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Carnaval não é só máscaras e divertimento, é também conhecimento!

 

São muitos os que aproveitam o Carnaval para folgar, todavia, nós, que somos um blogue pedagógico e didático, vimos chamar a atenção para o facto de que o entrudo também pode ser fonte de aprendizagem e saber, é uma questão de se ter uma certa atenção a algumas das marchas carnavalescas mais populares.

Muita da música que se ouve nos desfiles e bailes de Carnaval veio diretamente do Brasil, sendo que, as mais célebres delas, trazem-nos ensinamentos preciosos. Por exemplo, há uma conhecida marcha que nos informa que “cachaça não é água não”, coisa que dificilmente saberíamos, caso disso não tivéssemos sido esclarecidos pelo refrão dessa canção oriunda do outro lado do Atlântico.

Ouvindo a referida marcha, é inclusivamente possível aprofundarmos um pouco mais os nossos conhecimentos científicos de enologia, e ficarmos perfeitamente cientes sobre qual a diferença entre água e cachaça e a origem de ambas, com efeito, mais à frente na canção é-nos dito de forma clara e inequívoca, que “a cachaça vem do alambique e a água vem do ribeirão”.

Posto isto, e diante de tal esclarecimento, é impossível que voltemos a fazer confusão entre os dois tão distintos líquidos, ou seja, água e cachaça. Conclusão: o Carnaval não é só folguedo, é também aprendizagem e conhecimento.


Outra marchinha do Brasil que também faz as delícias dos foliões é o famoso tema “Mamãe eu quero”. E o que quererá da mamãe o protagonista desta marcha? Apesar de ser um calmeirão, o que deseja é “mamá”, e de preferencia numa chupeta.

É mais um ensinamento precioso, este que a marcha “Mamãe eu quero” nos transmite. Em primeiro lugar faz-nos tomar consciência de uma realidade social a que nem sempre se dá a devida relevância, ou seja, que há por aí mocetões, já homens feitos, com arroubos de entusiasmo e intensos desejos de mamar numa chupeta. Recordemos o imortal verso da marcha, onde esses infantis anseios ficam completamente explícitos:

Mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamá
Dá a chupeta, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê não chorá

O que a marcha “Mamãe eu quero” faz é pura pedagogia e didática, pois de uma forma lúdica e ritmada apresenta-nos uma síntese perfeita do conceito de Fixação (Fixierung no alemão original ) que foi teorizado por Sigmund Freud.
Tal conceito designa um apego permanente da libido a um estágio inicial e mais primitivo do desenvolvimento. “Fixierung” denomina um apego lascivo a pessoas e a coisas originárias da infância, situação que por norma conduz à adopção de comportamentos imaturos.

O modo mais fácil de todos os que nos leem compreenderem o libidinoso significado da marchinha “Mamãe eu quero”, é transcrevermos diretamente de uma enciclopédia e na língua original, a definição de Fixação no sentido freudiano do termo: “Fixierung versteht Freud (Psychoanalyse) das Festhaften der Libido an infantilen Triebzielen und Triebobjekten. Im psychosexuellen Entwicklungsverlauf (Entwicklung, psychosexueller Ansatz nach Freud) können best.”


Como terão constatado, só nestas duas marchas de Carnaval, “Cachaça não é água não” e “Mamãe eu quero”, tivemos logo oportunidade de alargar o nosso conhecimento em áreas tão vastas e distintas como a enologia e a psicologia, contudo, não nos ficaremos por aqui, pois há muito mais a aprender com o entrudo.

Veio também do Brasil uma outra marcha da qual consta um verso que ficou para eternidade, este: “Olha a cabeleira do Zezé / Será que ele é? / Será que ele é?”.

Quem porventura se questionar acerca daquilo que o Zezé é ou não é, será ou não será, não vai ter muito de esperar, pois a estrofe seguinte, mesmo não sendo absolutamente clara, fornece pistas mais do que suficientes para esclarecer o assunto: “Será que ele é bossa nova? Será que ele é Maomé? Parece que é transviado, mas isso eu não sei se ele é.”

Também esta marcha carnavalesca nos pode iluminar e trazer-nos preciosos conhecimentos, que de um outro modo provavelmente jamais adquiriríamos. Há muito quem se interrogue sobre o sentido da vida e sobre o ser e o não ser. São muitos os que são acometidos por tais angústias metafísicas e se põem a ler “O Ser e o Nada” de Jean-Paul Sartre ou “O Ser e o Tempo” de Martin Heidegger. O mais que acontece é perceberem pouco ou nada do que leem, sendo nesse contexto que a audição atenta do tema “A cabeleira do Zezé” poderá vir a desempenhar um papel absolutamente decisivo.

Quer “O Ser e o Nada”, quer “O Ser e o Tempo”, falam-nos de dualidades existenciais, um entre o Ser e o Nada, e o outro entre o Ser e o Tempo. Dito isto, e a esse propósito, os livros falam-nos também da consciência transcendente, da ontologia fenomenológica, da hermenêutica e de outras coisas mais, em resumo, lendo-os fica-se à nora.

Todavia, ao escutar-se o verso “Olha a cabeleira do Zezé / Será que ele é? / Será que ele é?” faz-se-nos imediatamente luz sobre o que é uma dualidade existencial, e compreendemos imediatamente a razão pela qual um dia Shakespeare disse “Ser ou não ser, eis a questão”.

No caso do Zezé, as dualidades são três, será que ele aprecia o estilo Bossa-Nova, será que ele é adorador de Maomé e, por fim, quais serão as suas preferencias sexuais. Temos então questões ligadas à estética musical, à religião e à identidade de género, tudo assuntos da maior atualidade e da mais alta relevância.
A marcha não nos dá resposta a nenhuma das interrogações, mas deixa-as no ar e, como muito bem disse o grande cientista Albert Einstein, “Não são as respostas que fazem avançar o mundo, são sim as perguntas”.

Posto isto, há que concluir que a propósito das marchas de Carnaval já abordámos neste texto várias áreas de conhecimento, como por exemplo, a enologia, a psicologia e a filosofia. Nada mau.

Abaixo fica uma foto do grande Albert, que dedicou a vida inteira à física e nunca teve tempo para passar um pente pela cabeleira. O homem foi o maior cientista de sempre, mas é evidente que o Zezé teria algo a ensinar-lhe, ou seja, a pentear-se.


Como Einstein, avancemos também nós com mais umas questões relativas a um outro clássico das marchas de Carnaval, centremo-nos num verso no qual se diz assim: “Ei, você aí / Me dá um dinheiro aí / Me dá um dinheiro aí!”.

Aparentemente a resposta ao pedido de “me dá um dinheiro aí” não terá tido um bom acolhimento por parte do interlocutor, uma vez que mais à frente na mesma marcha consta também o seguinte: “Não vai dar? Não vai dar não? Você vai ver a grande confusão, que eu vou fazer, bebendo até cair”.

Repare-se que o protagonista da marcha, colocado perante a recusa do seu interlocutor em lhe dar o dinheiro aí, reagiu de um modo um tanto ou quanto imaturo e infantil, ameaçando provocar uma grande confusão e beber até cair. Partimos do princípio que o personagem da marcha sabia distinguir água de cachaça e que, por consequência, conseguiria mesmo emborcar até tombar e não se limitaria a ficar muito bem hidratado.


O possível ensinamento a retirar da marcha “Me dá dinheiro aí” é da área da Educação Financeira. Fomos à procura de uma definição rigorosa de Educação Financeira e, como era expectável, consultámos o site da Wikipédia. Aqui transcrevemos de forma literal o que descobrimos: “Educação Financeira é uma área transversal e interdisciplinar cujo propósito é auxiliar indivíduos na escolha de seus rendimentos, no consumo sustentável, nas suas decisões sobre investimentos, e na prevenção de situações problemáticas. Não deve ser confundida com a matemática financeira, enquanto a primeira se trata de uma área que comunica com as outras como a economia, biologia (meio ambiente e saúde), história, sociologia, geografia etc, a segunda é específica da matemática.”

Apesar do português não ser dos mais elegantes, ainda assim, a passagem acima retirada da Wikipédia não deixa de ser esclarecedora e resume-se no seguinte, se porventura alguém nos vier cravar uns cobres e nos abordar dizendo-nos “Ei, você aí / Me dá um dinheiro aí / Me dá um dinheiro aí!”, a única resposta didáctica e pedagógica a dar-lhe é dizer-lhe que tenha paciência, que agora não temos trocado.

Podemos ser ainda mais didácticos e pedagógicos, e acrescentar que nas escolhas que fizemos no sentido de investirmos os nossos rendimentos não consta “dar-lhe o dinheiro aí”, que avaliamos o seu cravanço como não sendo destinado a um consumo sustentável e que, mais a mais, recusando-lhe uns trocados estamos a prevenir e quiçá a evitar futuras situações problemáticas.

Se porventura quisermos ser ultra-didáticos e hiper-pedagógicos, podemos também dizer-lhe que a nossa decisão de não “lhe dar o dinheiro aí”, baseia-se numa abordagem transdisciplinar que fizemos ao seu pedido, e que uma vez tendo considerado o seu cravanço à luz da economia, da biologia, da história, da sociologia e da geografia concluímos que o melhor era não.

E pronto com isto terminamos, fomos desde da enologia à filosofia, da psicologia à educação financeira, e de caminho passámos também pela poesia, pela música, pelo alemão e pela física.

Mesmo para finalizarmos, deixamos-vos uma outra marchinha vinda do Brasil que é uma ode à ortografia, que também é uma área do saber. Para se apreciar plenamente o tema, primeiro convém ler a letra, que está já aqui em baixo, e só depois ir ouvir a música na voz da grande Elis Regina e do cómico Adoniran Barbosa:

 

De tanto levar frechada do teu olhar

Meu peito até parece sabe o quê?

Táubua de tiro ao Álvaro

Não tem mais onde furar

(Não tem mais)

 

De tanto levar frechada do teu olhar

Meu peito até parece sabe o quê?

Táubua de tiro ao Álvaro

Não tem mais onde furar

 

Teu olhar mata mais do que bala de carabina

Que veneno estricnina

Que peixeira de baiano

Teu olhar mata mais que atropelamento de automóver

Mata mais que bala de revórver

 




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