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O que as pontes nos ensinam.


A imagem acima é de uma ponte no Vietname e faz-nos pensar, que nunca como agora, o mundo pareceu precisar tanto de pontes. Há países em guerra, gente que se insulta continuamente na internet, políticos que não conseguem estabelecer os mais leves consensos e vizinhos que nem sequer se olham de frente.

 

Até em Portugal isso se sente. As discussões parecem subir de tom e a vontade de ser racional e encontrar pontos que a todos nos unam, parece estar esgotada. Os sintomas que algo vai mal estão por todo o lado e, assim sendo, a única solução é reaprendermos o que nos ensina a linguagem das pontes.

 

Apesar deste panorama, não há porque se ser pessimista, pois enquanto pontes houver, para as quais possamos olhar, tarde ou cedo havemos de perceber o que nos dizem.

 

Há quem vá ver o mar para se encontrar, há quem contemple uma montanha para se perceber, há também quem se vislumbre numa obra de arte ou num outro alguém, mas seja qual for o caso, o certo é que há sempre algo no qual nos podemos espelhar, para assim aprendermos quem e o que somos. Ao dia hoje vamos falar-vos de pontes, que são espelhos tão bons como outros quaisquer.

 

Os homens parecem ter esquecido a linguagem das pontes, mas mal nenhum faria, que voltassem a olhar para elas e aprendessem as lições que nos dão. Vejamos algumas, tanto pontes como lições.

 

Começamos com a Ponte dei Sospori em Veneza, que liga o Palácio Ducal ao antigo estabelecimento prisional local (Prigioni Nuove), o primeiro edifício do mundo construído especificamente para tal efeito. A ponte servia de passagem entre as celas prisionais e os tribunais da inquisição, que se situavam no interior do palácio.

 

Foi-lhe atribuído o nome de Ponte dei Sospiri, porque quando os prisioneiros saíam da sala do tribunal em direção à prisão, suspiravam ao terem pela última vez um vislumbre de Veneza e da liberdade, através das suas janelas.

 

Lord Byron, o célebre poeta inglês, viveu algum tempo em Veneza e escreveu sobre a ponte um poema que se inicia assim:

 

“I stood in Venice, on the Bridge of Sighs,

A palace and a prison on each hand…”

 

O espanto de Lord Byron, era que uma ponte, que serve para unir dois pontos distintos, unisse neste caso em particular, coisas tão distintas como um palácio e uma prisão. E disto podemos tirar já uma primeira lição, ou seja: as pontes unem até o que de mais díspar existe.


Uma segunda ponte da qual podemos falar, é a de Mostar, na Bósnia-Herzogovina. A ponte foi erguida no século XVI, e desde esse momento que liga as duas margens da cidade. Numa delas vive há séculos a comunidade muçulmana, na outra, há igual tempo, a cristã.

 

A construção da ponte demorou nove anos, sendo dada por concluída em 1566. Foi mandada erguer pelo sultão Solimão o Magnífico, tendo sido projetada pelo arquiteto Mimar Hajrudi.

A ponte deu origem a várias lendas. Numa dessas lendas conta-se que Solimão ameaçou Hajrudin com a pena de morte, caso a ponte caísse. Conta-se também que Hajrudin fugiu antes de os andaimes serem retirados. Numa outra lenda, diz-se que a ponte nasceu para unir dois amantes separados pelo rio, que a propósito, se chama Neretva.

 

A guerra da Bósnia iniciou-se em 1992. A 9 de Novembro de 1993 a ponte foi atingida por um tanque croata e desabou, isto após ter sobrevivido a quatro séculos de invasões e desastres naturais. A sua queda tornou-se um símbolo do conflito na ex-Jugoslávia.

 

Uma vez finda a guerra, a ponte foi reerguida. Em 2003 estava de novo em pé e as duas comunidades, a muçulmana e a cristã, viviam outra vez em paz. E da história da ponte de Mostar, podemos retirar uma segunda lição, ou seja, que mesmo nas mais ferozes disputas, nessas em que até as pontes são destruídas, ainda assim, é sempre possível reconstruí-las.


A terceira ponte de que vos vamos falar situa-se em Nova Iorque e liga a ilha de Manhattan a Brooklyn, razão pela qual, o seu nome é Brooklyn Bridge. Um dos grandes poetas norte-americanos do século XX, Hart Crane (1899-1932), dedicou-lhe um célebre poema.

 

O poema “The Bridge” é uma autêntica ode moderna, que celebra a Ponte de Brooklyn, como se esta fosse o símbolo maior da grande epopeia da nação norte-americana.

Um símbolo tão forte e intenso, como aqueles que as antigas civilizações egípcias, gregas ou mesopotâmicas no passado celebraram, quando adoravam como divindades os planetas, as estrelas, a lua ou o sol.

 

Numa das estrofes, a majestade e grandeza com que a ponte nos aparece e se eleva sobre o rio, é como que se equiparasse à majestade do sol, quando este ao amanhecer se eleva sobre os céus.

Contudo, a estrela fica algo diminuída, pois compete-lhe a ela ir iluminando a ponte ao longo do dia, ou seja, deslocar-se e seguir o seu rasto desde o amanhecer ao anoitecer, num gesto de luz nunca acabado.

 

Todas as manhãs, como se fosse seu servo, o sol ilumina uma das pontas da ponte e depois vai-se movimentando ao longo do dia ao longo dela, dando-lhe tons, sombras e nuances em todo o seu percurso. Até que por fim, ao entardecer, serve-a com com cores crepusculares, e tudo isto dia após dia.

O sol é como que um escravo da ponte, pois enquanto ele se move e trabalha para a iluminar, ela, a ponte, somente deixa que ele a banhe. Limita-se a receber a luz trazida pelo seu servo, o sol, e permanece no seu sítio quieta, majestosa, soberba e livre:

 

And Thee, across the harbor, silver paced

As though the sun took step of thee yet left

Some motion ever unspent in thy stride,—

Implicitly thy freedom staying thee!

 

E TU, por cima do porto, ao ritmo da prata


Como se o sol te imitasse, embora deixasse


Um gesto nunca acabado no teu rasto, –


Implicitamente ficas com a tua liberdade!

 

Numa outra estrofe do poema “The Bridge”, a comparação com símbolos maiores das civilizações antigas, vai ainda mais longe. A ponte é como que uma imensa catedral, igual a uma enorme abóbada que se ergue sobre o mar. Mas é também, uma entidade divina, a quem o poeta pede, que lá do alto baixe até aos pobres mortais e, mais do que isso, que se digne emprestar ao próprio Deus, que vive no cimo dos céus, um mito.

 

No fundo, no poema, é como se a ponte fosse mais elevada e inacessível que Deus ele mesmo, e tivesse um carácter tão abundantemente mitológico, que pudesse inclusivamente dispensar à divindade em si, um pouco do seu mito.

 

O Sleepless as the river under thee,

Vaulting the sea, the prairies’ dreaming sod,         

Unto us lowliest sometime sweep, descend

And of the curveship lend a myth to God.




Ó insone como o rio lá embaixo,


Em abóboda sobre o mar, erva sonhadora das pradarias,


Desce, vem até nós, os mais humildes,


E da tua curvatura empresta a Deus um mito.

 

E da ponte de Brooklyn podemos retirar uma terceira lição, a saber, que as pontes não são só úteis, têm em si também qualquer coisa de heroico, poético e até divino. 

 

Na verdade, cremos que se aprendermos o que estas três pontes nos dizem, já aprendemos muito. Muitas outras ensinam-nos outras coisas, mas estas talvez sejam as principais:

  • As pontes unem até o que de mais díspar existe
  • As pontes são destruídas, mas ainda assim é sempre possível reconstruí-las.
  • As pontes têm em si também qualquer coisa de heróico, poético e até divino.

 

Mas dito isto, talvez possamos acrescentar uma quarta e última lição, a de que as pontes se constroem com o que tivermos mais à mão. Por vezes nem são preciso pedras, nem tijolos, nem vigas de ferro, nem qualquer outro material de construção.

 

Uns tempos após o final da Segunda Guerra Mundial, Berlim estava cercada. A capital alemã tinha sido dividida entre a secção ocidental, administrada por norte-americanos, ingleses e franceses, e a secção de leste, administrada pelos soviéticos. A cidade de Berlim Ocidental era uma ilha no meio da Alemanha de Leste.

 

Os soviéticos decidiram então bloquear todas as estradas e caminhos que de ocidente levavam a Berlim. Assim sendo, a parte ocidental da cidade ficou completamente isolada. O objetivo dos soviéticos era que Berlim Ocidental sucumbisse e que, desesperada e sem forma de sobreviver, acabasse por voluntariamente se integrar na parte leste. 

 

Foi então que os norte-americanos, britânicos e franceses decidiram criar uma ponte. Não uma ponte feita de pedras, tijolos ou vigas de ferro, mas sim uma uma nascida nos céus.

Durante mais de um ano, aviões voaram de ocidente, levantando voo quase de minuto a minuto, para em cada dia largar do ar sobre Berlim Ocidental cerca de cinco mil toneladas de alimentos e de outros bens essenciais. Foi assim que conseguiram abastecer mais de dois milhões de habitantes, que no chão aguardavam todos os dias pelos aviões. Todo esse esforço foi baptizado com o nome de “A Ponte Aérea de Berlim”.

Berlim Ocidental resistiu e a lição que daí podemos retirar, é que nem sempre são precisos materiais para se fazerem pontes, às vezes basta saber-se voar

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