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Vamos fazer uma ação de formação? ‘Bora lá ou fica para a próxima?


Já frequentámos excelentes ações de formação para professores, e também já frequentámos outras que são só assim-assim, frequentámos igualmente umas tantas, que não foram lá essas coisas.

Qualquer docente, ao longo da sua carreira, depara-se com umas quantas ocorrências bizarras. Até aqui nada de anormal, extravagâncias há-as por toda a parte e em todos os tempos. Dito isto, existe um contexto específico, em que a probabilidade de se darem estranhos e inusitados acontecimentos é muito maior que noutras situações, a saber, as ações de formação para professores.

Quem aqui vos escreve fala por experiência própria, pois já frequentámos ações de formação mais do que suficientes, para saber o quão insólitas podem ser tais ocasiões.

É certo que nem todas as ações corresponderão a esta descrição, há algumas em que tudo se passa dentro dos habituais parâmetros pelos quais se costuma reger o convívio entre pessoas. Mas dito isto, há efetivamente umas ações de formação para professores, em que as usais normas de convivência são completamente subvertidas. Por consequência disso, é muito provável que quando frequentamos uma ação de formação desse tipo, entremos numa realidade paralela, numa espécie de Twilight Zone.


Nas ações de formação para professores estão presentes pessoas que não se conhecem de lado nenhum, umas quantas que se conhecem vagamente e uma ou outra que se conhecem perfeitamente, razões pelas quais, quase todas se iniciam com a apresentação dos participantes.

Só que, tais apresentações, num determinado tipo de ações, não são iguais às da vida normal. Com efeito, nessas ações formativas, há aquilo a que chamam um quebra-gelo, prática que consiste, em que ao apresentarmo-nos aos demais, tenhamos também de dizer coisas como por exemplo, qual foi o livro que mais nos marcou ou qual é a nossa viagem de sonho. Em resumo, vamos a uma ação de formação e de repente estamos num blind-date.

Diante deste tipo de apresentação, há quem fique imediatamente apreensivo e se afunde em ansiosas cogitações: “E que livro vou eu agora dizer, meu Deus? Dizer que foi o livro de receitas da minha avó? Parece mal, embora a verdade seja que foi esse mesmo, o que mais me marcou. Lembro-me de na secundária ter lido os Lusíadas, se calhar posso dizer esse. Não. Tem de ser uma coisa mais moderna, pessoal e original. Deixa-me cá ir ver à internet o que é que está na moda…olha, vai ser este, ‘tá no top, é o mais vendido: A Harmonia do Ser. É uma boa escolha, mais a mais dá-me um ar profundo e espiritual”.

Se uns ficam numa aflição para arranjar um livro que impressione e os deixe bem vistos, há outros que estão completamente à vontade, são os habitués destas coisas. Os habitués, para além de terem cinquenta mil horas de formação, possuem ainda uma outra característica, falam que se desunham.
Ao apresentarem-se, os habitués discorrem longamente sobre o assunto em questão. Se porventura o tema é a viagem de sonho, é um ver se te avias. Por alguma insondável e misteriosa razão, quem adora falar pelos cotovelos, tem sempre como destino de eleição sítios místicos no Oriente, como por exemplo o Tibete, o Nepal ou o Japão. Vá lá a gente perceber certas coisas!

Há também quem nestas apresentações inaugurais das ações de formação, se queira mostrar imediatamente como uma pessoa bem-disposta e divertida, dizendo para tal uma piada, todavia, a graça da dita, é com frequência pouca ou nenhuma. Certamente que não o confessarão, mas há uma elevada probabilidade de que a leitura mais marcante deste género de pessoas, tenha sido o dicionário de anedotas do António Sala.


Nós, de forma didática e pedagógica, vamos dar um conselho a quem se queira fazer engraçado. Se numa ação de formação vos perguntarem qual é a vossa viagem de sonho, respondam que adorariam fazer um circuito turístico de quinze dias pela Linha de Sintra. Com tal viagem pretendem conhecer mais profundamente sítios tão pitorescos como a Damaia, a Reboleira, Massamá, o Cacém, Algueirão e Mem Martins, e para o fim do passeio, fica uma visita ao Palácio de Sintra, que diz que também é bem bonito.

Como é evidente, esta graça pode ser adaptada a outras regiões do país. Por exemplo, estando-se no norte, a viagem de sonho poderia então ser pelas localidades de São Mamede de Infesta, Arroteias, Rio Tinto, Travagem, Cabeda e Suzão, que hão de ser tão ou mais lindas, quanto as que ficam nos arredores da capital.

Em síntese, quanto a apresentações estamos conversados. No nosso entender, como quebra-gelo, ao invés de se colocarem questões um tanto ou quanto descabidas para um contexto formativo, mais valia servirem uma qualquer bebida de alto teor alcoólico “on the rocks”, ou então simples, que também caía bem.

Passadas as apresentações, nesse certo tipo de ações de formação para docentes, segue-se uma atividade destinada a incentivar o espírito de equipa e a fomentar a confiança entre os diversos participantes.
Quando se chega a esta fase, tal e qual como na série Twilight Zone, não há nada que não possa acontecer, o infinito é o limite. Ou bem que damos as mãos uns aos outros, ou bem que nos olhamos profundamente nos olhos uns dos outros, ou bem que nos deixamos cair para o chão confiando que os outros nos vão amparar a queda, ou bem que tiramos os sapatos, ou bem que pomos uma venda nos olhos e caminhamos em frente sem ver, ou bem que fazemos mímicas, ou bem que…Em resumo, acreditem em nós, quando vos dizemos, que já vimos de tudo.

Em termos genéricos, estas atividades designam-se por team-building. Uma vez metidos nesse tipo de exercícios, todos se comportam como se de facto os estivessem a levar a sério, contudo, não há quem não saiba ou desconfie, que está a participar numa tontice.


Uma vez imbuídos de um verdadeiro e sólido espírito de equipa, vamos lá então à formação propriamente dita, ou seja, ao que supostamente viemos cá fazer. Ora bem, aqui chegados, o que com extraordinária frequência sucede neste tipo de ações, é que o(a) formador(a) lança uma questão para que os participantes a debatam entre si.

Formam-se grupos com meia dúzia de elementos, e agora toca tudo a discutir o assunto. Nesses ditos grupos há sempre quem nem sequer abra a boca, há também quem comece a falar e não se cale mais, quem tenha opiniões muito firmes e quem só queira despachar a coisa o mais rapidamente possível para se ir embora.

Normalmente, os formadores concedem um extenso tempo ao grupo para efetuar o referido debate, sendo que, ao fim de um quarto de hora, vá lá vinte minutos, praticamente todos os elementos do grupo já estão a falar de outra coisa qualquer, seja do tempo que faz, do custo de vida que não para de aumentar, de uma artrose que anda a chatear, do trânsito que é intenso ou, quiçá, de uma viagem de sonho a uma ilha deserta.


Uma vez terminado o debate em pequeno grupo e tendo-se tomado boa nota das reflexões efetuadas, elege-se um porta-voz para partilhar tudo o que pensado e debatido foi, com os restantes grupos. Diga-se que os restantes grupos farão exatamente o mesmo, ou seja, no fim todos partilhámos tudo com todos, pois que da partilha é que nasce o saber e a ação.

Quando há participantes mais entusiastas, por vezes, surgem até algumas polémicas e há acesas ou menos acesas discussões. Seja como for, o certo é que as discussões enriquecem a ação, isto a não ser que já sejam horas de nos irmos embora, pois que nesse caso fica para a próxima.

Depois de tudo isso, é escrevermos uma página ou duas sobre que importância teve a ação de formação para a nossa prática letiva, e pronto, dever cumprido, não se fala mais nisso.

Mais ou menos terminámos o que hoje nos apetecia dizer, porém, todas estas diatribes nos surgiram a propósito de uma ação de formação. Navegando à toa pela internet, descobrimos que em Londres há uma ação de formação que se intitula “The fairy tale worlds of Louise Bourgeois and Paula Rego”, que explora a relação existente entre arte, contos de fadas e psicanálise.

Descobrimos até, que nem é necessário irmos a Londres para a fazer, uma vez que é on-line. Quem a organiza é o Freud Museum. Ah…estamos sempre a dar de caras com o velho Sigmund.

O Doutor Freud em Viena era um “must”, mas com a chegada dos nazis, teve de se pôr a andar e foi para Londres, onde passou o resto dos seus dias. Tanto na capital austríaca, quanto na britânica, as casas onde Freud viveu, foram transformadas em museus. A de Viena é um sítio mítico, quase sagrado, mas a de Londres é muito mais dinâmica, educativa e pedagógica, estando sempre a propor-nos atividades interessantes e inteligentes.


O que nós queríamos ter por cá, era ações deste tipo, ao invés das do tipo em que nos questionam sobre o livro que mais nos marcou ou qual é a nossa viagem de sonho.

Vejamos o texto que apresenta a formação do Freud Museum: “Para Bourgeois e Paula Rego, duas das artistas mais eminentes do século XX e início do século XXI, as memórias de infância, os contos populares e os mitos que moldam nossas impressões formativas do mundo têm sido centrais em suas obras. Esta formação online de um dia convida-nos a explorar os mundos mágicos e macabros de Bourgeois e Rego, com foco em sua relação com contos de fadas, mitos e folclore, e as suas conexões com a psicanálise. Investigaremos alguns dos contos que os influenciaram na infância, analisaremos o impacto dessas histórias na sua arte e discutiremos as ressonâncias contínuas das suas obras e dessas histórias no mundo atual.”


Abriu há uns dias no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, uma exposição com imensas obras de Paula Rego, está proibida a entrada a menores de dezasseis anos. É pena, pois que as pinturas de Paula Rego, apropriadamente contextualizadas e com critérios pedagógicos adequados, poderiam certamente ser visíveis por crianças, dado que muitas delas se inspiram no universo infantil.

Talvez os professores pudessem visitar essa exposição com os seus alunos, mas para isso teriam de ter alguma formação nesse sentido, pois para essa visita, seria indispensável que soubessem enquadrar o que na exposição se dá a ver, o que não é simples. Mas pronto, a escolha foi outra, assim é mais fácil e dá menos trabalho, fica para a próxima!

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