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Já ninguém é comunista, dos de leste: só há memórias e restos


Na imagem temos um mural no qual vemos Leonid Brezhnevantigo líder da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) a dar um fraternal beijo a Erich Honecker, o secretário-geral da já não existente República Democrática Alemã (RDA).

A imagem foi pintada no muro de Berlim em 1990 e reproduz uma fotografia de 1979, feita por ocasião das comemorações oficiais do 30° aniversário da já não existente RDA.
No contexto dessas celebrações, o antigo líder da extinta URSS, Brezhnev, compareceu com pompa e circunstância em Berlim Leste para participar nas cerimónias oficiais que assinalavam a data, sendo que, em determinado momento, beijou efusivamente Honecker, que não se fez rogado. Selaram ambos desse modo, a amizade entre as duas nações comunistas.

Dos vários quilómetros que tinha o muro de Berlim, existem agora apenas uns restos, uns meros metros. É numa dessas porções, que se encontra pintado o mural com o beijo entre Brezhnev e Honecker. Abaixo a foto que ficou para a memória como um símbolo da fraternal amizade entre os povos comunistas de leste.


Faz hoje, dia 9 de novembro, trinta e cinco anos que caiu o Muro de Berlim. Foi um momento de esperança para o mundo, pois parecia que finalmente tinham acabado as divisões e as guerras, até mesmo as frias, e que a partir daí a vida seria só união, paz e prosperidade. Só que afinal não.

Passados todos estes anos, já percebemos que o futuro de paz e prosperidade que então se anunciava, foi uma mera ilusão. É certo que no antigo bloco de leste se vive melhor agora, mas tirando isso, estamos longe da concórdia geral e de uma harmonia global.

Dito isto, quem quer vir hoje connosco brincar aos comunistas e recordar algumas das coisas que outrora havia para lá da cortina de ferro, no antigo bloco de leste? Querem todos? Então avante camaradas, vamos a isso!


O fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson (1908–2004) andava por Berlim em 1962, e retratou muitas das cenas que então se viam pela cidade. Acima três homens espreitam para lá do muro, para uma rua, que antes dava acesso ao bairro de Prenzlauerberg e que nessa época foi vedada. Abaixo crianças brincam junto ao muro que dividia não só a urbe berlinense, mas que também separava a Europa Ocidental da de Leste.


Um ano antes, em 1961, Billy Wilder realizou uma divertida película intitulada “One, Two, Three”. 
A narrativa do filme decorre na cidade dividida e o personagem principal chama-se MacNamara. É um alto funcionário da Coca-Cola, que foi colocado em Berlim Ocidental para dirigir a expansão comercial da empresa de refrigerantes por todo o bloco de leste, ou seja, pelos países comunistas.

Contudo, foi-lhe também atribuída uma tarefa suplementar pelo seu superior hierárquico, de seu nome Wendell P. Hazeltine. O chefe intimidou MacNamara a que cuidasse da sua filha, a jovem Scarlett Hazeltine, rapariga que por esses dias andava alegremente à solta a divertir-se por Berlim.

MacNamara não ficou muito agradado com a tutoria que lhe foi atribuída, mas teve de se resignar e tomar a seu cargo a jovem Scarlett Hazeltine. O problema é que ela era um tanto ou quanto estouvada e um dia, às escondidas do tutor, cruzou a fronteira para o lado leste de Berlim e no dia seguinte veio de lá casada com um comunista, um rapaz chamado Otto Ludwig Piffl.

Na cena de “One, Two, Three” que abaixo se segue, vemos o momento em que a jovem Scarlett Hazeltine apresenta o seu recente marido, o comunista Otto Ludwig Piffl, ao seu tutor, o capitalista e alto funcionário da Coca-Cola em Berlim, MacNamara.
O confronto ideológico entre os dois é de arromba. Assistindo, ficamos a saber que os comunistas se vestiam mal e tinham a audácia de sair para a rua sem umas meias calçadas nos pés, constatamos também que a Coca-Cola é uma bebida colonialista e muitas outras coisas que tais. É ver:



Os antigos países comunistas que ficavam para lá do muro de Berlim, tinham coisas cómicas que não lembravam a ninguém, como por exemplo, cabines de controlo de tráfego. Alguém, certamente um não alto funcionário do estado mas que trabalhava muito acima do solo, permanecia o dia inteiro sentado numa espécie de cápsula área. Sítio donde ia mudando os semáforos de verde para amarelo e vermelho e vice-versa, de acordo com a quantidade de trânsito que ia passando.

É uma dessas cabines que vemos na foto abaixo, dos anos 70. A cena passa-se em Chernivtsi, cidade ucraniana que à data da imagem integrava a União Soviética. Atualmente nada resta dessas cabines, apenas memórias. Vejam lá se as inusitadas cabines de controle do tráfego, não eram uma coisa gira de se ver.


É no nordeste da Bósnia, nação que dantes fazia parte da Jugoslávia (país do bloco de leste que hoje em dia já só existe na nossa memória), que fica a cidade de Tuzla. Trata-se de uma muito antiga cidade, que atualmente atrai imensos turistas e também nómadas digitais. Mas apesar de Tuzla possuir belos edifícios históricos, como por exemplo palácios, igrejas e monumentos, aquele de que nós mais gostamos é do que acolhia a antiga sede de um banco.

O dito edifício foi erguido nos anos 70 e sim, não tem aquele ar sério, formal e grave que normalmente as instituições financeiras costumam ter. Na verdade parece um monstro de seis olhinhos, que vão espreitando em todas as direções. Em síntese, tem a sua graça.


Vamos lá ver mais uma construção dos tempos em que havia comunismo para lá do muro de Berlim, desta vez na Polónia, mais concretamente na cidade de Tychy. Concretamente é a palavra exacta, pois o objecto a que nos referimos, é todo ele feito de concreto, e era um parque infantil.

Que animadas brincadeiras se terão dado nesta estranha estrutura? É uma pergunta válida, pois como escorrega não cremos que servisse. Para andar de skate também não, pois essa era uma atividade lúdica associada ao capitalismo e ao ocidente e portanto mal-vista a leste.
Provavelmente serviria apenas para se subir lá acima, entrar-se numa espécie de semi-círculos de cimento e descer-se pelo lado oposto. No tempo do comunismo talvez essa fosse uma brincadeira que deixava a pequenada contente e bem humorada. Haverá com certeza gente pela Polónia, com alegres e felizes memórias de dias bem passados nesta insólita estrutura de cimento.


Um dos mais fascinantes e intrigantes fenómenos da época comunista, são as estranhas e excêntricas paragens de autocarro erguidas na época da União Soviética. Há-as por todo o extenso e vasto território da extinta URSS, milhares delas.

O fotógrafo canadiano Christopher Herwig viajou durante anos pelas antigas repúblicas soviéticas, foi da Ucrânia ao Uzbequistão, da Arménia à Sibéria, percorrendo no total mais de cinquenta mil quilómetros.
O seu objetivo era fotografar todas as antigas paragens de autocarro soviéticas que encontrasse pelo caminho, sendo que, cada uma delas com que se deparava era sempre mais invulgar e bizarra do que a anterior.


O fascínio do fotógrafo canadiano Christopher Herwig pelas paragens de autocarro da URSS é tanto, que ele continua afincadamente a trabalhar o tema. Publicou um imenso livro com as suas fotografias, construiu um site (https://www.sovietbusstops.com/instagram) e realizou em 2022 um documentário que tem sido muito premiado por todo o lado do mundo.

Neste momento, o seu objetivo já não é somente retratar as paragens, mas também salvá-las, pois são muitas as que foram votadas ao abandono. Christopher Herwig chama, com o seu trabalho, a atenção para o que delas resta, de modo a que preserve a sua memória. Aqui fica o trailer do bonito filme “Soviet bus stops”:



A nossa viagem pelos restos e pelas memórias dos antigos países comunistas de leste caminha para o seu fim, e tem sido agradável recordar as coisas engraçadas, que dantes havia para lá do desaparecido muro de Berlim.

Antes de terminarmos, só mais duas imagens, a primeira é esta mais abaixo. Nela estamos numa qualquer estância de férias de inverno da extinta União Soviética.

Do lado direito vemos um velho herói do regime, alguém que foi um verdadeiro lutador pela causa comunista, um crente absoluto de que o futuro pertencia às classes trabalhadoras, ou seja, que os amanhãs que cantam estão já aí, a vir por fim.

Do lado esquerdo da imagem, uma operária que goza um período de merecido repouso e descanso do seu trabalho, patinando no gelo e envergando um vistoso bikini.

Olhando atentamente para a operária, percebe-se com total evidência, a força e a coragem do proletariado, constatando-se igualmente, que quem trabalha nunca tem frio.
Percebe-se também, que o ancião está contente e feliz, pois que acompanha com uma moça pertencente a uma geração mais nova e recente que a sua, mas que ela demonstra tanto vigor como o seu, e também igual confiança nas virtudes do marxismo-leninismo.


Por fim, mesmo para finalizarmos, a segunda imagem. Em Varsóvia, capital da Polónia, há um museu cuja função é manter viva a memória do modo como se vivia no tempo do comunismo. Aqui fica o site, para o caso de alguém ter curiosidade:

É nesse museu que podemos encontrar a seguinte imagem, esta abaixo:


Quem olha para a imagem acima, pode pensar que se trata de uma foto familiar ou porventura de algum evento solidário, tipo uma quermesse ou algo que o valha. Mas não, trata-se de uma imagem de um desfile de moda.

Que ninguém pense que o dito desfile, que aconteceu em meados da década de 70, era um evento amador, nada disso. As senhoras presentes na imagem eram manequins profissionais e foram contratadas para publicitar os fatos de banho e bikinis que envergam. O que vemos na imagem era uma coisa mesmo à séria.

Nós não vamos fazer comentários à imagem, mas, ou muito nos equivocamos, ou o comunismo estava destinado a falhar e o muro de Berlim a cair. Com efeito, regimes em que as mais altas figuras políticas se beijavam languidamente em público, em que eram necessários funcionários em cápsulas voadoras para mudar o sinal de verde para amarelo e vermelho e vice-versa, em que um escorrega(?) para a criançada é feito de áspero e rugoso cimento, em que as paragens de autocarro se assemelham as OVNIs e em que as manequins parecem extra-terrestres, não podia acabar bem, por consequência, do comunismo de leste ficaram apenas memórias e restos.

E pronto, acabámos este nosso texto que assinala a queda do muro de Berlim, hoje fizermos de conta que somos um Blog de Leste.

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