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As pessoas inteligentes têm diversas cabeças, mas serão elas multi ou transdisciplinares?


Na vida convém saber-se distinguir as pessoas inteligentes das que não o são. Saliente-se no entanto, que lá por não se ser inteligente, tal também não quer dizer que se seja estúpido. 
Entre um extremo e o outro do espectro cognitivo, existem milhões de almas simples, ou seja, gente que não é extraordinariamente brilhante, mas que também não envergonha ninguém.
 
Antes de nos dedicarmos à inteligência, recordamos que aqui há tempos neste mesmo blog publicámos um texto, que talvez possa ter algum interesse, o seu título era “Como reconhecer um estúpido (num mundo cheio deles)”:
 
Vamos então falar de gente inteligente. Existem pessoas que possuem uma inteligência a que chamaríamos prática ou multidisciplinar, e existe igualmente uma outra gente que possui uma inteligência de um tipo mais poético-filosófico, a que poderíamos chamar transdisciplinar.
 
Há quem possua um espírito prático e multidisciplinar e saiba resolver com eficácia as mais diversas tarefas, tanto pode ser mudar um pneu, como desbloquear um computador, como desentupir um cano, como organizar uma equipa de trabalho ou ainda como planificar uma estratégia seja lá para o que for.
 
Os espíritos práticos e multidisciplinares possuem múltiplas habilidades físicas e/ou mentais úteis e relevantes, habilidades essas, que lhes permitem solucionar diferentes dificuldades, ultrapassar distintos obstáculos e auxiliar outros a fazer o mesmo.
 
Todavia, esses espíritos práticos e multidisciplinares podem, ou não, ter uma inteligência transdisciplinar, isso no sentido poético-filosófico em que neste texto vamos usar esse conceito.
Por exemplo, alguém pode ser óptimo a deslindar uma qualquer adversidade, ser também altamente metódico a delinear um plano e ser ainda bastante capaz de cumprir quaisquer tarefas na perfeição. Mas dito isto, essa mesma exacta pessoa, sendo tão prática e multidisciplinar, pode ao mesmo tempo ter pouca ou nenhuma inteligência poética-filosófica e não ser nada transdisciplinar.
 
Os espíritos práticos são gente prestável, produtiva e decidida, que sabe levar a bom porto os mais variados encargos e as múltiplas incumbências a que se propõem. Igual coisa não se pode afirmar dos que detêm uma inteligência poética-filosófica, pois estes últimos têm uma certa tendência para fazer as coisas de um modo distinto do estabelecido ou até mesmo ao contrário do que estava previsto.


O problema dos que possuem uma inteligência poética-filosófica, é que tendem a ver tudo sobre diversas perspectivas, no fundo é como se tivessem várias cabeças a funcionar em simultâneo, o mesmo é dizer de forma transdisciplinar.
 
Quando escutamos alguém dizer assertivamente eu penso assim ou eu penso assado, ou, eu sou frito ou sou cozido, sabemos que estamos perante uma pessoa que não será certamente muito inteligente, pelo menos no sentido transdisciplinar em que aqui usamos o termo.
 
As pessoas que afirmam assertivamente pensar deste ou daquele modo, podem eventualmente ser multidisciplinares, pois terão múltiplas convicções sobre múltiplos assuntos. Por um outro lado, as pessoas transdisciplinares, não têm convicções definitivas sobre nada e possuem múltiplas convicções diferentes (ou seja, transversais) sobre todo e qualquer assunto.
 
Com efeito, as gentes transdisciplinarmente inteligentes, pensam muitas coisas diferentes em simultâneo e não unicamente isto ou aquilo, sendo que, por vezes, algumas das coisas que pensam podem até ser contraditórias entre si.
É essa a vantagem de se ter várias cabeças, o mesmo é dizer, de se ter uma mente poético-filosófica, ou seja e em síntese, de se ter uma inteligência transdisciplinar.
 
Platão, nalguns dos diálogos que escreveu, utilizou a imagem de Hidra para ilustrar a natureza múltipla de Sophia (a sabedoria). Hidra, é um ser mitológico com várias cabeças que voltam a crescer quando cortadas. Hidra pode ser vista como uma metáfora para a complexa, difícil e intricada batalha que as inteligências transdisciplinares travam na sua busca pela sabedoria e pelo conhecimento.
 
Uma inteligência multidisciplinar reconhece a multiplicidade dos saberes, trava uma batalha com todos, mas luta com um de cada vez. Uma inteligência transdisciplinar batalha e luta com todos ao mesmo tempo.
 

O verbo latino intellegere é formado com inter, prefixo que quer dizer “entre”, e com legere, verbo que significa “juntar”, “reunir” e também “colher”. Assim sendo, inter-legere pressupõe que são várias as opções. O inteligente transdisciplinar é aquele que sabe, que há por onde colher, que pode juntar e reunir as coisas distintas e até opostas, que lhe atravessam o pensamento. Este inteligente tem consciência das suas diferentes cabeças.
 
Vulgarmente tem-se em extrema consideração alguém que é coerente e igual a si próprio, que pensa pela sua própria (e única) cabeça. Porém, essa não é uma característica dos que detêm uma inteligência poética-filosófica, uma inteligência transversal que junta e reúne do muito de diferente que há para colher. Citemos a esse propósito o filósofo germânico Friedrich Nietzsche, atentemos numa passagem que consta da sua obra de 1872, “A Gaia Ciência”:
 
“Eu sou vários! Há multidões em mim. Na mesa de minha alma sentam-se muitos, e eu sou todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio, um tolo. Comigo nunca ninguém saberá com quem está sentado ou por quanto tempo permanecerá com cada um de mim. Mas prometo que, se nos sentarmos à mesa, nesse ritual sagrado eu lhe entregarei ao menos um dos tantos que sou”.
 
Não é incomum ouvirmos alguém afirmar “eu cá sou muito sincero” ou também “eu sou muito frontal”, contudo, o que tais frases no fundo nos dizem de quem as diz, é que estamos perante uma alma simples, alguém que tem uma única cabeça.
As almas mais sábias e complexas jamais diriam tais coisas, pois que não raras vezes nem sabem bem quem são, passeiam-se continuamente pelas suas mentes, atravessam as suas diversas cabeças e assim vão construindo pontes transdisciplinares entre elas.
 
Vejamos um escrito de uma dessas almas errantes que em si reúnem vários. Vejamos um poema de Fernando Pessoa:
 
“Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros).
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me aponta traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore [?] e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.”
 

O poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891) teve uma vida diversa e intensa. Na escola os professores consideravam-no um génio, apesar do seu carácter indomável. Aos quinze anos de idade já tinha escrito vários poemas que ficaram para a história da literatura. Aos dezanove deu por encerrada a sua carreira de escritor.
 
Depois disso perdeu-se pelo mundo, empregou-se numa empresa colonial francesa e foi encarregue de abrir uma filial em Harar, na Abissínia (atual Etiópia). Viajou sozinho sob o sol escaldante de África. Na viagem a cavalo pelo deserto da Somália terá levado uns vinte dias.
 
Percorre desertos para comprar marfim e peles, negociando com tribos nómadas e com sultões fascinados por armas de fogo. Muda-se depois para Aden no Iêmen, integrando-se na vida da região. Uma das suas companhias mais frequentes é uma mulher da misteriosa tribo islâmica Argoba. Aprende árabe e um punhado de dialectos locais.
 
Todavia, aos 37 anos Rimbaud estava acabado, pois adoeceu gravemente. Transportaram-no de volta para França. Durante a viagem de barco de regresso à pátria, o seu corpo exalava uma pestilência tenebrosa e as dores conduziam-no ao limiar da loucura. Pouco tempo depois de desembarcar em Marselha morreu.
 
Rimbaud faz parte do panteão dos grandes poetas franceses, mas ninguém sabe porque decidiu abandonar a literatura aos dezanove anos de idade e meter-se nas mais improváveis aventuras. A sua mais célebre frase é a seguinte: “je est une autre (eu é um outro)”.
 
Abaixo um retrato de Arthur Rimbaud, ou será antes um retrato que reúne Arthur e Rimbaud?


Rimbaud não usava palavras meigas para com os que defendiam o Eu como um ser uno e coerente:
“Se os velhos imbecis não tivessem encontrado o falso significado do Eu, não teríamos que varrer esses milhões de esqueletos que desde um tempo infinito acumularam produtos da sua inteligência tacanha…”
 
Rimbaud, como todas as pessoas como uma inteligência poética-filosófica tinha diversas cabeças, era transdisciplinar, a sua dificuldade consistia em saber quem nelas falava quando ele dizia “Eu”. Quantas vozes ressoam na verdade no interior de um “Eu”?
 
Sócrates, o mestre de Platão, anunciou-nos um dia qual era o caminho para a sabedoria, para se ser inteligente. A sua frase ficou para eternidade: "Conhece-te a ti mesmo". Mas como pode uma pessoa conhecer-se a si própria se como disse Rimbaud, numa outra frase que ficou para sempre, "eu é um outro"?
 
É muito difícil conhecer-se um “Eu” feito de várias cabeças! Talvez tenha sido por isso que Sócrates também afirmou “Só sei que nada sei”. Em conclusão, estamos perante um autêntico quebra-cabeças!

Dito tudo isto, se quisermos terminar este texto com um lindo “happy ending”, diríamos que um ser com uma inteligência transdisciplinar, com uma inteligência poética-filosófica, é alguém com muitas e diversas cabeças, que harmoniosamente e de modo transversal cantam no seu interior melodias celestiais.
 
Todavia, e por outro lado, também poderíamos terminar este texto com uma triste e melancólica reflexão. Sendo esse o caso, concluiríamos que acreditamos profundamente na frase socrática "Conhece-te a ti mesmo", mas que no entanto, cremos simultaneamente e com a mesma força na frase de Rimbaud "eu é um outro". Dado que essas duas asserções parecem contraditórias, o mais certo é na verdade sermos um bocado para o esquizofrénico.
 
Ainda assim, há uma voz em nós que nos incita e nos diz: “Sois inteligente, sois sábio, e nada ficais a dever a Sócrates e a Rimbaud. Desse modo criai vós também um dito que fique para a história, uma frase de grande efeito, uma equivalente a “Conhece-te a ti mesmo” e a “eu é um outro” que no futuro alcance semelhante fama”.
 
Diante de tal incitação vinda do mais fundo das nossas várias cabeças, surgiu-nos um dito que resume toda a nossa transdisciplinaridade e carácter poético-filosófico, uma frase para a história que resume o nosso modo de ser: “Não somos esquizofrénicos, mas somos!"

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