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A aldeia, terra, gentes, pedras e bichos

 

Quem é o homem, que tendo outrora sido rapaz, e longos anos atrás vivido numa aldeia num verde vale, cujo aspeto muito tenha mudado, não cerra a vista, recorda o antes, e diz agora melancolicamente de si para si mesmo: “So I can close my eyes on my valley as it is today, and it is gone, and I see it as it was when I was a boy”.

O clássico filme “How green was my valley” inicia-se com um monólogo em que o personagem principal, Huw, nos diz que vai abandonar a sua aldeia, situada num dos mais belos vales de Gales.
Após ter ali vivido desde criança até aos seus atuais cinquenta anos, Huw prepara-se para partir: “And I'm going from my valley. And this time I shall never return. I am leaving behind me my 50 years of memory. Memory.”

O monólogo continua com as memórias “of what happened years ago, of men and women long since dead”. Incrédulo com a velocidade a que o tempo passa, e com o que nesse percurso desaparece e se desvanece, Huw questiona-se assim: “Can I believe my friends all gone, when their voice are still a glory in my ears?”


“How green was my valley” é um poema em cinema, nele vemos o que é uma aldeia onde existe um verdadeiro espírito de comunidade e na qual todos se conhecem e a ela sentem pertencer e aí ter o seu lugar.

A cena que melhor ilustra esse sentimento de pertença, é aquela em que os homens regressam da mina próxima, após mais um dia de labor. Pelo caminho até às respetivas casas, onde as mulheres os aguardam diante às portas, todos os homens entoam as velhas canções da sua terra natal, Gales.

No vídeo abaixo do YouTube do filme “How green was my valley”, os aldeãos regressam ao lar e cantam na sua língua nativa, o galês, sendo que, nós podemos escolher ter legendas nessa ancestral linguagem, ou em vez, escolher o inglês, o idioma oficial do País de Gales, que é umas das partes do Reino Unido. O nosso conselho é que escolham o galês.



“How green was my valley”, é uma das mais esplendorosas odes à vida de aldeia, ao local onde todos sabem quem são, que sabem também quem são os seus vizinhos, e em que cada um está próximo e indissociavelmente ligado aos restantes. Em síntese, através das recordações de Huw, o filme dá-nos uma visão idílica da vida longe das grandes cidades e de como é bom viver em aldeias junto aos verdejantes campos.

Como já terão adivinhado, hoje vamos falar-vos de aldeias, que é coisa que habitualmente não fazemos, pois costumamos andar mais pelas cidades. 
Em Portugal há belas aldeias, sendo umas quantos delas históricas, como por exemplo, Monsanto, Piódão, Belmonte, Sortelha ou Almeida. Havendo também outras, que mesmo não sendo históricas de papel passado e carimbado, ainda assim, têm as suas lindas histórias e ancestrais tradições, como será o caso de Curral das Freiras, A-da-Gorda, Carrapatosa, Chiqueiro, Ranholas e Bogas de Cima do Meio e de Baixo


Algo a enaltecer, é a enorme capacidade que existe no nosso país para nomear sítios e lugares. Para além das aldeias já acima referidas, há também outras de cujo nome se desprende pura poesia, como por exemplo, Bexiga, Boi Morto, Coiro da Burra, Derreada, Farinha Podre, Vacaria, Venda da Gaita ou Vale da Porca.

Há quem diga, que as mais belas aldeia se situam no norte da Europa, nomeadamente na Alemanha, mas nós estamos em crer que assim não o será. Veja-se abaixo uma imagem de Oberammergau, que fica na Baviera. Alguma vez a beleza de Oberammergau é superior à de Bogas? Com certeza que não, como é evidente.


Sendo certo que começámos este nosso texto falando-vos das atraentes e pequenas localidades portuguesas, sabemos no entanto, que a primeira coisa que a todos nos vem imediatamente à cabeça quando falamos de aldeias, é certamente aquele popular ditado germânico “Stadluft macht freie”.

“Stadluft macht freie” é um dito medieval alemão que tem atravessado os séculos e cujo significado é “O ar da cidade liberta”. O que nessa expressão está pressuposto, é que apesar de nas aldeias haver muito campo, o ar ser mais puro e fresco, e se poder andar a correr e a saltar por entre prados e vales, ainda assim, o ambiente circundante é mais abafado, pois desde o padre ao professor, passando pelo taberneiro, pelo merceeiro e acabando na vizinha do lado, toda a gente sabe e comenta o que cada um diz e faz.

“Todos lo saben” é um excelente filme de 2018 de Asghar Farhadi. A narrativa passa-se numa aldeia de Espanha. Penélope Cruz, que interpreta o personagem principal, regressa ao local onde cresceu, para ir a um casamento. Todavia, mesmo tendo-se passado muitos anos, as histórias de dantes continuam vivas e todos as conhecem.

Quando jovem, Penélope tinha namorado com Javier Bardem, que interpreta um outro personagem, só que este, fez a sua vida na aldeia. Há muito que cada um tinha seguido o seu caminho, contudo, nas pequenas localidades, sejam as de Espanha ou doutro sítio qualquer, nada passa, tudo permanece. O ar não circula, tornando-se mesmo bafiento, fazendo assim ressurgir no presente os dramas de antigamente. Em resumo, é esta a história de “Todos lo saben”.



Se “How green was my valley” canta os encantos da vida na aldeia e no campo, “Todos lo saben” põe a claro as suas agruras. No que a esse respeito concerne, são dois filmes antagónicos. Em qualquer dos casos, ambos valem a pena ser vistos.

Um outro filme que também merece a pena ser visto é “Au hasard de Balthazar”. O filme foi realizado em 1966 por Robert Bresson. Neste caso, o personagem principal é um burro, que claro está, se chama Balthazar.



A infância de Balthasar até lhe correu bem, a criançada da cidade, que vinha passar férias à aldeia, gostava dele, baptizou-o e tratava-o com muito amor e carinho, mas depois foram-se embora e a sorte de Balthazar já não foi a mesma. Vejamos a seguinte cena do filme de Robert Bresson, em cuja ternura pelo burro ainda é imensa:



Após a partida dos seus padrinhos, Balthazar passou a ser um burro como qualquer outro. Para os aldeãos mais não era que uma besta de carga. Chicoteavam-no, obrigavam-no a puxar carroças, a andar continuamente em redor de um poço e a transportar pesos brutais.
Balthazar foi de dono em dono, sendo cada vez pior tratado. No fim, numa verde encosta, sucumbe sob o olhar indiferente de um rebanho. Definitivamente, a rudeza e as agruras da vida rural, não eram para Balthazar, embora ele as suportasse com coragem.

Enfim, feitas as contas, a todos os maus tratos Baltazar resistiu, não resistiu sim, foi ao desdém das gentes duras dos campo e das aldeias. 



Apesar da má sorte de Balthazar, nós não queremos diabolizar a vida campestre das aldeias, razão pela qual, abaixo vos deixamos a imagem de um belo quadro: “The Goose Girl”.

A luz primaveril, as violetas flores e, sobretudo, o ar despreocupado dos gansos, fazem-nos adivinhar que também nas aldeias e campos há animais cuja vida é feliz.

Já agora, a pintura pode ser vista na National Gallery de Dublin, cidade onde também há um restaurante cujo nome é “The Goose Girl”. Adivinhem lá qual é a especialidade?



Carlo Levi (1902-1975); nasceu e viveu na cosmopolita cidade de Turim. Levi era médico, escritor e pintor, tendo alcançado grande prestígio em qualquer uma dessas três atividades. Meteu-se também na política e tornou-se anti-fascista, tendo combatido o ditador Benito Mussolini.

Esse combate político, levou-o a ser condenado, sendo o castigo ser desterrado para uma aldeia do sul Itália, que ficava longe de tudo e que vivia completamente isolada do mundo. Foi a partir dessa experiência de isolamento, que Carlo Levi escreveu o seu mais famoso romance, “Cristo parou em Eboli”.



O título do livro baseia-se num dito típico da aldeia, segundo o qual, Cristo provavelmente nunca parou em Eboli, ou se o fez, foi por um instante e logo seguiu. O que o dito significa, é que os seus habitantes se sentem excluídos da cristandade e, inclusivamente, da humanidade.

No fundo, em Eboli as gentes viam-se como pobres seres, sem nada, resignadas à pobreza, à ruralidade e à perpetuação das crenças e crendices dos seus antepassados.

Eboli era um sítio a que nem Deus nem o diabo ligava, como se tivesse ficado para sempre às portas da civilização, do lado de fora de qualquer sociedade, conveniência ou fraternidade.

Em 1975 Francesco Risi realizou um belo filme a partir do livro de Carlo Levi, aqui fica o trailer de “Cristo si è fermato a Eboli”:



Como quem nos lê já terá percebido, neste nosso texto, vamos balançando entre as maravilhas da vida da aldeia e as suas agruras. Para terminarmos, vamos então falar-vos de uma outra modesta e rural localidade, também ela no sul de Itália. Uma terra que há umas décadas seria tão miserável ou mais que Eboli, o seu nome é Matera.



Matera era uma terra rude e de pedra, pobre, remota e selvagem e tantas vezes ignorada. Matera era para os italianos uma cidade maldita, foi até declarada uma vergonha nacional nos primeiros anos da década de 1950, pelo então Presidente de Itália.
Nessa época, as gentes de Matera viviam em extrema pobreza, habitavam grutas escavadas na pedra, sem ventilação, sem luz, sem eletricidade nem água corrente. A maioria das famílias tinha nove e dez filhos, partilhavam espaços já de si exíguos, com burros, porcos e galinhas.

No entanto, mesmo tendo sido em tempos Matera o cúmulo da ruralidade, e por isso a vergonha de Itália, ela era e é bela e tinha e tem em si algo de místico. Hoje em dia é um sítio turístico e cultural, as suas igrejas rupestres, e de entre elas, a esplendorosa Cripta do Pecado Original, também chamada Cripta dos Cem Santos, possui um conjunto de frescos do século IX que nos transportam diretamente para o Livro do Genésis, proporcionando uma experiência imersiva sem rival noutro lado mundo.



Para finalizarmos, lembramos que um dia o escultor contemporâneo português Rui Chafes, criou umas quantas obras para Matera. Aqui fica uma delas, instalada em.pleno campo, “L'oggi cosi lento e lo ieri cosi breve”.

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