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Quem será o maior artista português do nosso tempo, daqui a 500 anos? Nós apostamos no Reis.


Daqui a uns quantos séculos, digamos cinco, alguém há de olhar para este nosso tempo e, pela arte de agora, verá como nós éramos. Ou melhor, como somos. Será tal e qual, como quando atualmente olhamos para as pinturas e esculturas doutras eras, e nelas vemos, como eram e viviam as gentes de antigamente.

Com efeito, basta olharmos para uma pintura de Columbano para sabermos que ali por alturas de finais do século XIX, havia alta camaradagem e a rapaziada era dada à boémia e a grandes jantaradas, desde que, regadas com bons vinhos e ainda com melhores digestivos.

À data, uns dos locais mais apropriados para se conviver em Lisboa era a Cervejaria Leão de Ouro, que ainda hoje existe, e fica junto à Estação do Rossio. Assim sendo, não é de estranhar, que uma das mais marcantes obras de arte portuguesa, tenha como cenário, esse histórico e centenário estabelecimento de restauração.

Abaixo, “O Grupo de Leão”, obra de 1885 de Columbano Bordalo Pinheiro, que pode ser hoje vista no Museu do Chiado.


Pela arte, é fácil perceber, o que sentiam e pensavam os que viveram no passado. Por exemplo, se observarmos a pintura do século XVI “O Inferno”, de um famosíssimo Mestre Português cujo nome é desconhecido, percebemos imediatamente que nessa época, as gentes eram tementes a Deus e tinham um verdadeiro pavor de ao inferno irem parar.

Percebemos também, que nesse tempo, havia uma certa perversidade pelo ar, pois apesar de na pintura se representar os terríveis castigos que porventura se sofreriam caso ao inferno fôssemos parar, ainda assim, há igualmente uma certa atmosfera libidinosa um “je ne sais quoi” de devassidão.

Caso não soubéssemos que se trata de uma pintura religiosa, proveniente de um convento, dir-se-ia que estávamos perante uma qualquer festa sado-masoquista. Só por aí, entende-se logo como era a vida naqueles tempos, ou seja, viver-se-ia numa permanente tensão entre os deleites do corpo e as enlevos da alma.

Qualquer criatura, fosse ela da mais alta nobreza ou do mais humilde povo, carregava consigo um dilema, que se traduziria da seguinte maneira: prazeres físicos ou arrebatamentos espirituais? Desfrutar da breve vida na terra ou, ao contrário, aspirar ao céu e à eternidade?

O quadro “O Inferno” pode ser atualmente visto no Museu Nacional de Arte Antiga.


Mas imaginemos agora, que estamos no ano 2500, e que olhamos para trás, através da arte, para este nosso tempo, o de hoje. Imaginemos também, que estando nesse distante futuro, e que olhando para um quadro ou para uma escultura contemporânea, nos pomos a adivinhar, daqui a meio milhar de anos, como eram as gentes que vivem neste início do século XXI.

Para fazemos este exigente exercício imaginativo, o melhor é recorrermos a um artista de grande prestígio da nossa época, e para isso, nada melhor que Pedro Cabrita Reis.
Imaginemos então, que estamos em pleno ano de 2500, e nisto, nos deparamos com uma obra do referido artista. É nesse momento, que nos pomos a pensar, em como seria a malta entre dois mil vinte e dois mil e cinquenta.

Em Portugal, Cabrita Reis não é certamente um popularíssimo artista, todavia, expôs nos mais conceituados museus internacionais e é frequente assunto de revistas e jornais.
Mais a mais, foi amplamente reconhecido e premiado por altas instâncias oficiais, inclusivamente, pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, que o agraciou com o grau de Grande-Oficial da Ordem de D. Infante.

Em síntese, Cabrita Reis é perfeito para que daqui a 500 anos contemplem as suas obras e saibam quem éramos nós, os que neste momento estamos vivos. Melhor dizendo, é o artista ideal, para que no futuro compreendam exatamente o que pensávamos e sentíamos.

Abaixo uma imagem do artista junto a uma sua obra instalada num parque municipal em Santo Tirso. O título da dita é “Uma escultura para Santo Tirso”.


Há que esclarecer, que quando a obra foi inaugurada em 2001, os tijolos estavam novos e não esburacados, contudo, e citando o reconhecido artista: “Todas as obras de arte são testemunho da passagem do tempo, a pele de ‘Uma escultura para Santo Tirso‘ revela agora a erosão, que essa passagem deixa como marca e, se no nosso corpo se vão lendo as marcas dessa passagem, ao menos da arte, sabemos que perdurará muito para além do nosso breve e fugidio tempo”.

Ora bem, o que nos diz Cabrita Reis, é que uma obra de arte perdura para além da época em que é feita, mas isso já nós sabíamos. O que o artista nos diz também, é que a passagem do tempo traz consigo erosões e deixa marcas.

O que nós dizemos, é que em nenhum outro tempo antes do nosso, houve uma tão aguda consciência desse facto, como o há agora. Basta olhar à nossa volta e ver a quantidade de tratamentos e intervenções cirúrgicas que são feitas para eliminar a erosão e as marcas do tempo. Só isso, chega para se perceber, que uma das obsessões da nossa época, é precisamente essa, ou seja, suprir as rugas e os sulcos que o tempo deixa. Nesse contexto, quem daqui a 500 anos contemplar “Uma escultura para Santo Tirso”, perceberá bem quem hoje nós somos, como vivemos, pensamos e sentimos.

Uma outra escultura de Pedro Cabrita Reis está instalada junto ao Tejo. Não muito longe dela, em direção a ocidente, veem-se o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém. Quando se olha para oriente, avista-se a Ponte 25 de Abril e mais adiante, à frente, o Cristo-Rei.

Quer o Padrão, quer a Torre, que a Ponte, quer o Cristo-Rei são gestos arquitectónicos, escultóricos e de engenharia grandiosos. O desenho de todas essas estruturas é ousado e audaz, não receando confrontar-se com os céus e com os mares.
Não há quaisquer dúvidas, que todos esses monumentos são construções de gente que se via a si mesmo como grande e capaz de atravessar vastos oceanos e extensos continentes.

Mas vejamos então, a obra de Pedro Cabrita Reis, que se confronta com todos esses nobres e admirados monumentos. Aqui fica, na imagem abaixo.


Como se vê, esta estrutura é bem mais modesta do que aquelas outras que dela se avistam. O que temos são duas torres em alumínio, com cerca de 10 metros de altura, ambas equipadas com vulgares lâmpadas florescentes, que ao entardecer se acendem.

Os materiais são pobres, alumínio e lâmpadas. Contrastam vivamente com a pedra esculpida da Torre de Belém, do Padrão dos Descobrimentos ou do Cristo-Rei, mas igualmente com o duro e forte aço da Ponte 25 de Abril.

Se estivéssemos no ano 2500, olharíamos para esta obra de Cabrita Reis que, a propósito, se chama “Central Tejo”, e diríamos que a gente que a concebeu e ali a colocou, não se via a si mesmo como via os seus antepassados, esses que eram capazes de audazes gestos e de cruzar os extensos mares. Viam-se antes, como um povo muito mais modesto, que só precisava de alguma luz que os iluminasse, quando à beira Tejo.

No fundo, tanto “Uma escultura para Santo Tirso” como “Central Tejo” nos falam do mesmo, ou seja, da passagem do tempo. A primeira obra fala-nos das marcas e da erosão que o tempo traz, a segunda fala-nos de como éramos grandes e ousados há uns séculos atrás.

Mas isto não significa que a obra de Cabrita Reis seja feita de lamentos pelos tempos antigos em que não estávamos erodidos, ou então por épocas distantes em que éramos valentes e destemidos. Não é de todo em todo esse o sentido da obra do artista.

No ano de 2500, o mais que vai saltar à vista, é que a obra de Cabrita Reis é optimista, pois nela há a crença, que algo estamos a erguer para o futuro. Isso é tanto mais evidente, porquanto os materiais usados pelo artista, são materiais de construção como por exemplo, alumínio e tijolos.

No entanto, se quiséssemos uma prova definitiva que assim é, teríamos como clara evidência, uma escultura que se encontra nos jardins da Gulbenkian, e que nos lembra uma casa em construção.

A escultura foi encomendada pela Fundação Calouste Gulbenkian para prestar homenagem ao seu primeiro presidente e principal mentor, o Doutor Azeredo Perdigão.
Foi ele quem definiu a missão da fundação que lhe foi confiada, a saber, e conforme um dito de Cabrita Reis, “uma Ideia em permanente construção, a ideia de uma casa em construção para sempre".


Uma casa em construção para sempre é o cúmulo do optimismo, é a certeza que nada é definitivo, que tudo pode ser construído e reconstruído. O mesmo é dizer, é crer que o futuro existe.

Neste momento, exibe-se em Lisboa uma exposição de Cabrita Reis com milhares de obras suas, o nome da mostra é “Atelier”.

E Atelier porquê? Porque, e citando um excerto de um texto com questões do artista: “A vida toda é o lugar do atelier? O atelier inteiro é maior do que a vida toda? Um lugar inteiro é uma vida toda? Sim!”

Aqui fica o site, para quem a quiser ir ver:

Findamos dizendo que ainda há dois anos, na mais célebre das bienais de arte, em Veneza, a Pedro Cabrita Reis deram-lhe uma igreja inteira. Uma que existe desde o ano de 996. Uma construção que ao longo dos séculos foi tendo várias remodelações.

Cabrita Reis trouxe o caos para dentro dessa igreja em Veneza, com uma impressionante escultura feita de escombros que se espalham pelo chão da nave central. A obra fala-nos de ruínas, de convulsões, da eterna batalha entre a escuridão e a luz e entre o bem e o mal, em síntese, do nosso tempo, ou seja, da crença na construção do futuro.

No ano de 2500, hão de olhar para as obras de Cabrita Reis, e pensarão de nós que éramos gente que com uns quantos escombros, uns tijolos esburacados, uns bocados de alumínio e uma meras lâmpadas fazíamos maravilhas. Irão pensar que éramos gente que acreditávamos que o nosso destino era construir.

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