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Éramos tão românticos…precisávamos era de saber português e de dinheiro!

 


Em termos Pop, o início do século XXI foi o auge do moderno romantismo português. Antes disso, já por cá tínhamos tido picos de sentimentalismo, daquele de fazer chorar as pedras da calçada, com cantores como o Tony de Matos, o Marco Paulo, o Dino Meira ou o Armando Gama, o que de efectivamente nunca tínhamos desfrutado, era de uma coisa mesmo à maneira, como aquelas que havia lá por fora, a saber, de uma Boys Band.

E sim, foi nesses anos que surgiram bandas como os Excesso ou os DAMA, entre outras. Havendo bastantes Boys Bands, nós decidimos concentrarmo-nos nessas duas e verificar o que lhes aconteceu.

Formar uma Boys Band aqui, como em qualquer outro local do mundo, não têm nada de especial. No fundo, é só arranjar um grupo de rapazes apresentáveis e que não desafinem muito, e pronto, havendo uma boa produtora, está feito.

Claro que temos de ter as várias categorias representadas no grupo, temos o rapaz sensível, o atlético, o sensual, o tímido, o divertido e outros mais, mas, independentemente disso, o que todos têm de ser, embora cada à sua maneira, é românticos. Não só românticos assim ao de leve, mas sim românticos mesmo à séria.


Os Excesso foram a primeira Boys Band portuguesa formada a partir de um projecto, ou seja, nem os seus cinco elementos se conheceram no liceu, nem ensaiaram numa garagem, pois foram todos escolhidos num casting e quem os juntou foi um agente discográfico que os levou imediatamente para um estúdio. Em síntese, o sentido de romantismo dos Excesso foi concebido e planeado ao milímetro.

Os Excessos tiveram vários temas de sucesso, claro que sim, pois era precisamente para isso que eles existiam, sendo que, o maior deles intitulava-se “Não sei viver sem ti”.

A letra do tema não é muito clara acerca do que terá sucedido, ainda assim sabemos que uma rapariga deu à sola e os Excesso ficaram tristes a valer e rogam-lhe que regresse. 
Aparentemente algum dos rapazes terá feito asneira e disso eles parecem ter consciência, infelizmente não conseguem é identificar com precisão qual terá sido o seu erro. Constata-se isso por haver um deles que diz num tom lancinante o seguinte: “Onde é que errei? O que é que não dei? Para ver de repente que estás longe, indiferente.”

Apesar de não terem conseguido identificar o seu erro, isso não os impediu de estarem a canção inteira a pedir à rapariga que retorne. Há uma coisa que se pode dizer com certeza dos Excesso, é que são insistentes. Estão para ali a repetir e a maçar as pessoas sempre com a mesma lengalenga: Não sei viver sem ti, não vou esquecer o que vivi, o que disseste, o que quiseste e blá, blá, blá, blá numa ladaínha sem fim…

Quando um dos rapazes canta “estou tão revoltado, sinto que fui enganado”, nós, os que aqui escrevemos, tememos bem que ela, a rapariga, é que há de ter sido enganada e por isso terá tido boas razões para se ter sentido revoltada. Com efeito, convenhamos que é chato e revoltante aturar quem se repete interminavelmente de forma tão excessiva, roda o disco e toca o mesmo: Não sei viver sem ti, não vou esquecer o que vivi, o que disseste, o que quiseste e blá, blá, blá, blá…

Há uma passagem da canção em que se diz assim, “Fui parvo em acreditar que a saudade iria ganhar, fico à espera que um dia possas voltar”, analisando esta alocução, não há como concordar com o tempo verbal da frase, ou seja, com “Fui parvo”. Não foste parvo, és parvo, essa é que é essa. Muito provavelmente, se calhar terá sido mesmo por isso, que a rapariga se pôs a andar, já não aguentava tanta parvoíce.

Um dos rapazes Excesso, lá mais para o final da melodia, ainda diz assim, “Quero apenas uma explicação, porque deixaste o meu coração?”, mas dito isto, o que nós por aqui desconfiamos, é que ela lhe deve ter explicado tudo muito bem explicadinho, no entanto, como ele é comprovadamente parvo, com certeza que não percebeu nada.

Abaixo uma foto dos Excesso que fala por si, palavras para quê? Com essas lindas caras e com tais indumentárias, como é que não queriam que a rapariga se pisgasse?


Mas a que propósito vem esta nossa invectiva contra os Excesso? A razão é simples, eles, ao contrário da rapariga, regressaram. Então não é que os Excesso se perderam novamente de amores! Só que desta vez não foi por uma moça, mas sim pelo vil metal!

É ligar a TV e ver, são os românticos Excesso, os protagonistas do novo anúncio da Vodafone:



Como toda a gente sabe, as campanhas publicitárias da Vodafone são muito bem pagas, excelentemente mesmo, e terá sido essa a provável razão, pela qual os românticos Excesso nem hesitaram em modificar a letra da sua mais célebre canção: “Não sei viver sem ti, o que comi, o que vesti, foi apenas guardar sem voltar a apagar. É assim em vão, tiro mil fotos ao meu cão, os memes que mandei, os voices que gravei, para ver de repente que tenho espaço, um excesso.”

A bem da verdade, a letra do anúncio é melhor do que a do tema original e a coisa toda por junto até tem graça. A narrativa do spot é simples, vemos uma Jessica Athaide estendida na cama. Há uns tempos, a actriz revelou ao país, que andou um bocado adoentada, pois sofreu uma perda de libido, a avaliar pelo que vimos no anúncio, ainda não está plenamente recuperada.

A Jessica está estendida na cama, agarrada ao seu telemóvel e começa a cantarolar o tema dos Excesso, o que já de si não é um bom sintoma. No entanto, e depois, tem uma visão. Então não é que lhe aparecem no quarto os cinco rapazes, já um tanto ou quanto mais velhos do que no auge do seu sucesso, a interpretar a letra que já referimos, na qual falam de fotos de cães, de memes e de voices!

Mas mesmo com a visão de cinco rapazes no quarto, a Jessica não se excita. Digamos que a coisa se pode resumir do seguinte modo, em termos de actividades lúdicas, à Jessica agora já só lhe apetece dar uma Voda, quando é da Vodafone.

Aqui fica abaixo uma foto da Jessica toda feliz, com os Excesso não menos contentes. O antigo romantismo dos rapazes foi à fava, o anterior erotismo da Jessica desapareceu, mas ainda assim estão todos satisfeitos, pois os cachets auferidos hão de ter sido excelentes. Em síntese, não há pila mas há pilim, não há gaita mas há guita.


Deixemos os Excesso e passemos aos DAMA. Os elementos da banda eram colegas de escola desde os seis anos de idade. Frequentaram o Colégio São João de Brito em Lisboa e só por aí já se vê que eram meninos finos.

Meninos finos, como se sabe, não vão para Boys Bands, isso é coisa de gente menos elegante, de pessoal suburbano. Quando estavam a iniciar carreira, a rapaziada dos DAMA deu uma entrevista na qual deixava claro que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa: “Nós não queremos ser um fenómeno passageiro, até porque não somos uma boys band. Sabemos que temos de trabalhar todos os dias para conseguir criar mais coisas.”

Ora muito bem, constata-se só por esta passagem da entrevista, que os DAMA beneficiaram de uma excelente educação escolar e que interiorizaram a ética do esforço e do trabalho como o caminho correcto para o sucesso.
Mais do que isso, verifica-se também que não tinham a intenção de serem uma banda de passagem, dessas que vendem muito durante uns tempos e depois desaparecem para sempre. Também isso é certamente fruto da sua educação, que lhes terá inculcado na mente e no espírito, o desdém pela ligeireza e pela superficialidade e igualmente a dedicação às coisas sérias, profundas e perenes.

Que os meninos são profundos, espirituais e estudaram no Colégio São João de Brito, vê-se logo por alguns versos do seu maior sucesso, o tema “Às vezes”. Repare-se por exemplo nesta passagem que denota que fizeram uma leitura atenta da obra filosófica “O Ser e o Tempo” de Martin Heidegger: “E perguntamos ao tempo quanto tempo o tempo tem. Passam horas, dias, choras, eu sei que está tudo errado, dizes não vás embora, fica, mais um bocado.”

Abaixo uma foto de uma Boys Band cujos seus elementos diziam não querer ser uma Boys Band. Na foto vemos os DAMA a cavalo diante de um pano de fundo em tons de rosa. Perante tal imagem, é fácil de ver que os DAMA terão conseguido o seu intento e não serão certamente uma Boys Band e sim um grupo de música de intervenção. Provavelmente cavalgam em defesa dos trabalhadores da lavoura e preparam-se para galopar pelos campos em favor da reforma agrária.


Segundo o que revelaram, na escola os elementos dos DAMA escreviam poesia nas aulas e musicavam as quadras e rimas que criavam. Essa vontade de musicar o português prolongou-se até à adolescência e pela vida adulta, facto que só podemos celebrar dada a qualidade literária dos seus versos. Repare-se por exemplo neste: “Às vezes não sei o que queres e digo ok. Às vezes não sei o que faço e tu tá bem.”

Mais uma vez segundo as suas próprias revelações, o sucesso dos DAMA teve início no antigo bar Paradise Garage, com espectáculos muito concorridos, graças à presença em massa dos seus colegas do Colégio São João de Brito.

Aos meninos e meninas do colégio não os deixavam entrar em lado nenhum, pois davam mau ambiente aos sítios que frequentavam, todavia, deixavam-nos entrar no Paradise Garage, erro fatal de cujo proprietário do estabelecimento só se apercebeu quando já nada havia a fazer.

O Paradise Garage foi um palco mítico para concertos de bandas nacionais e internacionais nos anos 90 e até à primeira década de 2000, mas desde daí entrou em declínio, encerrando definitivamente as portas uns quantos anos depois.

As contas são fáceis de fazer, a partir do momento em que começaram a deixar entrar os meninos e meninas do colégio, os outros clientes afastaram-se e, para agradar à clientela que lhe restava, o dono do estabelecimento começou a convidar os DAMA para actuações ao vivo, sendo que o resultado de tal decisão foi óptimo para a Boys Band e letal para o Paradise Garage.


Um dia, há já mais de dez anos, Vasco Palmeirim convidou os DAMA para um programa de rádio, no qual foi feita uma interpretação do tema “Às vezes”, mas com a letra reescrita.

A nosso ver, esse foi o melhor momento da carreira dos DAMA, se eles fossem sempre assim, até estávamos dispostos a dizer que não eram Boys Band e escondíamos de toda a gente que tinham frequentado um bom colégio. Éramos até capaz de mentir e para os elevar e exaltar, afirmar que tinham andado numa escola pública.

Enfim, terminamos então por hoje com o tema “Às vezes”, reescrito de modo a ser uma cantiga de intervenção, neste caso em defesa da língua portuguesa:

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