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Será a alma frágil e delicada, ou sólida e de ferro?

 


“Instruções para viver a vida. Está atento. Espanta-te. Fala disso.” Este é um breve poema da poeta norte-americana Mary Oliver, que viveu entre 10 de setembro de 1935 e 17 de janeiro de 2019.

Um seu outro poema intitulado “Algumas questões que podemos colocar”, inicia-se do seguinte modo: “A alma é sólida como o ferro? Ou é delicada e frágil…”

Provavelmente, uma das melhores respostas que existe para a questão “A alma é sólida como o ferro? Ou delicada e frágil…”, é a que nos foi dada pelo escultor Alberto Giacometti (1901-1966). Com efeito, as suas esculturas de figuras humanas, sendo efetivamente de um metal tão sólido como o ferro, no caso o bronze, transmitem-nos simultaneamente uma intensa sensação de delicadeza e fragilidade.


Foi depois do final da Segunda Grande Guerra Mundial, ou seja, no período já pós-Auschwitz, que Giacometti decidiu dedicar-se à figura humana. Por consequência, as suas esculturas posteriores ao conflito armado são conscientes do quão frágeis são os humanos perante a guerra, a tortura, a fome, a miséria e o mal, mas sabem também, que mesmo diante da maior das desumanidades, ainda assim, a alma humana não cede completamente e, como se fosse feita de ferro ou bronze, resiste.

O filósofo Theodor Adorno (1903–1969) perguntou em 1949, logo a seguir ao fim da guerra, se era possível escrever poesia depois de Auschwitz. O pensador referiu a poesia, todavia, poderia muito bem também ter dito a música, as artes plásticas, a filosofia ou o cinema.

Poderia ainda ter perguntado se ainda seria possível, como antes inocentemente se fazia, comer, caminhar, estudar, ler, trabalhar e amar, ou se porventura tudo isso estava agora inquinado pelo mal, e tinha mudado a sua forma de ser para sempre.


Num primeiro momento, o filósofo concluiu que não, ou seja, que após Auschwitz nenhuma poesia seria possível, pois tudo o que tinha acontecido, era demasiado horrível. Entre outras coisas, o que ele queria dizer com isso, era que perante tudo o que de terrível tinha sucedido, para nada serviam a atenção e o espanto, e para nada também serviria falar-se disso.

Em conclusão, qualquer forma de arte e de beleza, qualquer inocente prazer, depois do extremo horror, eram tão-somente uma espécie de barbaridade e uma tremenda falta de respeito para com todos os que nos campos de morte desapareceram.

Doravante sabia-se que os homens eram capazes das maiores crueldades e atrocidades, que no fundo eram piores que animais selvagens. Assim sendo, para quê cantar ou louvar as coisas belas e elevadas da vida? Para quê dedicar-lhes atenção ou espantar-se com elas, se depois de Auschwitz sabíamos que os homens afinal não tinham alma?

Para quê, pergunte-se ainda, ter-se instruções para a vida, como nos diz o poema de Mary Oliver, se após Auschwitz, a única conclusão possível, era a de que a existência humana não possuía mais sentido, finalidade ou significado, que não fosse uns serem vítimas e outros carrascos?

Em síntese, do que outrora tinha sido a beleza e a essência da alma humana, parecia restar agora apenas desesperança, destroços, ruínas e silêncio.


Uns tempos mais tarde, o pensador Theodor Adorno refez a sua ideia inicial e disse que sim, que depois de Auschwitz, ainda assim, era possível estar-se atento, sentir-se espanto e falar-se disso. Em resumo, concluiu que alma humana resiste, que mesmo sendo delicada e frágil, é tão sólida como se fosse de ferro ou bronze.

E como é que a alma resiste, mesmo no maior horror, sendo ela tão frágil? A resposta é simples, ainda que bastante complicada. Resiste precisamente através da poesia, da escultura, da pintura, da música, da filosofia, do cinema, das demais artes e dos inocentes prazeres, ou seja, sobrevive pela atenção, pelo espanto com que se olha para o mundo e para os outros, e pelo falar-se disso.

Foi o poeta Paul Celan (1920-1970), um sobrevivente dos campos de concentração, que provou que era possível falar-se do Holocausto, ou seja, traduzi-lo em atenção e espanto, o mesmo é dizer, em poesia.

No seu poema “Fuga da morte” Celan fala-nos de leite negro bebido pela manhã, ao meio-dia e à noite, e logo percebemos que esse negro leite era o contínuo dia a dia dos encarcerados nos campos de morte.

No seu poema “Fuga da morte” Celan fala-nos de gente que cava a sua própria sepultura, onde espaço não falta, e que há-de subir em fumo pelos ares, e logo percebemos que faz referência às imensas valas comuns, às câmaras de gás e aos fornos que dia e noite trabalhavam continuamente.

No seu poema “Fuga da morte” Celan fala-nos de um homem que brinca com serpentes, de cães de caça, num cano de aço à cinta, de um senhor da Alemanha e de como são azuis os seus olhos, e logo percebemos como com essas palavras se refere aos cruéis nazis.


Mas para além de tudo isso, o poema de Paul Celan fala-nos de uma Margarida de cabelos de oiro e de uma Sulamita com cabelos de cinza. Percebemos então, que agora o poema nos fala de vida e de poesia.

Sulamita, nome igual à da personagem bíblica de “O Cântico dos cânticos”, aquela que dizia de si mesma “Eu sou morena e bonita, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as cortinas de Salomão”.
Mais à frente nas páginas desse mesmo poema bíblico, Sulamita diz assim a propósito do seu amado: “Beije-me ele com os beijos da sua boca, porque melhor é o seu amor do que o vinho”.

Margarida com os seus cabelos de oiro e Sulamita com os seus cabelos de cinza surgem no poema de Celan para nos dizer que, mesmo no meio do horror, a alma resiste e que até nesse sítio onde a morte parece reinar, a atenção e o espanto existem e fazem-se vida, o mesmo é dizer, poesia. Aqui fica o poema de Celan:

Leite negro da aurora bebemo-lo ao anoitecer
bebemo-lo ao meio-dia e de manhã bebemo-lo à noite
bebemos e bebemos
cavamos uma sepultura nos ares aonde o espaço não falta
um homem vive em casa brinca com serpentes escreve
escreve quando a noite cai na Alemanha o teu cabelo de oiro Margarida
escreve e sai de casa e brilham as estrelas e chama os cães de caça aqui aqui
apita aos seus judeus venham cá cavem uma sepultura na terra
manda que toquemos para a dança

Leite negro da aurora bebemos-te à noite
bebemos-te pela manhã e ao meio-dia bebemos-te ao anoitecer
bebemos e bebemos
um homem vive em casa brinca com serpentes escreve
escreve quando a noite cai na Alemanha o teu cabelo de oiro Margarida
o teu cabelo de cinza Sulamita cavamos uma sepultura nos ares aonde o espaço não falta
Ele grita cavem na terra bem fundo vocês aí vocês outros cantem e toquem
agarra no cano de aço à cinta e brande-o como são azuis os seus olhos
enterrem mais fundo a pá vocês aí vocês toquem para a dança

Leite negro da aurora bebemos-te à noite
bebemos-te ao meio-dia e de manhã bebemos-te ao anoitecer
bebemos e bebemos
um homem vive em casa o teu cabelo de oiro Margarida
o teu cabelo de cinza Sulamita ele brinca com serpentes

Grita toquem mais doce a Dança da Morte ela é um Senhor de Alemanha
grita toquem mais sombriamente os violinos depois hão-de subir em fumo nos ares
depois haveis de ter uma sepultura nas nuvens onde o espaço não falta

Leite negro da aurora bebemos-te à noite
bebemos-te ao meio-dia a morte é um Senhor de Alemanha
bebemos-te ao anoitecer e pela manhã bebemos e bebemos
a Morte é um Senhor de Alemanha como são azuis os seus olhos
há-de abater-te com uma chumbada abater-te com pontaria
um homem vive em casa o teu cabelo de oiro Margarida
açula contra nós os lebréus magros dá-nos sepultura nos ares
brinca com serpentes e sonha a morte é um Senhor de Alemanha
o teu cabelo de oiro Margarida
o teu cabelo de cinza Sulamita.


Mas o mais extraordinário é que houve alguns outros, para além de Paul Celan, que conseguiram reagir à crueldade e ao horror através da arte. Abaixo temos o link do site do Imperial War Museum, que possuiu uma secção dedicada ao Holocausto, nela podemos perceber, como é que através da arte, a muito frágil e delicada alma humana, se faz de ferro ou bronze, é sólida, vive e resiste. É ver:


Voltemos ao início deste nosso texto e ao breve poema de Mary Oliver: “Instruções para viver a vida. Está atento. Espanta-te. Fala disso.” Voltemos também ao escultor Alberto Giacometti, que a si mesmo se colocou a seguinte questão: “Como fazer um homem de pedra sem o petrificar?”

Sim, como fazer um homem de pedra sem o petrificar, ou seja, como ver com atenção e perceber que, mesmo a mais empedernida rocha, pode através da arte transformar-se numa figura com alma, e também como tal só pode ser um motivo de esperança e de espanto. E pronto, era de tudo isto que hoje vos queríamos falar.

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