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Para que serve a educação? Para zazieguear dans le metro

 

 

Hoje em dia todos citam abundantemente. É só ir dar uma volta pelas plataformas digitais, redes sociais e blogues, citações é o que não falta. Há de tudo e para todos os gostos. Mas nós vamos ser originais a citar. Vamos citar o que ninguém cita, ou seja, uma passagem do livro de 1959 de Raymond Queneau, “Zazie dans le métro”:

“O ser ou o nada, eis o problema. Subir, descer, ir, vir, tantas vezes o faz o Homem, e no fim desaparece.”

 

Agora não vamos ser originais, pois encontram-se também inúmeras citações sobre educação, como por exemplo, uma agora muito em voga do antropólogo, sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, que nós vamos repetir:

"A educação deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes. É isso que preenche a vida. Esse é o seu verdadeiro papel."

 

Entre muitas outras coisas, talvez o que a citação de Edgar Morin nos queira dizer, é que as vidas preenchidas são as plenamente vividas no presente e que é fundamentalmente para isso, que serve a educação. Não raras vezes, vemos pais, encarregados de educação, professores e até alunos muito mais preocupados com o futuro, do que propriamente com o presente, não nos parece bem.

 

Logo no pré-escolar as crianças devem estar bem preparadas para a escolaridade. No 1º ciclo há que pensar em preparar os alunos para os ciclos seguintes. No secundário convém prepará-los para exames de acesso ao ensino superior que, por sua vez, terá de os preparar para as exigências do mercado de trabalho.

 

Uma vez formados e empregados, todos sabemos que as empresas e os seus trabalhadores têm de estar centrados nos cada vez mais complicados desafios do futuro. Em resumo, vive-se continuamente a pensar no futuro, para o presente pouco resta.

 

Tanto assim é, que são muitos, os que continuamente esperam pelo próximo fim-de-semana, pelas férias, pela promoção, pela aposentação e por tudo mais que se aguarda do futuro.

 

Mas se pensarmos bem, quando vivemos plenamente no presente, é precisamente naqueles momentos em que por nada esperamos, e em que simplesmente estamos a ler, a ouvir música, a ver uma obra de arte, a filosofar, a assistir a um filme, a conversar, a olhar para uma alta montanha, para o vasto mar ou então, porque não, apenas a ver o céu e as nuvens que nele surgem e logo passam e desaparecem.  

 

Entre muitas outras coisas, talvez o que a citação de Edgar Morin nos queira dizer, é que as vidas preenchidas são as daqueles cuja educação lhes permite apreciar e viver plenamente o presente. Como diziam os antigos latinos carpe diem, quam minimum credula postero” (aproveite o dia de hoje e confie o menos possível no dia de amanhã).

 

Alguém um dia escreveu, o poema que vos deixamos mais abaixo. Quem foi não sabemos. O que mais sabemos, é que alguém um dia o escreveu. Até poderíamos ter sido nós, mas apesar do poema muito nos dizer, duvidamos enormemente que efetivamente tivéssemos sido nós a escrevê-lo, é quase certo que não.

 

Demos com ele por um acaso, manuscrito num pedaço de papel abandonado. Não há dúvida, que em algum momento, que nós não recordamos qual, o transcrevemos para esse papel, pois a caligrafia é nossa, acerca disso não há dúvida, contudo, quem é o seu real autor, isso desconhecemos.

 

Tenha sido em que data for que o escreveram, tenha sido quem for que o fez, o certo é que de repente o poema nos apareceu por diante, vindo de um tempo distante, num pedaço de papel já um pouco amarelado. Abaixo citamos então o poema de que vos falamos e cuja autoria desconhecemos:

 

No metropolitano, ao fim do dia

viajam caras que se movem dentro do futuro.

Procuro entender o que as faz cegamente avançar

em direcção à morte natural

como se, adolescentes, as criasse

ainda o mundo para o uso dúbio

Dum ser abstracto a que chamamos tempo.

 

Quando pesquisamos na internet, nada nos aparece, o poema parece não ter autor, mas certamente que o terá, nós é que não sabemos quem será. Mas isso para agora já não importa, o que nos interessa mesmo, é o que nos diz em si, o citado poema.

 

Não sabemos sequer, se estamos perante um poema completo ou apenas diante de uma das suas partes, todavia, para o caso, tanto nos faz. O certo é que alguém viaja de metropolitano ao fim do dia e observa o rosto dos restantes passageiros. Uns sairão na estação seguinte, outros irão até ao fim da linha, e outros ainda, sairão algures nas estações intermédias. Nesse entretanto, mais gente embarcará na viagem, para tarde ou cedo voltar a sair da carruagem e ir à sua vida e afazeres.

 

Cada um dos passageiros terá o seu destino, contudo, independentemente da estação em que entrem ou saiam, todos partilham algo, ou seja, movem-se dentro do futuro, e é precisamente isso, o que o poema nos diz.

 

Os rostos movem-se dentro do futuro, porque a viagem de metropolitano é apenas uma passagem de um lugar de partida para um lugar de chegada. Quando estamos no metropolitano, não estamos verdadeiramente em lugar algum. O que verdadeiramente nos importa, é chegarmos ao lugar onde queremos chegar e não propriamente a viagem.

 

O lugar de chegada situa-se sempre no futuro, esteja este a duas paragens de distância ou muito mais longe, na estação derradeira. O tempo em que se vai dentro do metropolitano parece estar suspenso, é quase como se não existisse ou não importasse. Por isso todas as caras se movem em direção ao futuro, porque acreditam piamente, que é lá, ao sítio onde querem chegar, que a vida lhes voltará a importar. A viagem no metropolitano é tão-somente um intervalo entre o que foi e o que será, entre a partida e a chegada.

 

Ninguém viaja de metropolitano só por viajar, ou seja, vivendo a viagem como se apreciasse apenas o presente, sem ter sequer de pensar na futura paragem onde alcançará o seu destino. Quase todos querem chegar o mais rápido possível ao sítio para onde se dirigem, a essa estação, que seja ela qual for, fica sempre nesse futuro que está logo ali à saída do metropolitano.

 

Ninguém sabe o que é e como será o futuro, mas todos acreditam saber. O mais que na verdade se sabe, é que o futuro vem aí e que no seu fim, está também o nosso fim. Chegados ao final da nossa viagem, chegamos simultaneamente ao que, em última instância, sempre nos reserva o futuro, o final da linha.

 

Outros farão outras viagens e terão outros futuros, mas quer a nossa viagem, quer o nosso futuro, terão o seu inevitável desfecho ao sairmos dessa outra carruagem, que não é a do metropolitano, mas sim a da vida.  

 

O poema procura entender, o que faz com que os passageiros avancem cegamente em direção ao futuro, para o fim da viagem e qual será a sua pressa. Em boa verdade, se muitos dos viajantes pensassem nisso, descobririam que é frequentemente nesses percursos que têm uns momentos para pensar, ler, estar ou simplesmente olhar, ou seja, para viver no presente. Assim sendo, porque não aproveitarem essas breves ocasiões, antes de chegarem àquilo que os espera, mais só mais lá para a frente?

 

Na realidade, as crianças impacientam-se quando viajam, por isso perguntam repetidamente “Já chegámos? Já chegámos? E agora, já chegámos?”. Também os adolescentes, já não tanto, mas ainda assim sim, anseiam pelo futuro. Crianças e adolescentes impacientam-se e anseiam pelo futuro porque este lhes parece extenso, mas a todos os outros, que já não o são, que pressa os move nessa direção?

 

É também disso que o desconhecido autor do poema nos fala, de todas as adultas gentes que viajam no metropolitano “como se, adolescentes, as criasse ainda o mundo” e avançassem em direção ao futuro como se esse fosse extenso e o presente pouco valesse.

Talvez que essa impaciência e tais anseios lhes tenham ficado da época de criança e adolescente. Talvez que todos tenham crescido, mas não saibam que existe um “ser abstracto a que chamamos tempo”, que tal como o metropolitano, avança, leva-nos e transporta-nos sempre para uma estação lá mais à frente.

 

O tempo é um ser que faz de nós um “uso dúbio”, faz-nos acreditar que estamos a viver no presente, mas empurra-nos continuamente para o futuro, ilude-nos fazendo-nos crer que é lá que queremos estar, quando era no aqui e agora que queríamos ficar, onde éramos felizes e não sabíamos.

Para terminar esta viagem não vamos seguir em frente, voltamos para trás, ao ponto de partida, ou seja, à citação de Edgar Morin: "A educação deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes. É isso que preenche a vida. Esse é o seu verdadeiro papel."

 

PS – Já fora de tempo descobrimos quem era o autor do poema, mas desta vez não vamos voltar atrás. O texto fica tal e qual como está. O poema intitula-se “Viagem” e o seu autor é Gastão Cruz. 

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