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Que vacina tomar para a infodemia? Hoje a primeira e a segunda dose.



Ontem falámos de um mal social, a infodemia, um conceito que significa um enorme fluxo informativo sobre um qualquer assunto, que aumenta velozmente num curto espaço de tempo e se prolonga indefinidamente. A infodemia está também associada a uma torrente de informações indistintas, na qual não se separa o que é essencial do acessório, o importante do irrelevante e o banal do fundamental ou urgente.

Abaixo uma notícia da CM TV que nos dá a ver o técnico de futebol Jorge Jesus, no que se presume ter sido uma urgência.



A pergunta que se impõe é que vacina tomarmos, de modo a resistirmos a este imenso fluxo viral que está por todo lado, seja nas TV’s, seja nos jornais ou nas redes sociais. Para nós a resposta é simples, a primeira dose é lermos Milan Kundera. Lendo-o ficamos vacinados contra a absoluta vulgaridade deste mundo comunicacional e mediático que nos rodeia e contamina.

Ler Kundera faz-nos entender, que apesar de se levarem muito a sério e de se apresentarem com um ar muito profissional, toda essa gente, que vai desde os comentadores, a repórteres, a influencers e a outros, no mais das vezes são tão-somente risíveis, quando não ridículos.

Por fim, Kundera é ainda decisivo para compreendermos, que as urgências, os alertas, as pressões e as pressas das TV’s, jornais e redes sociais, frequentemente são apenas excitações pontuais, que logo se esfumam, mas que deixam no ar um certo alvoroço, sem que houvesse qualquer razão para tal.

Em síntese, a infodemia resulta duma enxurrada de vulgaridades, da seriedade com que se dizem grandes banalidades e da extrema urgência que tudo isso se parece revestir.


Uma vez tendo nós já ilustrativas imagens da frivolidade informativa que nos cerca, o que temos a fazer é imunizarmo-nos com uma vacina que nos proteja da infodemia e nos permita distinguir o corriqueiro do extraordinário, nos faça rir do que se apresenta com um ar grave e sisudo mas é meramente fátuo e pretensioso, e permanecer plácidos e serenos perante excitações insignificantes e emergências insensatas.

A primeira dose da vacina pode ser tomada lendo um pequeno livro de Milan Kundera intitulado “A Festa da Insignificância”. Numa passagem dessa obra, um dos personagens explicita o seu credo, que consiste na constatação de que infelizmente a atual dinâmica do mundo é imparável.

E de facto é verdade, por exemplo, de que nos vale a nós estarmos para aqui a arengar contra as imensas parvoíces que diariamente se veem nos jornais, TV’s e redes sociais? Não nos vale de nada, claro está.
Nenhum YouTuber ou Tik-Toker vai pensar, depois de nos ler duas vezes, antes de dizer uma qualquer barbaridade e de a divulgar ao mundo inteiro pela internet, nem nenhum repórter se vai recusar a ir para a frente de uma cadeia descobrir se um dos detidos vai jantar frango ou atum. E também ninguém vai deixar de estar à porta de uma casa de banho, para investigar se após uma viagem de avião, um treinador de futebol se pôs ou não a evacuar.

Mas dito isto, o que Kundera nos ensina, é que podemos ainda assim rir disso tudo: “Nós compreendemos há muito tempo que não era possível mudar este mundo, nem remodelá-lo, nem impedir a sua infeliz trajetória para a frente. Havia uma única resistência possível: não o levar a sério.”


Uma das consequências mais nefastas de todo este dilúvio de notícias, comentários e publicações virtuais cujo real interesse é nenhum, é que atualmente as pessoas discutem acaloradamente por tudo e por nada, sobretudo por nada.

A própria discussão em si mesma é um espetáculo, sendo que, ter ou não ter argumentos válidos é coisa que tanto faz como fez. O que dá audiências e “likes” é que se esgatanhem todos uns aos outros, e que cada um diga ou escreva as maiores alarvidades do modo mais agressivo possível. Se assim acontecer, certamente que milhões irão logo a correr verificar o que se passa.

Antes discutia-se para se chegar a conclusões, para se perceber de que lado estava a razão, mas agora não. Seja lá onde for, as discussões eternizam-se sem que se chegue a um final ou haja um desenlace.
Parece que nem sequer importa que um debate tenha ou não um resultado pertinente, a única coisa que interessa é continuar-se em frente, em direção as posições cada vez mais extremadas em que a gritaria é a rainha da festa.

Consensos, conclusões, acordos e cedências de parte a parte, parecem agora ser coisas do passado. Nas redes sociais, nos debates televisivos e nos artigos de opinião nos jornais, cada um mantém a sua posição até ao fim e dê lá por onde der, dali não sai, dali ninguém o tira.

Tudo isto leva a estados contínuos de exaltação e a uma espiral de acusações mútuas entre as várias partes, sem que daí nada de benéfico resulte. Uma das piores consequências deste estado de coisas, desta infodemia, é a facilidade com que se atribuem culpas de algo seja a quem for. Não é preciso haver um grande crime de corrupção, qualquer coisa serve.

Televisões, jornais e redes sociais deliram de contentamento com culpados, tanto reais como imaginários. Atribuir culpas, ou seja, fazer com que outros se sintam culpados, mesmo que eventualmente não o sejam, é uma estratégia comunicacional que rende, e bastante. Nada vende tanto como isso.

Hoje em dia, uma das formas mais eficazes de se ter sucesso em termos de comunicação, é fazer-se sentir a alguém em específico ou a muita gente junta, que tem ou têm culpa. Criar em outrem um sentimento de culpa, resulta e bem.

O sentimento de culpa pode ser difundido com coisas simples, como por exemplo fazendo-nos sentir que abusamos demasiado do sal, que não usamos o protetor solar correto, que ingerirmos em excesso gorduras de origem animal, que não separamos adequadamente o lixo, que aviamos remédios sem receita médica, que vamos em excesso de velocidade, que não lemos o suficiente, que somos sedentários, que não vamos ao ginásio, que…que…e que…

É também por isso que ler Milan Kundera é decisivo, é uma vacina contra todos os que vivem da culpabilidade alheia: “As pessoas não podem atirar-se umas às outras sempre que se encontram. Por isso, em vez disso, tentam que o outro se sinta culpado. Ganha quem consegue tornar o outro culpado. Perde aquele que reconhece a sua culpa.”


Quando se cria em alguém um sentimento de culpa, cria-se simultaneamente uma vítima. Aquele que culpa um outro, eleva-se ao estatuto de vítima. Se há algo que as Tv’s, jornais e redes sociais também adoram são vítimas, e mais uma vez, tudo serve para as criar, seja o que for.

Se porventura lerem um artigo publicado hoje no El Pais, vão descobrir que há até quem se ache vítima da sua falta de pontualidade. Com efeito, quem chega constantemente atrasado a todo o lado, reivindica agora uma maior compreensão dos que pacientemente os aguardam. Culpam os que esperam por os fazerem sentir que se atrasaram e não perceberem que são vítimas da sua incapacidade de gerir o tempo. Vale a pena ler:


Culpados e vítimas são a cara e a coroa da moeda comunicativa e mediática. Os grandes perdedores desta infodemia que alastra por todo o lado, são aquelas pessoas que não são culpadas nem vítimas. As que, com toda a normalidade, quando erram pedem desculpa, admitem ter-se equivocado ou estarem distraídas, reconhecendo assim sem dramas, não terem agido da melhor forma.

Nada disso funciona no reino da infodemia, aí só há culpados malvados ou inocentes vítimas. O mais que pode haver, é arrependidos que vão à televisão bater com punho no peito, chorar rios de lágrimas e que em direto confessam “Mea culpa, mea maxima culpa”.

No reino da infodemia, à parte os arrependidos, só há culpados a condenar, ou então vítimas a salvar, nada mais. É para nos imunizar deste mundo a preto e branco, de 8 ou 80, e de prós e contras, que Milan Kundera nos apresenta uma situação exemplar para que nela possamos pensar:

“Vamos pela rua, perdidos nos nossos pensamentos. Na nossa direção vem uma jovem mulher, caminha como se estivesse sozinha no mundo, sem olhar nem para a esquerda nem para a direita, indo a direito, sempre em frente. Embatemos os dois. Eis o momento da verdade. Quem vai insultar o outro, e quem se vai desculpar? É uma situação-modelo: na realidade, cada um é ao mesmo tempo vítima do embate e o que embateu. E, no entanto, há os que se consideram imediatamente, espontaneamente, os que embateram, e portanto culpados. E há os outros, que se veem sempre, imediatamente, espontaneamente, como sendo vítimas do embate, e portanto no seu direito de culpar o outro e de fazer com que este seja punido.”

Mas se a primeira dose da vacina que a todos aconselhamos é “A Festa da Insignificância” de Kundera, a segunda é mais leve, uns versos de uma canção dos GNR.

A canção “Impressões Digitais” fala-nos de tudo o que aqui hoje falámos, só que doutra maneira. Ainda assim, há referências a confusões entre o vulgar e o intelectual, a pressões enormes, a perder tempo essencial, a papel jornal, a estar perdido e a um pedido de algo fundamental:

Faz impressão o trabalho que se tem ser superficial
Faz-me impressão e baralho o vulgar e o intelectual

Sinto depressão conforme perco tempo essencial

Sofro uma pressão enorme para gostar do que é normal

Deixo tudo para mais logo não sou analógico sou criatura digital

Tendo para mais louco não sou patológico como o papel vegetal
Faz-me impressão ser seguido imitado por gente banal

Faz-me um favor estou perdido indica-me algo de fundamental

Acho que gosto em mim o que me motiva é uma preguiça transcendental

E em ti o que me torna afim o que me cativa é esse sorriso vertical
Acho que gosto em mim o que me motiva é uma preguiça transcendental

E em ti o que me torna afim o que me cativa é esse sorriso vertical

Como uma impressão digital

Sinto-me uma fotocópia prefiro o original

Edição revista e aumentada cordão umbilical

Exclusivo a morder a página em papel jornal.


Posto isto, continuaremos amanhã para a terceira e última dose da toma de uma vacina contra infodemia.

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