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Na escola, sejamos soviéticos.


Ontem mesmo, sábado, estávamos nós sossegadamente a ver televisão à noitinha, aproveitando o tempo para fazer o nosso zapping diário, quando subitamente nos deparámos com uma entrevista na CNN Portugal, em que o pivot de serviço interrogava o anterior ministro da educação, acerca do que teria ele para dizer sobre a sovietização do ensino público.

Num primeiro momento até ficámos parvos, nem sequer percebemos de que assunto entrevistador e entrevistado estariam a falar. Num segundo momento, o anterior ministro da educação disse que não, que não senhora, que não existia uma sovietização do ensino público. O entrevistador duvidou e colocou uma outra questão.

Mas dito isso, nós continuámos sem entender de que coisa estariam eles os dois a dialogar. A entrevista terminou e ficámos na mesma, ou seja, ignorantes sobre o conteúdo do tema acerca do qual versava a conversa. Sovietização do ensino? Mas o que seria isso? Mistério!

Abaixo um cartaz de propaganda de 1951 intitulado “Honra e Glória para uma Professora Soviética”.


Em resumo, ficámos verdadeiramente perplexos com a sovietização do ensino. Pensámos até, que como não vimos nem ouvimos notícias durante o sábado inteiro, nesse entretanto se teria dado um acontecimento extraordinário, e a extinta URSS tinha ressuscitado.

Imaginámos então, que logo pela manhã de sábado, ainda antes do pequeno-almoço, a URSS teria ressurgido da tumba. Pela parte da tarde começou a invadir as escolas portuguesas, e lá por volta da hora de jantar, o serviço estava feito.
Assim sendo, quando à noitinha nos apercebemos da situação durante o nosso zapping diário, o tempo era já de rescaldo, de análises e de comentários. Quem ganhou? Quem perdeu? O resultado foi justo e etc e tal.

Em síntese, pensámos ter perdido o direto de um dos mais inauditos acontecimentos da história, a saber, o ressuscitar da URSS e a subsequente invasão pela dita dos nossos estabelecimentos de educação.

Uma pessoa não pode andar um dia distraído e acontece imediatamente uma coisa destas. Pior do que isto, é como se tivéssemos ido tranquilamente passear ao campo, afastados e desligados do mundo, e ao regressarmos ao lar, víssemos na TV notícias que tínhamos sido invadido por marcianos.


O certo é que ficámos apavorados. O Exército Vermelho teria portanto entrado nas escolas básicas e secundárias de todo o país e tomado conta da situação. Foi à traição, há que dizê-lo com frontalidade. Então não é que os ressuscitados soviéticos foram invadir o nosso sistema educativo a um sábado, e mais a mais num fim-de-semana alargado? Não se faz.

Se tivesse sido num dia útil, haveria resistência, mais não fosse do sindicalista André Pestana, que estaria certamente na primeira linha da frente envergando um cartaz com o slogan “STOP the Soviet”.
Era assim, escrito em estrangeiro e tudo, para que a comunidade internacional visse que o dirigente sindical é valente e não se amedronta com nada nem com ninguém, nem com soviéticos, nem com marcianos.

Nós é que ficámos amedrontados, cheios de pavor do Exército Vermelho. Temos boas razões para tal, pois já vimos imagens que retratam, o que esses senhores são capazes de fazer.
Só para que os nossos leitores tenham uma ideia, abaixo fica um filme ilustrativo, que é também um raro documento histórico. São cerca de sete minutos com algumas das tropelias que essa tropa faz. São imagens impressionantes, vale mesmo a pena ver do princípio ao fim. Vejam lá, que até a dançar de cócoras eles se põem:



Ainda espantados com a situação, decidimos então pesquisar na internet o que significava a expressão sovietização do ensino. O resultado foi decepcionante, uma espécie de anticlímax. Com efeito, a expressão surgiu no espaço mediático após ter sido usada aqui há uns tempos por um antigo primeiro-ministro, durante a apresentação de um qualquer livro. Foi afinal daí que a coisa veio.

Em súmula, nem a URSS ressuscitou a um sábado, nem as escolas públicas foram invadidas pelo Exército Vermelho, afinal foi só uma “boca”, ou como se diz em Paris, uma “boutade”.

Ainda assim, ficámos curiosos e quisemos compreender, como é que uma mera “boutade” de um antigo primeiro-ministro dita no contexto da simples apresentação de um livro há já uns tempos, reaparece numa entrevista a um anterior ministro da educação alguns meses depois.

Com mais uma pesquisa na internet, satisfez-se a nossa curiosidade. Por trás da “boutade”, há um movimento de gente organizada, que acredita mesmo a sério na existência da sovietização do ensino.

Pesquisando na internet, fica-se também a saber da existência de chalupas que acreditam que a Terra é plana e, pasme-se, existe igualmente gente que convictamente crê, que o mundo foi mesmo invadido por marcianos. Há de tudo na internet, desde quem viu o Elvis vivo à esquina, até quem vê Cristo aparecer-lhe pela frente enquanto tomava um chá com torradas.


Em boa verdade, há já até estudos científicos sobre Cristo e torradas. Não acreditam em nós? É irem ver:

Diante de todos estes doidos, a tese da sovietização do ensino até parece uma coisa à séria. Aparentemente, a ideia ter-se-á popularizado através das redes sociais e conta já com bastantes adeptos, como com uma tal Cláudia Nunes, pessoa que não fazemos a menor ideia de quem seja, mas que aqui usamos como exemplo, pois é alguém que tem uma firme opinião sobre essa magna questão.


Como é evidente, não vamos aqui debater se há ou não sovietização do ensino, pois isso é tão despiciendo como discutir se fomos ou não invadidos pelos marcianos ou se a Terra é redonda ou plana. É tão inútil argumentar contra tais teses, como tentar convencer um pobre coitado internado num hospício, de que não é o Napoleão. O que nos move na continuação desta conversa, é simplesmente perceber o que leva certas pessoas a proferir tais doidices.

Uma vez feito um profundo estudo sobre o assunto, concluímos que há dois pontos que obsessionam essa malta. No fundo, a sovietização do ensino resume-se a isto: cidadania e sexo.

Uma das obsessões é a disciplina de Cidadania. Citemos a Dona Cláudia Nunes: “No que diz respeito às matérias, a ideologia está constantemente implícita nos programas e em certas situações há mesmo a substituição do papel familiar na educação relativamente a valores morais, como é o caso da obrigatoriedade e avaliação da disciplina de Cidadania.”

A outra obsessão é a Educação Sexual, que, para aqueles que acreditam na sovietização do ensino, se resume à propagação daquilo que designam por ideologia de género.
Citemos uma notícia da CNN Portugal aquando da apresentação do já referido livro pelo antigo primeiro-ministro: “Não podemos desvalorizar os adversários da família, umas vezes mais à luz do dia, outras vezes de um modo mais subtil e larvar, mas nem por isso menos dissolvente”, começam por alertar os coordenadores. E por “adversários” entendem a “escola pública”, as “posições radicais e mediaticamente potenciadas” e ainda “a chamada ideologia de género”.

O que se deduz de tudo isto, é que para esse pessoal, Cidadania e Educação Sexual nas escolas, não, nem pensar nisso. Essas são competências exclusivas da família, dizem eles. Contudo, o ponto que toda a gente parece ter esquecido, é que a escola assumiu esses papéis, precisamente porque uma parte muito significativa das famílias, não os assumiu nem os assume.

A escola também assumiu promover hábitos de higiene e saúde, porque em muitos casos ninguém mais o faz. De igual modo, fornece refeições a alunos, até durante as férias, porque há famílias que não o conseguem fazer, seja por negligência, seja por incapacidade económica.

A Dona Cláudia Nunes queixa-se amargamente que a escola tem demasiadas horas letivas e que, ainda por cima, há nela atividades extra-curriculares. Sugere que, com tanto tempo na escola, esta pretende “roubar” as crianças às famílias.
Só que, e mais uma vez, esquece-se que a chamada “Escola a Tempo Inteiro”, surgiu precisamente pelo facto das famílias não poderem ou não quererem ter os seus petizes mais horas em casa. Coube assim à escola assumir um papel, que porventura alegremente dispensaria.

Para além disso, no discurso da Dona Cláudia Nunes está implícito que as mães deveriam ficar mais tempo em casa com os filhos, vejamos o que ela diz: “A visão soviética rejeita que a educação dos mais jovens deva pertencer à família e despreza profundamente a figura da mulher como mãe, querem libertá-la rapidamente para o trabalho.”

Ora bem, estamos em crer que nenhuma escola ou professor se importaria que as mães passassem mais tempo com os filhos, pelo contrário, até aplaudiriam. O problema é que para tal teríamos de voltar ao mundo do antigamente, no qual o homem trabalhava e a mulher era tão-somente dona de casa.
Acreditamos que essa ideologia de género tenha deixado saudades a muita gente, mas pronto, o facto é que o país evoluiu e andou para a frente, e agora não vai ser fácil voltar para trás.

Dito isto, a única conclusão lógica, é a de que a conversa da sovietização do ensino é uma grande palermice. Abaixo mais um cartaz de propaganda.


Nós os que concluímos a escolaridade obrigatória com aproveitamento, sabemos bem o quão terrível era a vida na antiga URSS, razão pela qual, sabemos igualmente que falar em sovietização das escolas é só tolo.
Tão tolo como se disséssemos que atualmente estamos a assistir a uma fascizistação de certas famílias portuguesas, e que estas estão a usar a escola pública como campo de batalha para propagarem as suas tresloucadas teses, cuja perigosidade é muito maior do que aquela que pode advir da há já muito morta e enterrada União Soviética.

Para findarmos, o hino da extinta URSS. É um pequeno miminho que fazemos aos saudosistas de outros tempos. Vale pena escutar, até para quem não entenda uma palavra de russo. A música é muito bonita, e por vezes o melhor é mesmo não se perceber certas coisas…

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