Há uns anos, num agrupamento de escolas de Lisboa, criou-se uma disciplina que foi batizada com o nome Perfil XXI. Logo pelo seu nome se percebia, que a intenção era a de se querer acompanhar o tempo presente, e mais concretamente, o que sucede neste nosso século, o XXI.
Por outro lado, do seu nome de baptismo constava também a palavra “Perfil”, e isso deixava adivinhar que a sua origem se relacionava com o “Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória”, documento que de ora avante, designaremos por PASEO.
O tempo correu, e desde esse momento inaugural até ao dia de hoje, já se passaram uns quantos anos, mais especificamente três, para sermos exatos. O que é que nesse entretanto se fez, é a questão que agora aqui fazemos.
Logo para início de conversa, visitaram-se museus. Uma vez que o agrupamento de escolas se situava em Lisboa, os museus visitados foram os da capital de Portugal, seis no total: o Museu Gulbenkian, o Museu de Arte Antiga, o Centro Cultural de Belém (CCB), o Museu do Oriente, o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) e o Centro de Arte Moderna da Gulbenkian.
Como se pode constatar pelo catálogo apresentado, todos os museus visitados estão relacionados com arte, seja com arte oriental, com arte antiga, com arte moderna ou até mesmo com arte contemporânea.
Em síntese, a amplitude temporal e geográfica é enorme, no Perfil XXI tanto se exploram peças de arte com vários séculos de existência e originárias do longínquo Oriente, como obras de um qualquer artista português, nascido já à beira do século XXI, num sítio aqui próximo.
Claro que em Lisboa há um fácil acesso a muitos e diversos museus, todavia, se porventura se estivesse em qualquer uma outra cidade ou região deste nosso país, seriam os museus existentes nesses locais que se visitariam, e mesmo que não se fizesse igual ao que se fez, far-se-ia certamente semelhante.
Também fora de Lisboa há muitos museus de vários tipos que serviriam o intento. Somente a título de exemplo, refira-se que na cidade de Elvas, para irmos mesmo até à raia, é o local onde existe um dos melhores museus de arte contemporânea do país (https://col-antoniocachola.com/?page_id=2346&lang=pt), aqui fica uma imagem.
Visitar museus é só por si um bem, pois como se sabe há um grande défice de participação em atividades culturais na nossa nação, sendo que, há bastantes alunos que se porventura não os visitarem em contexto escolar, não os visitarão de todo.
Como é sabido, são muitas as famílias, que por isto ou por aquilo, gastam praticamente todo o seu tempo livre nas redes sociais ou em centros comerciais, e jamais lhes ocorrerá, uma vez por outra, ir dar um passeio a um museu.
Mas pretende-se mais do que isso, ou seja, não se quer apenas levar os alunos a museus, pretende-se também que se interessem e compreendam o que lá veem. Ir a um museu é muito lindo, mas se se sair de lá tal e qual se entrou, não se pode dizer que tenha valido grandemente a pena o tempo gasto.
Para que os alunos compreendam o que veem, fizeram-se guiões de aprendizagem. Neles são trabalhados transversalmente conteúdos de múltiplas áreas disciplinares, mas o que fundamentalmente interessa, é que com guiões se desenvolvam as competências do PASEO.
Por assim ser, todas as competências do PASEO são trabalhadas, mas são-no sobretudo as relacionadas com o pensamento crítico, com a capacidade de argumentar e com o desenvolvimento da sensibilidade estética e artística.
Na realidade, todas essas três competências, bem como as restantes, estão interligadas. Pensemos na sensibilidade estética e artística e no que isso significa. Possuir sensibilidade estética e artística, não significa saber desenhar, pintar. recortar ou esculpir, significa, isso sim, ter-se capacidade para se apreciar criticamente uma obra de arte, e implica simultaneamente, conseguir-se pensar, argumentar-se e falar-se sobre ela.
Em síntese, ter-se sensibilidade estética e artística pressupõe saber-se pensar criticamente e igualmente dispor-se de capacidade de argumentação. Daqui se conclui, que as diversas competências, não deixando por isso de serem diferentes, são interdependentes.
Aquilo em que cremos, é que desenvolvendo a sensibilidade estética e artística, se desenvolvem paralelamente todas as restantes. O nosso credo é simples, ser-se sensível à arte, é o mesmo que ter-se curiosidade, querer saber-se mais, estar-se com atenção ao mundo, aos outros, a nós próprios e a tudo o que nos rodeia. Em conclusão, desenvolver a sensibilidade estética e artística é na verdade ter-se disponibilidade para as aprendizagens.
Por aqui terminamos, mas não sem antes vos propormos a leitura de um outro texto anteriormente publicado neste blog, e que complementa este, mas num estilo um tanto ou quanto mais jocoso.
O título é sugestivo. Aqui vos deixamos o link para que a ele acedam:
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