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Nós temos a explicação para tudo o que agora se passa no mundo! (Capítulo 1)



Hoje, amanhã e talvez depois, queremos ser comentaristas da nova ordem geo-política global, digamos que vamos ser uma espécie de mescla entre o Nuno Rogeiro e o José Milhazes. Se esses dois conhecidos comentadores se fundissem num só, o ser que daí resultaria seríamos nós. Por um lado, temos a calma e a ponderação do Nuno, por outro lado, temos também a atitude mais aguerrida e algo brejeira do Zé Milhazes, em síntese, somos um mix.

Antes de continuarmos, uma foto do Milhazes quando era mais novo, nos tempos em que era correspondente em Moscovo, na velha URSS. Era ou não lindo?


Estávamos nós pelos finais do século XX a entrar no ano 2000 e quase tudo era paz e alegria pelo mundo. Havia um ou outro conflito local, como por exemplo na ex-Jugoslávia, mas de resto a Guerra Fria tinha terminado, o Muro de Berlim tinha caído e as expectativas para o século XXI eram de paz e prosperidade global.

Um dos momentos mais representativos desses tempos, foi uma conferência de imprensa conjunta dos presidentes das duas maiores potências mundiais de então, os Estados Unidos e a Rússia. Em frente à Casa Branca Bill Clinton e Boris Ieltsin desfazem-se a rir, mostrando assim ao mundo, ainda que involuntariamente, que a época da Guerra Fria estava acabada, e que a partir desse momento todos iriam unir esforços para um mundo melhor.

Nos primeiros quarenta segundos da conferência de imprensa, Boris Ieltsin discursa seriamente, todavia, Clinton começa a esboçar um sorriso ouvindo o que ele diz. A dado momento Ieltsin começa a aparvoar e Clinton não resiste, gargalha de forma descontrolada. De seguida, Ielstin, também não se contem e ri-se à farta.

Aqui fica esse instante, um claro sintoma de que havia no ar uma atmosfera leve e descontraída, pois a certas pessoas, até mesmo nas mais altas e solenes cerimónias de estado, lhes dava para aparvoar:



Esse momento entre Ieltsin e Clinton certamente que hoje não aconteceria, agora os políticos, e não só, têm todos cara séria, quando não zangada, e as palavras que dizem são todas graves e pesadas. Na atualidade, até as maiores alarvices são ditas num tom contrito e compungido. 
Mas quando foi que tudo mudou e porquê?

No final dos anos 90 do século XX Nova Iorque era uma festa, a vida na cidade era uma experiência quente e visceral, como nunca antes tinha sido. Depois de décadas de decadência, crime e violência, a ilha de Manhattan voltava nessa época a ser o centro do universo.

A liberdade, a verdadeira, era uma coisa tangível e viciante em Nova Iorque. Liberdade de si mesmo. Liberdade das expectativas da sociedade. Liberdade da política e das suas ansiedades. Liberdade dos preconceitos e julgamentos. 
A cidade era um laboratório onde se realizavam as mais ousadas experiências ​​na música, na moda, na arte e na sexualidade, sendo que, tais experimentações deram o tom para as décadas seguintes, estabelecendo um novo paradigma, primeiro da cultura norte-americana, e depois do mundo ocidental. Em síntese, “You Had to Be There para verem o que Nova Iorque era”:


É num dia luminoso de setembro de 2001 que se dá o primeiro evento do século XXI, dois aviões embatem nas Twins Towers e estas colapsam, a festa acabou nesse exato instante.

Noutros locais do ocidente, outras festas estavam prestes a acabar. Logo aqui ao lado, em Madrid, La Movida, cujo mote era “Madrid me mata” e que consistia num movimento contra-cultural que abarcou uma geração inteira, estava mesmo no seu fim.
Depois de anos de liberalização dos costumes, de experiências artísticas radicais, de vontade de modernidade e de constantes saídas nocturnas para bares e discotecas, o conservadorismo recuperou terreno, os medos e preconceitos regressaram e uma época foi definitivamente encerrada e agora “Madrid me mata” é um museu não muito frequentado.


Londres, a capital do Reino Unido, vivia no final dos anos 90, princípios do século XXI, um dos seus períodos de maior esplendor. Um dos mais claros símbolos disso mesmo foi a chamada “Battle of Britpop”, um assunto que fez correr tinta à escala global e apaixonou milhões por todo o mundo.

A questão era simples, as duas super-bandas musicais da altura, Oasis e Blur, digladiavam-se para ver qual delas era a melhor e a que mais discos vendia. O tema chegou a abrir telejornais e fez capa de jornais, não só em Inglaterra, mas igualmente por outros lugares do mundo.


Como se percebe, nesses anos em Londres, as bandas musicais eram um assunto a que se dava grande relevo, tanto, que o tema atravessava fronteiras e era também tópico de debate em televisões e jornais internacionais, estava-se numa época que ficou conhecida como “The Cool Britannia”.

Nós não temos uma clara memória disso, mas será que porventura os Nunos Rogeiros e Josés Milhazes daquele tempo comentaram a guerra entre os Oasis e os Blur? E se sim, por quem torcia o Milhazes? E o Nuno?

Seja lá qual tenha sido a eventual posição dos Milhazes e dos Rogeiros dessa altura acerca do conflito Oasis-Blur, o certo é que nessa guerra não havia mortos, nem feridos, nem cidades arrasadas, eram sem sombra de dúvida tempos mais leves e alegres de que os atuais, os da “Cool Britannia”.



Nós, que como no início anunciámos somos um mix Nuno-Milhazes, nem torcemos pelos Oasis, nem pelos Blur, a nossa banda favorita do estilo “BritPop” eram os The Verve e, sobretudo a sua música “Bitter Sweet Symphony”.

Aqui fica o vídeo-clip de “Bitter Sweet Symphony”, cuja visão é importante para contextualizar o que a seguir diremos. Para além disso, é também considerado, e com razão, como um dos melhores vídeo-clips de sempre:

Como viram no vídeo-clip de “Bitter Sweet Symphony”, que foi filmado em 1997, quer a letra, quer o tom da música, quer as imagens, não nos dão uma sensação de paz, prosperidade e alegria. O intérprete caminha pelas ruas de Hoxton, no East End londrino, e essa sua caminhada como que foi uma premonição de que tempos mais obscuros e tristes estavam para vir.

Como já antes dissemos e agora repetimos, à entrada do século XXI, as expectativas eram positivas, todavia, os The Verve apresentam-nos um tema contrastante com esse tempo, uma canção sombria e um tanto ou quanto depressiva.

Poder-se-ia muito bem dizer, que em 1997, os The Verve adivinharam o futuro, ou seja, este nosso presente. O vocalista, Richard Ashcroft, caminha pelas ruas de Hoxton esbarrando com as pessoas que também por ali andam, como se isso nada fosse, como se as restantes gentes nem existissem. Nesse sentido, como que antecipou o tempo atual em que muitas pessoas andam pela rua concentradas no seu ecrã de smartphone e nem se apercebem minimamente de o quê e de quem os rodeia.

Acrescente-se a isso, que essa convicção de que se pode caminhar sozinho pelo mundo sem ter em consideração os restantes, tomou mais tarde conta de grande parte da nação britânica, o que fez com que a Grã-Bretanha abandonasse a União Europeia e seguisse isoladamente o seu percurso. Hoje em dia sabe-se que o Brexit foi um desastre, sendo possível dizer-se que os The Verve como que pressentiram muitos anos antes o buraco para onde o país se dirigia.

Hoxton, ao tempo em que o vídeo-clip de “Bitter Sweet Symphony” aí foi gravado era um bairro multicultural, no qual conviviam há décadas gente vinda dos quatro cantos do mundo, contudo, no presente já não é nada disso. Toda essa gente foi corrida, as rendas aumentaram, as empresas imobiliárias prosperam e atualmente Hoxton tornou-se uma zona fina, com mercearias gourmet, restaurantes vegan e lojas de roupa vintage, como não podia deixar de ser, o que também não faltam são bicicletas.

Há quem considere o vídeo-clip “Bitter Sweet Symphony” um documento histórico, pois mostra a desaparecida Hoxton de outrora. Digamos que também nisso a canção do The Verve foi premonitória, pois foi uma espécie de requiem por um bairro típico e multicultural que foi engolido por gente muito chique.

Em resumo, nos anos 90, em Londres e no resto da Grã-Bretanha, eram felizes e não o sabiam. Agora já não o são, é pena.


Até este momento, já vimos como algumas das principais cidades ocidentais, tipo Nova Iorque, Londres e Madrid, passaram de um início século XXI leve, divertido e esperançoso, para o estado atual, que é bem mais pesado e taciturno.

No entanto, nós os Rogeiros e Milhazes desta vida, gostamos de fazer análises completas, nesse contexto, falemos também de Paris. Não falaremos muito porque o nosso tempo já se está a esgotar. A um bom comentarista, há sempre alguém que lhe diz, o nosso tempo está a esgotar-se, mas como a nós ninguém nos diz nada, dizemos nós a nós próprios: “O nosso tempo está a esgotar-se”.

Os nossos leitores mais atentos, hão de ter reparado, que não somos só uma espécie de fusão entre o Nuno e o Zé, mas que nos fundimos num ser não-binário, pois que acrescentámos a nossa personagem a função de moderação, assim sendo, somos um ser trenário, uma espécie de tosta mista composta por um tanto de Rogeiro, um tanto de Milhazes e um pouco de Clara de Sousa.

Dito isto, vamos a Paris, e para isso, apelamos à nossa capacidade de síntese. Em Paris as coisas também decorriam de um modo relativamente alegre, leve e divertido, até ao momento em que se deram os ataques terroristas ao jornal humorístico Charlie Hebdo. A partir daí, tudo ficou mais triste, situação que se mantém ao dia de hoje.

Como conclusão para este primeiro capítulo desta nossa série intitulada “Nós temos a explicação para tudo o que agora se passa no mundo!”, podemos dizer que umas das razões pelas quais chegámos ao atual desconsolo, consiste no facto de, após o fim da Guerra Fria, entre finais do século XX e início do XXI, existirem enormes expectativas de um futuro de paz, de alegria e de prosperidade para a humanidade, que se revelaram falsas, ou seja, o clima atual é sobretudo feito de desilusão e ressentimento.

Amanhã chegará o segundo capítulo de “Nós temos a explicação para tudo o que agora se passa no mundo!”, por hoje acabou o nosso tempo.

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