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Estávamos à beira do precipício, mas tomámos a decisão correta, demos um passo à frente… ( 2ª parte)


Continuamos hoje, domingo, o nosso texto de ontem, sábado, sobre falhas, falhanços e fracassos. Como em tempos disse o poeta Alexandre O’ Neill, os domingos são dias terríveis de se passar, de manhã vai-se à missa e à tarde apanha-se com alguns pingos de chuva ou coça-se a barriga.
Por manifesto infortúnio, hoje está um sol radiante e a missa é um local que não costumamos frequentar, por consequência, a referência poética parece ter vindo completamente a despropósito, sendo uma espécie de ato falhado. Safa, que é preciso ter azar!
Pronto, admitamos então o nosso erro, falhámos logo à primeira. Está visto que começámos com o pé esquerdo. Esperemos que daqui para diante a coisa nos corra melhor, mas a bem dizer, não estamos particularmente crentes que assim vá ser. Enfim, o senhor é nosso pastor, esperemos pelo seu auxílio para que todo este texto não seja um grande falhanço.
Iniciemos então de novo esta segunda parte da nossa reflexão sobre falhas e falhanços. Ao longo da história houve sempre quem cometesse tremendos erros e sofresse monumentais derrotas. Um dos casos mais célebres é o de Napoleão Bonaparte. Conquistou facilmente a Europa inteira e também o Norte de África com as suas brilhantes estratégias militares, mas depois, deu-lhe para querer invadir a Rússia e saiu de lá vencido e cabisbaixo.
Na pintura abaixo de Jean-Léon Gérôme, Napoleão aparece-nos como um grande conquistador, o Egipto tinha-se rendido completamente aos seus exércitos. Sozinho em posse equestre diante da esfinge, a sua imagem como que representa a imensa grandiosidade que lhe estaria destinada. Só que não, afinal acabou mal.

Uma característica comum dos grandes falhados é a de terem mais olhos que barriga. Napoleão olhou para a Rússia, viu como era grande e qui-la para si. Houve muitos que vivamente o aconselharam a não se meter em tais andanças, contudo, o homem era de ideias fixas e insistiu em levar a sua avante.
Coitado, a coisa correu-lhe verdadeiramente mal. Napoleão não estava mesmo nada à espera de ter tanta pouca sorte. Ao que se diz, mais de que o exército russo, foi o General Inverno, quem de facto o derrotou e determinou o seu fatal e triste destino.
Comparemos a pintura abaixo de Napoleão a retirar da Rússia, com a anterior em que se encontrava diante da esfinge. Onde antes víamos um homem predestinado pelos deuses a ser grande, vemos agora um homem vencido que se encolhe e se agasalha com frio. Monta um cavalo exausto e em seu redor vê muitos dos que em vão por si caíram. Em síntese, Napoleão neste retrato é alguém que pressente o seu fim.

Para quem quiser saber mais sobre Napoleão e a Rússia, vale sempre muito a pena dedicar uns longos meses a ler o imenso e imortal romance de Tolstoi “Guerra e paz”. Há quem diga que é o.melhor romance de sempre. Quem o ler de fio a pavio, aprenderá tudo o que há para aprender sobre as invasões napoleónicas da Rússia, mas aprenderá igualmente tudo o que num romance pode ser aprendido sobre a vida.
A título de aperitivo, deixamos-vos uma curtíssima passagem dessa magnífica obra literária da autoria de Leão Tolstoi, uma frase que demonstra perfeitamente o grande conhecimento que o escritor tinha da alma humana: “A condessa Bezukhov tinha a justa reputação de ser muito amável. Sabia dizer o que não pensava...”

A derrota definitiva dos exércitos napoleónicos, haveria de se dar posteriormente às mãos do Duque de Wellington na famosa batalha de Waterloo. Depois disso, Napoleão acabaria por ser desterrado para a pequena Ilha de Santa Helena, que se situa algures no meio do Oceano Atlântico, a uns bons 1870 quilómetros da costa de África. Nunca mais viu ninguém, nem ninguém nunca mais o viu.
O profundo significado desse tremendo falhanço e dessa mítica derrota militar e pessoal, aparece numa canção dos ABBA, que muito apropriadamente se intitula “Waterloo”. Quem porventura quiser estudar e aprender algo sobre a história europeia, tem obrigatoriamente de ouvir a dita canção, acompanhado de uma caneta e com o seu caderninho de apontamentos na mão:

Se Napoleão teve um grande falhanço, um outro não menor, foi o de El-rei D. Sebastião. A que propósito decidiu o real rapaz, ir daqui para Marrocos só para se armar em herói? A propósito de nada, cá está. Tinha feito melhor em deixar-se estar quietinho e sossegadinho.
Claro está, que como era altamente previsível, toda a sebastiânica expedição militar a Marrocos foi uma autêntica catástrofe. Sobre esse assunto, não vale muito a pena insistir, pois todos os portugueses o conhecem sobejamente. Ainda assim, o que vale sim a pena, é ouvir a sonora voz de Manuel Alegre, acompanhada pela elegantíssima guitarra de Carlos Paredes, a declamar o poema “Batalha de Alcácer Quibir”:

Talvez que alguns dos mais simbólicos falhanços de sempre, sejam no futebol. O maior de todos eles, ter-se-á dado em 1950, em pleno Maracanã, o maior estádio do mundo à época, e que continua a sê-lo ao dia de hoje, um domingo, se bem se recordam.
Nesse distante ano de 1950, foi ao Brasil a quem foi entregue a organização do Campeonato do Mundo de Futebol e ninguém imaginava outro resultado possível, que não fosse a consagração da seleção brasileira como campeã do mundo pela primeira vez na sua história.
Todavia, no jogo final, no dia há muito esperado por toda a nação para ser de festa total, a seleção treme e vacila, e acaba vencida pela seleção uruguaia. O trauma foi imenso. O silêncio no final da partida era sepulcral. A derrota fez com que o Maracanã fosse o maior velório de sempre durante aquela tarde de 16 de julho de há umas quantas décadas atrás.
16 de julho de 1950 calhou num domingo e quando a bola cruzou a linha de golo e entrou na baliza do Brasil, ninguém conseguiu acreditar no que via. Tragédia. Decepção. Choro. Tristeza. O maior cronista de língua portuguesa de sempre, o brasileiro Nelson Rodrigues, chamou a esse instante “A nossa Hiroshima”.
Depois disso, o Brasil ganharia muitos campeonatos mundiais, mas como também escreveu o mesmo cronista muitos anos depois: “Por mais que ganhemos campeonatos do mundo nunca ganharemos aquele de 1950”.

Nelson Rodrigues é quem melhor em português soube analisar o caminho que nos conduz a uma derrota. A sua refinada escrita detém-se sobre o futebol, mas o que nos diz vai muito para além do pontapé na bola. É um exemplo clássico, de quem usa o futebol como uma metáfora da vida. Aqui ficam umas breves passagens avulsas de um seu texto:
“Para nós, o futebol não se traduz em termos técnicos e táticos, mas puramente emocionais. Basta lembrar o que foi o jogo que perdemos no Mundial. Eu disse ‘perdemos’ e por quê? Pela superioridade técnica dos adversários? Absolutamente. Creio mesmo que, em técnica, brilho, agilidade mental, somos imbatíveis. Eis a verdade, antes do jogo estávamos derrotados emocionalmente. Quem perde e ganha as partidas é a alma. Foi a nossa alma que ruiu face ao Uruguai. E aqui pergunto, que entende de alma um técnico de futebol? Não é um psicólogo, não é um psicanalista, não é nem mesmo um padre. Só um Freud explicaria a derrota do Brasil frente ao Uruguai e, em suma, qualquer derrota do homem brasileiro no futebol ou fora dele”.
Há uns poucos anos, a editora portuguesa Tinta-da-China publicou uma coleção com a obra completa de Nelson Rodrigues, autor que escreveu muito sobre coisas que nada tinham que ver com futebol, mas sim com a vida tal como ela é.
De entre as suas peças teatrais e romances, destacaríamos títulos tão sugestivos como por exemplo “Viúva, porém honesta”, “Toda a nudez será castigada”, “A cabra vadia”, “Engraçadinha, seus pecados e seus amores” e “Não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo”.

Ao contrário de Napoleão que se julgava destinado ao triunfo ou de D. Sebastião que se cria um herói, Nelson Rodrigues julgava-se um fracassado. Tinha um profundo cepticismo relativamente a si próprio e ao resto da humanidade. Foi autor de algumas das mais citados frases em língua portuguesa, sendo que em todas elas se nota uma desconfiança irónica face ao mundo. Aqui ficam uns quantos exemplos:
"Só acredito nas pessoas que ainda se ruborizam."
“Entre o psicanalista e o doente, o mais perigoso é o psicanalista.”
“Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar."
“O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da imaturidade."
“Dinheiro compra tudo. Até amor verdadeiro." 
"A educação sexual só devia ser dada por um veterinário." 
"Na vida, o importante é fracassar."  
Para encerrarmos a segunda e última parte desta nossa reflexão intitulada “Estávamos à beira do precipício, mas tomámos a decisão correta, demos um passo à frente…”, um momento musical, a canção “Like a Rolling Stone”.
A canção fala-nos de uma Miss Lonely que frequentou os melhores colégios e ainda jovem se transformou rapidamente numa estrela do jet-set. Comia, bebia e vestia do melhor e todos a adoravam e apaparicavam. No entanto, e um tanto ou quanto inesperadamente, tudo se desmorona subitamente e Miss Lonely fica com uma mão à frente e outra atrás, anda por aí aos caídos de um lado para o outro como uma pedra rolante (Like a rolling stone).
Quem não teve pena nenhuma da rapariga foi o Prémio Nobel da Literatura de 2016, o cantor Bob Dylan. Ao que se diz, quando a menina estava no auge do seu sucesso não ligava nenhuma ao autor. Após a sua queda, Bob Dylan vingou-se de Miss Lonely e dedicou-lhe a canção “Like a rolling stone”, onde repetidamente lhe atira à cara o seu grande falhanço: “Now you don't talk so loud. Now you don't seem so proud. How does it feel, how does it feel? To be without a home.Like a complete unknown, like a rolling stone.”
Abaixo fica então a canção, mas não interpretada por Bob Dylan, a quem um dia o poeta Alexandre O’ Neill deu a alcunha de “O fanhoso do Minnesota”, terra donde o cantor é originário. Escolhemos antes a versão dos Rolling Stones:

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