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Em 2025, a luta continua: ignorância versus cultura


Não é que ao longo da história da humanidade, seja inédito os ocos e ignorantes ocuparem posições de poder e terem influência na sociedade, com efeito, tal já sucedeu em diversas ocasiões. Atualmente essa situação parece estar novamente prestes a acontecer, pois há mais que claros sinais, de que os ocos e ignorantes se agruparam e se sentem confiantes e cheios de força e vigor. É só abrir os jornais, ver os noticiários ou dar uma espreitadela na internet para os detectar. São autênticos enxames, é impossível não os ver.

A ignorância é independente do nível de escolaridade ou grau académico, há ignorantes doutorados, assim como há quem não seja ignorante e mal tenho ido à escola. O que verdadeiramente caracteriza um ignorante é o facto de só ter certezas ocas, e de as afirmar de uma forma arrogante. Para além disso, os horizontes de um ignorante são limitados e possui uma total incapacidade e falta de vontade, para ver seja o que for de diversas perspectivas. Razões pelas quais, o poeta latino Séneca (65 a.C - 2 d.C.) disse um dia que “Aconselhar um ignorante é inútil.”

Um ignorante até pode ler e viajar, mas é como se nunca saísse do mesmo lugar, pois vive enfiado num bunker de certezas, crenças e convicções a que chama suas. Sozinho um ignorante é um triste, um pobre coitado, todavia, quando acompanhado por muitos outros ignorantes, como que se transforma. Juntos, os ignorantes formam um exército e não hesitam em tentar impor à bruta a sua ignorância a todos os que os rodeiam. O poeta Arturo Graf (1848-1913) sintetizou-o assim: “A sabedoria e a razão, falam, a ignorância ladra.”

Podemos reconhecer um membro de um exército de ignorantes quando ouvimos afirmações do tipo “temos de defender dos outros a nossa cultura e os nossos valores tradicionais, familiares, religiosos e nacionais”.

Um ignorante quando desacompanhado pouco ou nada diz, contudo, quando em conjunto com outros da sua laia, imediatamente começa a gritar e a querer traçar limites e erguer muros. Um ignorante sente-se mal em espaços vastos e diversos, prefere vistas curtas. Aquilo a que um ignorante chama “a nossa cultura e os nossos valores”, mais não é que o seu pequeno e limitado mundo, ou seja, esse poucochinho que as suas estreitas capacidades lhe permitem compreender.

Ao ignorante assusta-o tudo o que escape à sua fraca compreensão, assim sendo, quando se sente forte e escoltado por outros como ele, luta para que o mundo seja reduzido ao seu bunker de certezas, convicções e crenças.

Os ignorantes sabem muito bem quem são os seus inimigos, nisso não se enganam, a saber, todos os que por alguma razão não se enquadrem nos exíguos limites das suas certezas, e tudo o que possa alargar horizontes e colocar em causa as suas acanhadas crenças e convicções, ou seja, as artes, a ciência e a cultura. Abaixo um cartoon em que uma multidão de indignados expressa a sua raiva contra uns quantos intelectuais.


Morremos devido a falsas certezas, ficamos doentes devido a opiniões imbecis. A frase pode parecer exagerada, mas é mesmo assim. Para que a ignorância não triunfe e não sejamos envenenados, o antídoto é o mesma de sempre: cultura.

Claro que com o termo cultura, não nos referimos à “nossa cultura”, a essa que os ignorantes dizem querer defender. Cultura significa querer admirar o vasto mundo, as gentes diferentes, pensar amplamente, dilatar horizontes e perceber as múltiplas perspectivas através das quais podemos contemplar a vida.

Para muitos críticos o melhor livro de não-ficção publicado em 2024 intitula-se “Cultura - Uma nova história do mundo”. O seu autor é Martin Puchner, um catedrático inglês que aborda temáticas que vão da história à filosofia, passando pelas artes.

“Cultura - Uma nova história do mundo” é um livro que relata as encruzilhadas e encontros mais marcantes da humanidade e que nos faz ver como ao longo dos tempos os vários povos e civilizações se influenciaram continuamente.


Curiosamente Martin Puchner fala-nos de Luís de Camões e demonstra-nos como a sua obra “Os Lusíadas” é totalmente influenciada pelo épico romano de Virgílio “A Eneida”, e por “A Odisseia” e “A Ilíada” do grego Homero.

Significa isto, que a obra literária que foi erguida como um símbolo maior da nação lusitana, está profundamente influenciada pela cultura da antiguidade clássica, ou seja, por deuses pagãos, por tradições politeístas e por costumes que nada tinham de cristãos. Mas mais do que isso, tendo Camões viajado longamente pelo Oriente, não são poucas as influências originárias da Ásia que existem na sua obra.

Posto isto, quando certos políticos afirmam com grande convicção que a matriz cultural de Portugal é a cristã, talvez pudessem acrescentar que a matriz lusitana não se limita ao cristianismo. Como “Os Lusíadas” nos ensinam, a nossa matriz está também temperada com o paganismo da antiguidade clássica, assim como com cores e sabores vindos dos mouros, de África, da Índia e claro, da China.


No seu livro “Cultura - Uma nova história do mundo”, Martin Puchner conta-nos imensas histórias. Numa delas fala-nos do diário de um monge budista, enviado pelo Japão numa missão à China no século IX.
O monge regista no seu diário, a reação desfavorável dos chineses de então à entrada de budistas na China. Havia nessa época umas quantas gentes no Império do Meio, que era contra a vinda de budistas, receando que estes constituíssem uma ameaça à sua cultura e identidade.

Na China o Confucionismo opunha-se ao Budismo, no entanto, séculos passaram e, com o decorrer do tempo, surgiu um primeiro monge budista treinado pelos livros clássicos de Confúcio. A este primeiro, muitos outros se lhe seguiram, de tal modo, que o confucionismo e o budismo já não se opõem e desde há muito que são ambos pilares fundamentais da cultura chinesa.

O que Martin Punchner nos quer mostrar com esta história, é que a cultura enriquece-se e nutre-se de diferentes culturas, e que o temor pelo que é diferente e vindo de outras paragens, mais não é do que o receio pelo que se ignora. Consequentemente, um ignorante é aquele que quer encerrar e limitar aquilo a que erradamente chama a sua cultura, apenas porque está assustado e não consegue compreender o que é distinto. O ignorante quer um bunker de certezas em que se sinta seguro e não necessite de pensar e lidar com o díspar.

Abaixo uma imagem intitulada “Os três ensinamentos”, nela vemos Buda, Confúcio e Lao Zi, o fundador do Taoismo, a terceira grande religião da China. Há séculos que as três religiões convivem harmoniosamente e que muitos dos seus praticantes não o são de apenas de uma delas, mas de todas simultaneamente.

O chineses sabem que quer o budismo, quer o confucionismo, quer taoismo contêm importantes lições e que essas três religiões se enriquecem e nutrem mutuamente.


Noutra passagem do seu livro Martin Puchner fala-nos do Depósito de Sabedoria de Bagdad, também chamado a Grande Biblioteca de Bagdad. O autor pergunta-se por que razão no século nono, havia um califa de Bagdad que sonhava com filósofos gregos que estavam mortos há mil e duzentos anos?

Foi o sonho desse califa que fez com que o Islão vivesse a sua idade de ouro entre os séculos IX e XIII. Ao Depósito da Sabedoria chegavam milhares de livros que o califa mandava vir de todo o mundo conhecido, da China, da Índia e da antiga Grécia. Todos esses livros eram depois traduzidos para Persa e Árabe e foi através da sabedoria que assim adquiriu, que o Islão conseguiu conquistar e instalar-se num imenso território, que ia desde a Ásia até à Península Ibérica.

Bagdad tornou-se a cidade mais rica do mundo daquele tempo e o centro de desenvolvimento intelectual do momento, tendo uma população de mais de um milhão de habitantes e sendo a mais povoada dessa época. As livrarias apareceram por todo o lado, e segundo os registos algumas chegavam a vender milhares de livros por dia.

Mais uma vez a lição é simples, ao invés de se encerrar num bunker, o antigo califa de Bagdad decidiu abrir a sua cidade ao mundo, a outras culturas e construiu uma imensa biblioteca para divulgar o conhecimento. Com esse gesto deu o primeiro passo do que posteriormente viria a ser um império que durou séculos e influenciou duradouramente outras partes do mundo, como por exemplo, o que é atualmente Portugal.

É ou não verdade que temos imensas palavras de origem árabe? É ou não verdade que desde o fado à arquitetura, a presença árabe ainda se faz sentir na nossa cultura?

Abaixo uma ilustração de 1237 da Grande Biblioteca de Bagdad.


Há muitas outras histórias de cruzamentos e encontros de culturas que Martin Puchner nos conta nos seu livro, como por exemplo, aquela em que se narra como é que Arca da Aliança, onde estavam guardadas as tábuas que Moisés recebeu de Deus contendo os dez mandamentos, foi no século X parar à Etiópia. Como é que o mais sagrado objeto do povo judeu supostamente estaria numa igreja etíope?

Também a misteriosa história da Arca da Aliança nos fala de um envolvimento entre culturas que atravessa os séculos e os lugares e nos chega até à atualidade, e mais concretamente a Hollywood. Toda a série de filmes “Os Salteadores da Arca Perdida” se baseiam nessa história que veio de há milénios e transpôs as fronteiras que limitam continentes, civilizações e povos.


E pronto por aqui terminamos, na esperança de que em 2025 a cultura vença a ignorância, e que se dê mais atenção ao que se expressa na arte, na arquitetura, na literatura, na filosofia, na música, no cinema e na poesia, e não tanto a gente assustada com o que é diferente e se põe a gritar as suas ocas certezas.

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