sites, mais não é preciso dizer! Mas talvez queiram ainda dar uma vista de olhos ao site da casa do escritor nacional alemão, Johann Goethe.

 https://www.klassik-stiftung.de/en/goethe-national-museum/

 

Seja como for, ali para os lados de Alcabideche, há um restaurante chamado Casa Camões, onde diz que se servem as melhores lambujinhas de Lisboa e arredores. É procurarem na internet, que encontram logo. Nesse entretanto, abaixo deixamos-vos a fotografia do n.º 139 da Calçada de Santana.



Os espanhóis espalharam por todos os idiomas o adjetivo "quixotesco". Diz-se quixotesco de alguém generoso e com nobres ideais, mas ingénuo e/ou distraído.

Os italianos espalharam por todos os idiomas o adjetivo "dantesco". Diz-se dantesco daquilo que é monstruoso ou que causa grande pavor ou horror.

Os ingleses espalharam pelo mundo expressões de Shakespeare, como por exemplo, “Ser ou não ser eis a questão”.

Os portugueses popularizaram a expressão “Vai chatear o Camões”, que segundo o dicionário é uma locução usada para afastar alguém ou mostrar o desejo de não ser incomodado.

 

A expressão surge devido à Praça Luís de Camões em Lisboa, onde existe uma estátua do poeta, estar perto do Bairro Alto, secular zona de animação e de boémia. Conta a história que antigamente, os mais ébrios costumavam conversar longamente com a estátua do poeta, esperando obter resposta. Assim, quando queremos que alguém nos deixe em paz, mandamo-lo ir chatear o Camões.

Qual seria o teor dessas conversas ébrias com o nosso poeta nacional, não o sabemos, mas quase que adivinhamos, que não seriam muito distintas desta que Vasco Santana teve com um candeeiro de rua no filme “O pátio das cantigas”:



Vamos de Lisboa a Coimbra, pois é nessa cidade, que fica um dos mais belos museus de Portugal, o Museu Nacional Machado de Castro. Em 2020, ainda em plena pandemia, foi nesse local que se organizou a exposição “Refracções Camonianas em Artistas do Século XXI”. Como o próprio título da exposição nos indica, a mostra dava a ver a influência de Camões na arte contemporânea portuguesa.

 

A obra mais marcante dessa exposição era da autoria de Pedro Cabrita Reis. Como quase todos nós, também o artista aprendeu a odiar Camões durante a escolaridade obrigatória. É um facto cientificamente comprovado, que o modo como há décadas se estuda Camões nas nossas escolas, provoca precisamente esse efeito, ou seja, o de ódio.

Diz o artista a propósito do convite para participar nessa exposição coimbrã: “Eu tive Camões quando era miúdo e no meu tempo era um desastre, odiava aquilo tudo, só muito mais tarde lhe relancei um olhar diferente, com este convite voltei a ler e encontrei outras coisas que me agradaramEra um homem moderno, provocador e transformador no seu tempo.”

 

Pedro Cabrita Reis fez uma interpretação contemporânea da Máquina do Mundo que a deusa Tétis mostra a Vasco da Gama no Canto IX e X da obra de Luís Vaz de Camões: Os Lusíadas

A Máquina do Mundo fala-nos da harmonia do cosmos e de como os astros e os elementos nele se alinham. São quatro os elementos, a terra, a qual está como centro do mundo no meio assentada, segue-se logo a água, e ao redor dela o ar, e logo o fogo puro que chega ao céu da lua. A região astral é composta por nove esferas celestiais, a saber, a esfera da Lua, de Mercúrio, de Vénus, do Sol, de Marte, de Júpiter, de Saturno, das estrelas fixas, e a do derradeiro céu.

 

Pedro Cabrita Reis é que não teve com meias medidas, deitou os olhos ao céu e instalou não quatro, não nove, mas sim trinta elementos de ferro pintado de branco que, segundo as suas próprias palavras, falam e alinham-se uns com os outros, construindo assim entre eles uma espécie de harmonia cósmica. 

Na imagem abaixo, os elementos instalados no pátio do Museu Nacional Machado de Castro.




Sendo hoje dia de Portugal, também não fica mal, apresentarmos um videozinho com o Senhor Presidente da República Portuguesa. Aqui fica o registo da visita que em 2020 o Professor Marcelo Rebelo de Sousa realizou à exposição “Refracções Camonianas em Artistas do Século XXI”:

 



Voltemos a Camões, cujos últimos anos foram amargurados pela doença e pela miséria. Reza a tradição que se não morreu de fome foi devido à solicitude de um escravo Jau, trazido da Índia, que ia de noite, sem o poeta saber, mendigar de porta em porta o pão do dia seguinte.

 

O certo é que morreu a 10 de junho de 1580, sendo o seu enterro feito a expensas de uma instituição de beneficência, a Companhia dos Cortesãos. Um fidalgo letrado seu amigo mandou inscrever na campa rasa um epitáfio significativo: "Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu."

 

Já Pedro Cabrita Reis vive bem. As suas obras integram as coleções dos mais prestigiados museus nacionais e internacionais, entre os quais se destacam o Museu Serralves no Porto, a Fundação Gulbenkian em Lisboa, a Tate Modern em Londres, o Centre Pompidou em Paris e o Museum of Modern Art em Nova Iorque.

 

Todavia, todo esse prestígio internacional não faz com que seja unanimemente aceite em Portugal. Há uns poucos anos foi instalada na marginal de Leça da Palmeira uma escultura de Pedro Cabrita Reis. A escultura foi encomendada pela autarquia local e orçou em 300 mil euros.

 

Desde então muita polémica tem havido. A discussão tem sido da grossa. Há quem diga que a escultura é tão-somente um monte de sucata, umas ferragens pintadas de branco pousadas verticalmente no passeio. A obra já foi por diversas vezes vandalizada com dizeres que questionam as autoridades locais sobre se é para “isto” que serve o dinheiro dos impostos.

Por outro lado, há quem diga o exato oposto, ou seja, que é uma magnífica obra de arte, acusando de caminho quem diz o contrário de ser ignorante e de ter falta de sensibilidade estética.

 

É uma polémica giríssima e muito portuguesa. Quem estiver interessado em aprofundar o assunto, pode ler os principais episódios em:

https://poramaisb.blogspot.com/2020/01/uma-arte-em-colunas.html

 

Nós por aqui gostamos verdadeiramente da arte de Pedro Cabrita Reis, no entanto, isso não significa que não achemos graça a quem escreve defendendo o ponto de vista exatamente oposto.

Mais graça ainda achámos a um senhor anónimo que decidiu fazer da escultura um estendal para secar a roupa. Quando questionado sobre o assunto, respondeu assim: “A arte é aquilo que o artista quiser. Por isso, se umas vigas são arte para o Pedro Cabrita Reis, para mim umas cuecas também são arte”.

 

É por coisas destas que nos orgulhamos de Portugal e vale a pena continuar a celebrar o 10 de junho. Nem Kant, nem Nietzsche, nem Wittgenstein teriam dado uma melhor definição do conceptualismo inerente à arte contemporânea. O dito devia constar em todos os manuais de estética e de filosofia da arte: “Umas cuecas também são arte”. Ah valente!



Tal como Camões, também nós poderíamos dizer “erros meus, má fortuna amor ardente, em minha perdição se conjuraram, os erros e a fortuna sobejaram, que pera mim bastava amor somente”, contudo, o dia está solarengo e é de festa, preferimos portanto terminar com um soneto mais leve, mais pastoril:

 

Verdes são os campos,

De cor de limão:

Assim são os olhos

Do meu coração.

 

Campo, que te estendes

Com verdura bela;

Ovelhas, que nela

Vosso pasto tendes,

De ervas vos mantendes

Que traz o Verão,

E eu das lembranças

Do meu coração.

 

Gados que pasceis

Com contentamento,

Vosso mantimento

Não no entendereis;

Isso que comeis

Não são ervas, não:

São graças dos olhos

Do meu coração.

 


 




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